Com aulas presenciais - ou não - como oferecer suporte emocional às crianças no novo ano letivo?
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Com aulas presenciais - ou não - como oferecer suporte emocional às crianças no novo ano letivo?

Por Sueli Conte


2021 começou, mas as incertezas continuam. Enquanto governo e prefeitura seguem falando em retomar as aulas presenciais a partir de fevereiro, com algumas restrições na capacidade de alunos em sala de aula, há um volume considerável de pais e professores que são contrários a essa retomada, ainda inseguros quanto às possibilidades de contágio pela Covid-19.

Independente de iniciarmos o ano com aulas online, presenciais ou adotando o ensino híbrido, a maior preocupação nesse momento deve ser direcionada ao cuidado com a inteligência emocional e ao desenvolvimento de um trabalho socioemocional com as crianças e os adolescentes.

Os temas inteligência emocional e desenvolvimento socioemocional nunca estiveram tão em alta. Eles já tinham sua relevância, mas com a pandemia ficou ainda mais claro para as pessoas que trabalhar estas questões na infância e na adolescência proporcionam inúmeros benefícios.

Dentro da competência socioemocional são trabalhados pontos essenciais para o desenvolvimento humano. Podemos reforçar na criança a sua própria identidade, ou seja, ajudá-las a entender quem elas são, quais os seus pontos fortes e fracos e, até mesmo, orientá-las quanto a identificação e como lidar com os mais variados sentimentos. Com as habilidades socioemocionais entendidas, torna-se possível alcançar, de forma mais assertiva, os objetivos traçados, fica mais simples tomar decisões de maneira responsável e até gerenciar as próprias emoções. Quanto mais cedo as pessoas têm consciência da importância das habilidades socioemocionais, melhores são os resultados em diversos setores da vida. Isso significa que entender tudo isso desde a infância traz benefícios reais e garante preparo e equilíbrio para a vida adulta.

Pensando assim, o ideal é que os pais e responsáveis transformem em rotina o estímulo a certas habilidades, como: desenvolver empatia, apreciar a diversidade e, acima de tudo, respeitar os outros e as diferenças existentes entre as pessoas.

Claro, também é possível trabalhar o tema na escola. Aliás, o desenvolvimento das habilidades socioemocionais em crianças precisa ser realizado em parceria entre a escola e a família, uma vez que essas características estão no dia a dia, nas pequenas atitudes, desde as atividades mais simples até as mais complexas. Não se constrói isso sem a participação da família ou sem a ajuda da escola.

Incentivar e ensinar crianças e adolescentes a estabelecer relacionamentos com os colegas da escola, que eles saibam lidar com diferentes opiniões e costumes e, principalmente, a trabalhar em equipe são alguns pontos chaves, assim como é extremamente interessante que eles aprendam a lidar com os próprios conflitos, sejam eles internos ou externos.

Afirmo com segurança que crianças e adolescentes que conhecem e respeitam os próprios sentimentos, que têm empatia pelo outro, que conhecem limites e sabem respeitar as vontades dos outros, tornam-se adultos mais seguros, menos suscetíveis a julgamentos e muito mais felizes com as próprias escolhas. Volte suas atenções aos seus filhos, incentive as crianças e adolescentes do seu convívio a trabalhar o lado socioemocional. Faça isso você também. Todos nós temos somente a ganhar com esse esforço e dedicação!

Sueli Conte é especialista em educação, mestre em neurociências, psicopedagoga, diretora e mantenedora do Colégio Renovação, instituição com mais de 35 anos de atividades do Ensino Infantil ao Médio, com unidades nas cidades de São Paulo e Indaiatuba.

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