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Colunistas

Governo do RJ

Diálogo, trabalho e simplicidade

Por Cláudio Castro

O Rio de Janeiro, estado que é a imagem do Brasil para o mundo, com sua luminosidade, seu alto-astral, passou por muitas tempestades. Quando assumimos o governo, em 28 de agosto do ano passado, em plena pandemia, uma das primeiras providências foi fazer um rigoroso exame da situação financeira. E as notícias não foram nada positivas: faltavam R$ 6,2 bilhões para finalizar o ano. Não tínhamos recursos sequer para pagar a folha salarial a partir de outubro. O Regime de Recuperação Fiscal (RRF) vencia em menos de dez dias, e o estado não se relacionava com o governo federal, nem com a Assembleia Legislativa, nem com o Congresso Nacional, muito menos com os prefeitos. O governo vivia numa ilha prestes a submergir. Naquele dia, reconheço que tive vontade de desistir.

Mas não tenho dúvidas de que Deus capacita os escolhidos. Levantei a cabeça com uma premissa básica: união de forças. Com diálogo, trabalho e simplicidade. A partir daí, passo a passo, sem alarde, sem pirotecnia, criamos um novo ambiente que permitiu a prorrogação do RRF, o pagamento dos salários dos servidores e a entrega às prefeituras de mais de R$ 500 milhões para o enfrentamento da pandemia. Ainda fechamos o ano com R$ 800 milhões em caixa. Nessa época, o leilão da Cedae ainda era uma realidade distante. Com a desconfiança de todos os lados de que nunca aconteceria.

O ano de 2021 está se revelando o ano da mudança. Os desafios são gigantescos, principalmente em relação ao desemprego e à pobreza. Mas o Rio tem hoje um dos melhores ambientes políticos do Brasil. Isso reverbera, gera credibilidade. Temos de abandonar o espírito de vira-lata. Não é à toa que a Cedae teve o ágio que teve, que empresas nacionais e multinacionais dos mais variados setores, como infraestrutura, varejo, logística etc., estão escolhendo o Rio. Empresário não rasga dinheiro. Estão investindo no Rio porque sabem que aqui o ambiente de negócio e o potencial de nossa economia geram resultado.

Os dados da segurança pública também são inequívocos. Graças ao trabalho integrado das polícias Civil e Militar, o Rio registra a menor taxa de homicídios dolosos dos últimos 30 anos. Também houve redução nos roubos de carga, de rua e de veículos. Mais de 800 milicianos foram presos, causando um prejuízo de cerca de R$ 2 bilhões a essas organizações criminosas, seja no fechamento do comércio, na apreensão de bens ou no combate à lavagem de dinheiro.

O governo do estado também vem investindo em tecnologia na segurança pública. Ainda neste mês será realizado o pregão para a compra de câmeras operacionais portáteis, que serão usadas por agentes de segurança e fiscalização. A ação faz parte do programa de transparência do governo.

Por meio do PactoRJ, o Rio de Janeiro investirá mais de R$ 17 bilhões nos próximos anos nas áreas de infraestrutura, desenvolvimento social, saúde, educação, segurança, desenvolvimento econômico, meio ambiente, cultura e lazer. Todas as 92 cidades do estado serão beneficiadas com obras. Um investimento feito com planejamento.

O PactoRJ inclui desde criação da linha de metrô em superfície com 23 quilômetros na Baixada Fluminense à conclusão do Museu da Imagem e do Som (MIS), passando pela construção de 50 mil casas, pela reforma de 50 Cieps e pela revitalização de 882 quilômetros de vias no estado. É um pacote com mais de 50 ações, há muito esperadas, que gerarão 150 mil novos postos de trabalho.

Um programa desse porte necessita de transparência na utilização do dinheiro público. Por isso, já está no ar o portal em que a população, a imprensa e os órgãos fiscalizadores têm acesso às etapas de cada ação (estudo, projeto, licitação, obras e conclusão), ao valor empenhado e à data de conclusão prevista. Semanalmente, os cronogramas são checados e atualizados.

Também na última semana, enviei à Assembleia Legislativa um conjunto de propostas que permitirão ao Rio continuar no RRF pelos próximos dez anos. Nessas propostas não há, como antes, perda para nossos servidores. Muito pelo contrário, estamos propondo uma política salarial que recuperará poder aquisitivo do passado e garantirá as recomposições no futuro.

Todas essas ações continuam a ser realizadas dentro da mesma premissa. Muito diálogo, trabalho e simplicidade. Com a união de forças de que o Rio tanto precisa. Além de uma crença inabalável na capacidade de superação do fluminense.


*Governador do Rio de Janeiro

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