O mar… e outras histórias

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o mar

... e outras hist贸rias AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA MOITA BIBLIOTECAS ESCOLARES


AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DA MOITA BIBLIOTECAS ESCOLARES

C창mara Municipal da Moita


FICHA TÉCNICA TITULO:

O mar… e outras histórias

DESIGN:

(Capa ilustração de Ana Catarina Barco)

1ª EDIÇÃO:

IMPRESSÃO:

Câmara Municipal da Moita Divisão de Bibliotecas e Arquivo Setembro de 2013 Papelaria Clássica

DEPÓSITO LEGAL Nº: ISBN: TIRAGEM:

978-989-98166-1-9 500


INDICE O Mar Visto pelos Olhos das Crianças e dos Jovens Oliveirinha da Escola O Mar - Uma história... “|…|, o Homem sonha e a obra nasce.” E assim começa a história… 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário … História do Doce Tesouro … História do Mar … Ilha das Cores …. E outras Histórias O Que é Poesia? Poesia é… Poetry is… Poesia é… Poemas do Mar O mar é livre Este mar Poema sobre o mar Mar de Descobertas O Mar noutras línguas A Class Poem About The Sea Limericks About The Sea The mob guy Le Charme de la Mer La Mer La Mer El mar El mar El mar Nuestra luz de la luna El mar El mar Mar Mediterráneo El mar El mar El mar Our collective sea poem Em cena

7 8 9 11 13 29 59 71 75 79 82 111 112 113 114 115 116 131 136 138 142 143 145 146 146 147 148 149 150 150 151 152 152 153 153 154 155 155 156 157

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AGRADECIMENTOS As professoras Bibliotecárias Alexandra Seabra, Fátima Franco e Helena Brissos agradecem a todos os intervenientes, participantes e colaboradores o embarque nesta “Aventura marítima”.

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O Mar Visto pelos Olhos das Crianças e dos Jovens O tema a desenvolver nas escolas era o mar. O mar das férias, o mar das descobertas, o mar que liga e separa pessoas e continentes. O mar dos naufrágios, da luta pelo peixe nosso de cada dia, dos cemitérios nucleares. O mar dos jardins de coral e das sereias imaginadas. O mar que torna o nosso planeta um planeta azul. Eu tenho uma paixão pelo mar e ofereci-me, numa escola da Moita, para iniciar uma história que pudesse cativar crianças e adolescentes. Seria um começo com muitas continuações possíveis, de acordo com o gosto e a imaginação de cada um: numa praia poluída, uma rapariga aprecia a beleza das águas, enquanto um rapaz tropeça numa garrafa com uma mensagem… E depois? Fiquei cheia de curiosidade de ver como esta deixa poderia ser ponto de partida para traçar um percurso autónomo. Passados alguns meses foi-me dada a grata oportunidade de visitar escolas incluídas no projeto e de apreciar algumas rotas elaboradas pelos seus alunos. Fiquei entusiasmada com a qualidade de vários textos e mais entusiasmada fiquei ainda quando soube que havia a intenção de reunir os contos mais significativos num volume impresso. Num livro dos jovens escritores da Moita! Tem-nos já esta autarquia brindado com publicações de textos poéticos dos seus munícipes, com notáveis recolhas, mas parece-me bem significativo que aposte agora nos jovens, do 1º ao 12º anos, que certamente se sentirão honrados de verem os seus trabalhos selecionados, apresentados em letra corrida, numa bela obra. Isto é apostar na nova geração, no futuro, é incentivar da melhor forma o interesse pela literatura e pela língua portuguesa. Nenhum destes jovens e seus familiares esquecerá jamais as suas potencialidades de expressão, de imaginação, de cultor da ancestral e sempre moderna arte da escrita. Nas minhas deslocações aos estabelecimentos de ensino, tive oportunidade de conversar com diversos alunos que se dedicam habitualmente, e por iniciativa própria, à poesia, ao conto e sonham um dia ser escritores. Quantos dos colaboradores desta obra não virão um dia a notabilizar-se no romance, na poesia, no ensaio, no jornalismo, na blogosfera, nas múltiplas e imprevistas formas de divulgar a escrita que o porvir nos reserva? De certo modo tenho as minhas raízes na Moita pois a única árvore que plantei é uma oliveira que cresce, entre brincadeiras de meninos, numa das suas escolas. E vibro com as muitas realizações culturais em que é prodiga esta vila, cuja maior riqueza está afinal, nas pessoas que lhe dão vida. Será com muito júbilo que estarei presente no lançamento deste livro peculiar, feito a muitas mãos, ditado por sonhos dispares. Desejando realçar o valor dos seus jovens autores, não quero deixar de salientar o esforço de quantos se empenharam em tornar esta publicação uma realidade. Para todos, os meus parabéns! Estou contente por ter contribuído com os primeiros parágrafos, que foram, afinal, um elemento de somenos importância nesta obra. Mas tem para mim um significado especial: o de se ser mais um elo que me liga a uma terra que muito amo: a Moita. Luísa Ducla Soares

