O problema: 68% da população vai viver em áreas urbanas até 2050, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). O agravamento do problema: apenas 1/3 dos dados de órgãos de governos possuem dados acionáveis para análises, o restante está armazenado sem utilização, segundo estudo do IDC. A busca por solução: os investimentos globais em cidades inteligentes devem alcançar US$ 135 bilhões em 2021, também de acordo com o IDC, e podem chegar a US$ 189,5 bilhões em 2023, de acordo com a Statista. A reflexão: para termos espaços públicos funcionais com cada vez mais habitantes é preciso integrar processos e conectar setores com soluções tecnológicas. A oportunidade: a empresa sueca Hexagon aposta em duas ferramentas de cooperação que integram seu grupo de negócios de smart cities – a HxGN Connect e a HxGN OnCall – para incrementar a receita global, que em 2020 atingiu 3,77 bilhões de euros, queda de 3,3% em relação aos 3,90 bilhões de euros faturados em 2019.

É um avanço no posicionamento da companhia, que atua em negócios de segurança e infraestrutura, tecnologias geoespaciais, mineração, agricultura, manufatura e inteligência de posicionamento, fornecendo soluções digitais autônomas. “O setor público está interessado em evoluir. Com as nossas tecnologias permitimos que utilize melhor seus recursos humanos, materiais e financeiros”, afirmou Sergio Nunes, vice-presidente da divisão de segurança, infraestrutura e tecnologias geoespaciais da Hexagon na América do Sul. “Integração de serviços é a peça-chave para as coisas funcionarem bem”, disse o executivo, quem tem em sua área 60% dos contratos com governos municipais, estaduais e federal.

A HxGN Connect foi lançada em junho. A plataforma SaaS (Software as a Service) é hospedado no Microsoft Azure. Permite que organizações governamentais ou setores de empresas privadas compartilhem dados e coordenem ações para situações especiais, de rotina e de emergência. Em uma prefeitura, por exemplo, conecta departamentos de segurança, saúde, social, trânsito e outros. Já a solução HxGN OnCall, de 2019, é constantemente atualizada. Auxilia principalmente setores de segurança a serem mais ágeis, com recursos que abrangem recebimento de chamadas e despacho, registros, análises, gerenciamento de grandes eventos e mobilidade.

OCORRÊNCIA Soluções da companhia sueca auxiliam em operações de segurança da cidade de São Paulo; Medellín, na Colômbia, e Guayaquil, no Equador, também utilizam. (Crédito:Luiz Guadagnoli )

Por meio dessa soluções é possível avaliar diferentes ocorrências simultaneamente, cruzar dados dessas situações e sugerir ações rápidas das instituições públicas. Trazendo para uma situação real, se uma criança desaparece, a família avisa os serviço social e a polícia. Na rua paralela à ocorrência, o sistema da Hexagon verifica um carro em velocidade fora dos padrões. Modelo, cor e placa são verificados. Logo surge o aviso aos demais órgãos de segurança e de trânsito de que aquele automóvel provavelmente está envolvido em um sequestro. Uma ação coordenada é colocada em prática de forma rápida, com cerco e fechamento de ruas, para capturar o potencial criminoso.

Hoje, em muitas cidades brasileiras a comunicação desse tipo de ocorrência é separada. E quando é integrada, é feita por Whatsapp. O que resulta em ações desconexas e ineficientes, além de transitar pelo app informações e documentos sensíveis. Por ser vulnerável, não é adequada para esse fim. “Percebemos que as administrações públicas, de um modo geral, sofrem por uma falta de aparelhamento”, disse Sergio Nunes.

Entre os clientes da Hexagon no Brasil está a Prefeitura de São Paulo, que utiliza soluções da companhia sueca para apoio a operações da Guarda Civil Metropolitana e do Samu. Ceará, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Sergipe são estados em que as ferramentas da companhia estão presentes. Na América Latina, a Hexagon tem atuação importante no município de Medellín, na Colômbia, e de Guayaquil, no Equador.