Época marcada por desejos e expectativas, o Natal, neste 2021, é visto com esperança de mudanças por crianças e adolescentes, que claramente manifestam uma visão muito mais positiva em relação ao ano passado, segundo dados levantados pela Askids, empresa de dados e pesquisa 100% dedicada ao segmento. Segundo o levantamento, 69% das crianças e adolescentes no Brasil acham que este Natal será melhor que o de 2020. E 60% consideram a data uma ocasião para passar um tempo com a família, enquanto 24% a vêm como tempo para receber presentes.

O último mês do ano, período em que habitualmente as famílias fazem investimentos mais substanciais na compra de presentes, também têm se configurado como um momento que evidencia uma forte tendência registrada nos últimos anos: a crescente interferência dos menores de idade nas compras domiciliares.

Fato que deve estar no radar dos gestores de marca, pois os pequenos são grandes radares de tendências e novidades, e muitas vezes são a porta de entrada de uma família à experimentação. Seu alcance sobre os hábitos de consumo do lar é tal que os pais afirmam que seus filhos os influenciam fortemente em 90% das compras de distintas categorias, como brinquedos (77%), vestuário e calçados (70%), videogames (55%), dispositivos eletrônicos (46%) e jogos de tabuleiro (41%), entre outros.

Embora o poder de influência de crianças e adolescentes sobre os hábitos de consumo de seus pais seja muito grande, eles também têm seu próprio dinheiro, e o usam para fazer compras: 40% dos menores de 18 anos no Brasil têm seu próprio dinheiro, sendo a incidência maior (63%) no universo adolescente (16 a 18 anos).

Quando perguntados sobre os presentes que querem receber no dia 24 de dezembro, 5 em cada 10 já sabem o que pedir, e sua expectativa é de que o “Papai Noel” lhe traga mais presentes do que no Natal passado. Em 2020, 26% das crianças receberam mais de 5 presentes, já em 2021, 46% esperam receber essa mesma quantidade.

Categorias como tecnologia, brinquedos, jogos e vestuário são as favoritas. Mas a partir dos 9 anos, as crianças começam a pedir dinheiro ou vale-presente. Dessa forma, eles não só escolhem o que ganharão, mas se tornam atores de compra após a festividade. Evidentemente que há diferenças nas predileções: entre 3 e 5 anos, se destacam, nesta ordem, os brinquedos e jogos de outdoor (bicicletas, skates, patins, bolas…); de 6 a 12 anos, brinquedos e tecnologia; e entre adolescentes de 13 a 18 anos, marcas tecnológicas e de roupas se fazem muito presentes.

Quando questionados sobre os locais onde fazem suas compras, 58% das crianças e adolescentes mencionam os shopping centers como o local mais escolhido. Da mesma forma, é notável o grande impacto da pandemia e do crescimento do e-commerce, uma vez que 38% delas fazem compras on-line.

Ainda que tenham sido mencionados diversos dados e insights sobre as preferências de gastos, compras e consumo, é importante ressaltar que 9 em cada 10 crianças e adolescentes no Brasil poupam dinheiro. O lugar favorito para guardar seu dinheiro é num cofrinho (40%), seguido por bancos (27%), pedindo aos pais para cuidarem (14%) e em carteiras virtuais (7%).

* Entrevistados de 3 a 18 anos: +3.500 entre maio e agosto de 2021 e +3.000 entre setembro e novembro de 2021.

Publicitário de formação, Humberto Galdieri é, desde 2020, country manager de Kids Corp no Brasil. Com mais de 20 anos de trajetória profissional, Galdieri trabalhou anteriormente nas principais agências de publicidade e veículos de mídia do país.