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Oliveirinha da Escola Oliveirinha da escola, Tu estás sempre no recreio Com cem meninos à volta E tu brincando no meio. Não corres, que tens raízes, Mas nos teus braços verdinhos Assobia, ri o vento E pousam os passarinhos. Os meninos vão crescer, Tu hás de crescer também: Dando sombra e azeitonas A quantos te querem bem. Luísa Ducla Soares

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O Mar - Uma história... “|…|, o Homem sonha e a obra nasce.” Fernando Pessoa

As pequenas e grandes obras nascem por vezes de um grão de luz que faísca no nosso pensamento. A luz aumenta e a ideia ilumina o caminho a seguir. Assim, aconteceu numa manhã de intenso trabalho de planificação da Semana da Leitura do Plano Nacional de Leitura e da Semana do Agrupamento por parte das Bibliotecas Escolares do Agrupamento de Escolas da Moita. Uma atividade simples na sua génese – construir com os alunos e as turmas do agrupamento uma história a partir de um pequeno texto sobre o mar – cresceu, cresceu com a ideia de convidar a escritora Luísa Ducla Soares a escrever e lançar o texto inicial no nosso agrupamento. Escritora muito querida da nossa comunidade escolar, não negou a este projeto a força da inspiração. E no dia 8 de janeiro, numa organização conjunta das Bibliotecas Escolares do agrupamento e da Biblioteca Municipal da Moita, a autora lançou, na Escola Básica da Moita nº2 e na Escola D. Pedro II, o texto da iniciativa “O Mar – Uma História Inacabada”. O texto foi o ponto de partida para uma corrida contra o tempo, em que a promoção da leitura, da escrita e das literacias deram as mãos ao currículo e à interdisciplinaridade, consubstanciando-se na criatividade jovem e na arte de se expressar. Entre processos de escrita de prosa e poesia, criação de ilustrações, a arte de fotografia, dramatizações e trabalho desenvolvido na promoção da literacia digital, 853 alunos de todos os ciclos de ensino do agrupamento participaram na história inacabada e em muitas outras iniciativas que foram ao encontro de seus interesses e gostos. O entusiasmo dos mais jovens foi bem mais visível que o dos mais velhos, mas com a ajuda dos professores participantes, que conciliaram os seus objetivos curriculares com os objetivos principais das bibliotecas escolares uma panóplia de trabalhos puderam ser apresentados na Semana do Agrupamento/da Leitura numa ampla exposição que demonstrou a importância do Mar. Nas palavras do nosso diretor Manuel Luís Pereira dos Santos: “Ao pegarmos num velho búzio tentemos escutar a grande voz do mar, revelando-se algumas vezes nostálgica pelo facto de termos sido um povo de intrépidos Descobridores. De uma vasto areal de uma praia, ou do cimo de uma arriba, contemplemos a infindável grandeza do Mar como fonte efetiva de riqueza do nosso património sócio cultural e de crescimento dos nossos horizontes económicos. Sendo uma das portas de entrada, por excelência, para o espaço europeu, passando pelo aproveitamento dos seus recursos naturais e energéticos, o Mar Português é um bem a todos nós garantido e uma das melhores dádivas com que a natureza nos contemplou. “ Num paralelismo com o nosso MAR, as nossas CRIANÇAS e os nossos JOVENS são também uma dádiva que devidamente estimulada e orientada nos podem contemplar com riquezas inestimáveis. Neste livro encontra-se um ínfimo número, uma pequena amostra do que eles são capazes de fazer e como puderam crescer num mundo de trabalho colaborativo e de equipa sem perder o seu individualismo. 9


