GENOCÍDIO E SUICÍDIO EM MICHEL LAUB

Autores

  • Lara Luiza Oliveira Amaral Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

DOI:

https://doi.org/10.55391/2674-6085.2021.2031

Resumo

Há uma diferença entre “viver” e “sobreviver”, tanto quanto entre “viver” e “morrer”. A partir de dois romances do escritor brasileiro contemporâneo Michel Laub (A maçã envenenada (2013) e Diário da Queda (2011)), nos propomos a interpretar a ambiguidade entre escolher viver e escolher morrer, entre suicidas e sobreviventes de períodos de genocídio da história. Longe de alcançar qualquer resposta objetiva, temos como proposta a análise da ideia de sobrevivência a partir de personagens, e eventos históricos, abordados pela ficção de Laub. Para tanto, nos pautaremos em estudos acerca de períodos genocidas e seus sobreviventes, tais como Mbembe (2011), Kilomba (2008), além de pesquisas sobre a morte voluntária, como Alvarez (1971) e Styron (1989), entre outros estudos complementares.

Biografia do Autor

Lara Luiza Oliveira Amaral, Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Doutoranda (e bolsista CAPES) em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Mestra em Estudos Literários pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Especialista em Estudos Literários pela Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR - Campus de Campo Mourão). Graduada em Letras Inglês e Português pela mesma universidade

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Publicado

2021-09-26