Os cuidados com a distribuição de alimentos

Proteja-se da COVID-19

Distribuição de alimentação a moradores de rua no bairro do Glicério, com uso de equipamentos de proteção

Desde que a pandemia de coronavírus foi anunciada, muitas iniciativas solidárias vêm acontecendo com o intuito de minimizar os impactos desta crise, sobretudo aos mais vulneráveis. Um dos grupos mais atingidos é a população em situação de rua, que, além da exposição ao vírus, percebeu, com a quarentena, uma baixa nas doações recebidas cotidianamente.
A Igreja, entretanto, tem se mostrado atenta a essas necessidades e continua a atuar em prol da caridade aos irmãos mais pobres, porém,
para que a saúde de voluntários e atendidos seja preservada, é necessária uma especial atenção quanto aos métodos preventivos da COVID-19.

A missionária e coordenadora da Casa Restaura-me, da Comunidade Aliança de Misericórdia, no bairro do Brás, Vanessa Santos, contou ao O SÃO PAULO que, desde o início da pandemia, o espaço realizou adaptações para continuar com a acolhida à população em situação
de rua, como a instalação de pias e suportes com álcool em gel para a higienização das mãos.
Todos os dias, a Casa realiza entre 450 e 500 atendimentos, começando às 8h, com o café da manhã, seguido de banho, espaço para lavagem de roupas e almoço.
Para a alimentação, antes preparada e servida com utensílios da Casa, agora se tem utilizado marmitas e talheres descartáveis. Segundo
Vanessa, parte dos alimentos distribuídos vem da parceria com a Prefeitura, e parte, de doações.

Os 32 funcionários da instituição que permanecem no trabalho intensificaram os cuidados com a higienização da comida durante o preparo. A coordenadora reiterou que a opção pelas marmitas é para preservar a população que frequenta a Casa, uma vez que o público é consideravelmente rotativo: “Nós procuramos fazer o nosso melhor com todos os cuidados”, completou Vanessa.

Quem vai a Casa para almoçar recebe, ao chegar, uma pulseira, que evita filas extensas e aglomerações. Na entrada, faixas que indicam o distanciamento social adequado também foram colocadas. Com a pandemia, além da limpeza rotineira, após o término do expediente,
todo o local, incluindo as paredes, passou a ser higienizado com água sanitária.

NAS RUAS
O grupo Pão de Caná, formado por paroquianos da Paróquia Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos, no Setor Pastoral Aclimação, da Região Episcopal Sé, também já realizava, aos fins de semana, o trabalho de distribuição de café da manhã à população em situação de rua. Com o advento da pandemia, os voluntários não interromperam a ação caritativa, porém adotaram uma nova rotina.
Lucy Santos, que integra o movimento, contou que mudanças aconteceram para a permanência do serviço de distribuição: “Temos muito cuidado com o manuseio do café da manhã que servimos, pois não queremos ser fonte dessa doença para eles”. Atualmente, além do pão e do café, máscaras, álcool em gel e luvas contemplam o apoio ofertado aos que se encontram nas ruas Otto de Alencar e Antônio de Sá, ambas no bairro da Liberdade.
Por se tratar de dois pontos de distribuição distintos, existe uma especial atenção quanto ao uso das luvas, conforme afirmou Lucy, que entende que o uso errôneo do artefato de proteção pode representar uma fonte de disseminação do coronavírus. As luvas são trocadas e descartadas em um lixo que é recolhido e levado pelo próprio grupo.

Os insumos necessários para o preparo do café da manhã chegam,em grande parte, por meio de doações. Por isso, a voluntária enfatiza
que tudo é limpo antes de ser guardado: “No manuseio dos alimentos, sempre usamos a máscara, temos muito cuidado com a higienização
das mãos, das bancadas. Todos os utensílios usados no preparo são previamente higienizados”, completou Lucy.

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