Este trabalho colaborativo é o fruto de mais uma parceria natural e imprescindível entre a Biblioteca Municipal e as Bibliotecas Escolares, que possuem os mesmos objetivos, nomeadamente a criação de hábitos e necessidades de leitura e o desenvolvimento da escrita e da criatividade. A partilha de recursos e os encontros com escritores que nos dão a conhecer o seu trabalho, são oportunidades fundamentais para formar leitores, permitindo a aquisição e consolidação de hábitos de leitura ao longo da vida e o acesso ao conhecimento. É da competência da Câmara Municipal da Moita reunir este conjunto de trabalhos, publicá-lo e poder dá-lo a conhecer a outros leitores, tornando-o em mais um recurso da educação e aprendizagem, fazendo-nos sentir que cumprimos mais uma etapa da nossa missão. Agrupamento de Escolas da Moita Câmara Municipal da Moita/ DBA

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E assim começa a história… “ - O mar parece uma colcha de seda azul…- disse a Rita. Afonso irritou-se. Tinha trazido a prancha de windsurf, à espera de ondas encapeladas, altas como torres, a espumar de violência. Detestava o mundo parado. Por isso pôs-se a correr ao longo da praia, procurando evitar o lixo espalhado à beira-mar – sacos de plástico, latas vazias de refrigerantes, à mistura com conchas partidas e alforrecas mortas. Mas, de repente, ai, deu com o dedo grande do pé numa garrafa fechada. Lá dentro estava uma folha de papel, toda enrolada…” Luísa Ducla Soares

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1ยบ CICLO


… O Afonso abriu a garrafa e desenrolou cuidadosamente o papel. Para seu espanto, verificou que aquele papel enrugado tinha uma mensagem! Chamou de imediato a sua amiga Rita, que deambulava pelo areal, tentando encontrar pequenas conchas para fazer um colar. - Rita, Rita! – chamou o Afonso. - Qual é a pressa? – perguntou a Rita. - Nem imaginas o que encontrei! – exclamou o Afonso, entusiasmado. - O que tens na mão? Um papel velho? – perguntou a Rita. - Encontrei uma garrafa fechada com esta folha de papel lá dentro. – disse o Afonso. - Mostra lá, já estou curiosa. – pediu a Rita. - É uma mensagem. Parece um enigma. – exclamou o Afonso. Os dois amigos, muito entusiasmados, leram a mensagem: “Para o tesouro encontrar, da Natureza deves cuidar”. Ficaram muito confusos. Não sabiam o que significava o enigma, mas queriam muito encontrar o tesouro. Leram e releram a mensagem e pensaram que deviam cuidar da Natureza. - Bem, já que não há ondas para surfar, não vamos ficar parados. – afirmou o Afonso. - Vamos limpar a nossa praia, para da Natureza cuidar. – declarou a Rita. - Mas temos de arranjar ajuda. Só os dois nunca vamos conseguir limpar todo o areal. – lembrou o Afonso. Então, os dois amigos correram até à casa da Rita, que ficava logo ali à frente. Decidiram enviar um e-mail a todos os seus amigos para conseguirem ajuda: “Estás em casa, aborrecido(a), sem nada de interessante para fazer? Vem ter connosco à praia, daqui a uma hora. Só tens de trazer sacos para o lixo e luvas. No fim, vais ter uma recompensa. Podes trazer a tua prancha de windsurf. Contamos contigo! Rita e Afonso.” A Rita e o Afonso pegaram em sacos para o lixo e em dois pares de luvas e voltaram para a praia. - Será que vai aparecer alguém? – perguntou a Rita. - Olha para ali, estão a começar a chegar! – disse espantado o Afonso, quando viu imensos amigos a chegar ao areal. Juntaram-se todos à volta do Afonso e da Rita, munidos de sacos para o lixo, luvas e com as suas belas pranchas de windsurf. - Para que é que nos chamaste? Nem sequer há ondas! – resmungou a Luísa. - E para que é querem estes sacos e estas luvas? – acrescentou o João. Calmamente, o Afonso mostrou o enigma que tinha encontrado dentro da garrafa. Todos ficaram atentos e espantados. Queriam encontrar o tesouro e concordaram com o Afonso e a Rita que, para cuidar da natureza, deviam limpar a praia. Estavam entusiasmados com a ideia, porque queriam descobrir o tesouro. Meteram mãos à obra e, ao fim da tarde, a praia estava limpa e com uma beleza incrível! Estavam extenuados e sentaram-se numa roda no meio do areal. - E agora, a praia está limpa! Já cuidámos da Natureza. Onde está afinal, esse tesouro? – perguntou a Luísa indignada. 15


Em silêncio, todos olharam à sua volta. Estava um pôr-do-sol magnífico, os seus raios dourados refletiam na água cristalina e iluminavam o areal limpo, onde apenas se viam belas conchas reluzentes. O vento fez-se sentir e o som das ondas a crescer e a chegar à praia despertou todos os amigos. - É isso, descobri o tesouro! – exclamou o Afonso. - Olhem à nossa volta. O tesouro é a nossa praia. Vejam como está bela e limpa. Nunca tinha reparado como era tão especial. – afirmou o Afonso. - Já percebi. – disse a Rita. – “Para o tesouro encontrar, da Natureza deves cuidar”, significa que o nosso maior tesouro é a Natureza, que devemos cuidar e preservar. - Boa! – gritaram os amigos em coro. - Agora podemos aproveitar estas ondas magníficas! Peguem nas pranchas de windsurf e vamos surfar! Vamos aproveitar o que a Natureza nos oferece! – exclamou com entusiasmo o Afonso. E assim, o Afonso, a Rita e todos os seus amigos terminaram o seu dia naquela bela praia, divertindo-se bastante e com uma sensação de dever cumprido. Escola Básica Moita nº 2 | História coletiva - B2.7 – 2º e 3º ano | Professora titular: Andreia Costa

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Ilustração: turma B2.7

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… Afonso agarrou a garrafa verde. Observou-a e viu que não estava partida. Abriu-a rapidamente e tirou a folha toda enroladinha. Ficou admirado quando viu que era um mapa, assinalando um sítio com um grande X. Avisou a Rita e dois reconheceram o local do mapa. As grandes grutas estavam mesmo ali e o mapa marcava exatamente onde tinham de entrar na água. Eles percorreram a praia e molharam os pés. A Rita disse: - Não devíamos entrar. A mãe sempre disse que este local era perigoso. - Estás sempre a fazer birras. – disse o Afonso. - É perigoso, mas acho que podemos espreitar. Se virmos que é demais para nós, voltamos para trás. - Fixe. – disse o Afonso. Estudaram o mapa e pensaram no grande mergulho que teriam de dar. Mas não era nada que já não tivessem feito. E foram sem pensar mais. Mergulharam até à profundidade que o mapa indicava e encontraram rochas escuras e apertadas. Por entre gestos e movimentos exagerados, decidiram que o Afonso entraria em primeiro lugar e a Rita logo de seguida. Quando o Afonso entrou na rocha, ficou sem palavras. Lá dentro, existia uma bolsa de ar. Era possível respirar lá dentro, era possível andar em pé lá dentro; a água era de um azul-turquesa maravilhoso e algures lá dentro o Sol conseguia entrar. A Rita estava encantada. - Como é que isto é possível? – perguntou a Rita. Onde os raios de sol batiam na rocha, estava marcado um grande X.O X igual ao do mapa. Afastaram as pedras e encontraram aquilo que nunca esperaram. Uma arca já antiga, cheia de pérolas e muitas moedas de ouro. Devia pertencer a alguém muito rico ou a um barco de piratas. Pensaram eles. Os dois encostaram-se um ao outro, muito cansados e deixaram-se rir. O dia iria acabar com muita emoção. Os dois levaram a arca até aos pais, que vivam com dificuldades, e a partir desse dia passaram a viver sem problemas económicos. O Afonso, como não podia ficar parado, decidiu fundar uma associação para proteger as espécies marítimas e as praias onde ele fazia surf. E, é claro, a Rita ajudava-o. Escola Básica Moita nº 2 | História coletiva: B2.8 – 3º ano | Professora titular: Teresa Marques

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Ilustração: turma B2.8

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… Afonso era um rapaz muito curioso e que adorava aventuras. Logo, aquela garrafa provocou-lhe alguma inquietação. Chamou a Rita e disse-lhe: - Olha! No meio desta lixeira toda encontrei esta garrafa. - Tem qualquer coisa lá dentro! – exclamou a Rita. Com muita ansiedade, Afonso não resistiu e abriu a garrafa. Quando desenrolou a folha de papel, já amarelada do sol, viu que era um pequeno mapa que assinalava uma gruta. - O que te parece que seja? – perguntou a Rita intrigada. - Parece-me que marca o caminho para uma gruta a 1 Km daqui. – respondeu Afonso. - Já que o mar não está para surfar, porque não irmos até lá? – propôs o rapaz. - Achas que devemos? E se nos perdermos? – perguntou nervosa a Rita. - Não temos mais nada para fazer nesta praia chata. – comentou o Afonso. Os dois amigos resolveram então seguir o caminho do mapa. Passaram por imensas dunas até que encontraram um grande rochedo com uma abertura estreita. Lá dentro, avistaram ao longe uma luz brilhante e resolveram seguir em frente. - Que frio que está aqui! – disse a Rita. - Não queres desistir, pois não? – perguntou o rapaz. - Claro que não! Agora fiquei curiosa. – respondeu a menina. Os dois continuaram a avançar até que encontraram, meio enterrada na areia, uma caixa de madeira. Resolveram escavar e retirar a caixa entreaberta e, qual não foi o seu espanto, quando dentro dela brilhavam pérolas, ouro, prata e algumas moedas de ouro. Os dois parceiros olhavam com os olhos muito arregalados. - Que vamos fa-fa-fazer? – gaguejou o Afonso. - Acho que devemos deixá-la onde está. Não sabemos a quem pertence e pode trazer-nos problemas. – comentou a Rita. - Não me digas que acreditas em piratas? – gozou o Afonso. - Claro que não! Mas se forem ladrões? – perguntou a Rita. - Custa-me deixá-la! Mas tens razão! – afirmou o Afonso. - Vamos voltar para a praia e fingir que não vimos nada. Talvez as ondas tenham resolvido aparecer. – exclamou o menino. Os dois parceiros regressaram em silêncio à praia e, na algibeira dos calções do Afonso, algo brilhava… Escola Básica Moita nº 2 | História coletiva: B2.9 – 2º e 3º ano | Professora titular: Susana Machado

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Ilustração: turma B2.9

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… O Afonso abriu a garrafa e chamou a Rita: - Rita, vem cá ver o que encontrei! Os dois amigos viram que o papel enrolado era um mapa de um tesouro escondido. Observaram o mapa com muita atenção e verificaram que o tesouro estava escondido naquela praia. Nessa mesma praia havia muitas rochas e uma gruta. Os meninos seguiram as pistas do mapa e chegaram à gruta. Quando entraram depararam-se com três caminhos e em cada um deles havia uma frase. Subitamente, no mapa apareceu uma pergunta: - O que devem fazer à garrafa? O Afonso e a Rita olharam um para o outro: - E agora?! Então leram as frases dos caminhos com muita atenção. No caminho da esquerda dizia: “Se ao ecoponto não vais chegar, para o mar me deves levar!”; o caminho do meio dizia: “Se não vou para o pilhão, deverás levar-me para o papelão!”; no caminho da direita dizia: “Se o vidrão não vai até à garrafa, vai a garrafa para o vidrão!”. Ao lerem isto, a Rita disse: - Na minha opinião, devemos seguir pelo caminho da direita, porque as garrafas devem ir para o vidrão. O Afonso concordou e lá foram eles. Estava escuro, mas conforme iam andando o caminho iluminava-se, como que por magia. Encontraram uma sala com uma mesa e um vidrão. Ao entrarem na sala colocaram de imediato a garrafa no vidrão e em cima da mesa estava uma mensagem: “Parabéns, desvendaram o enigma!” Na sala, havia uma porta que abriram, encontrando finalmente o tesouro. O tesouro era um bonito aquário, com um lindo peixe palhaço, e que tinha escrito no vidro: “No mar me deves colocar!” Para além do aquário, estavam duas maravilhosas medalhas de Protetores do Ambiente. A Rita e o Afonso sentiram-se bastante orgulhosos e voltaram à praia para colocar o peixinho no mar. De repente, ouviram a mãe da Rita a chamar. Então voltaram para casa felizes, porque tinham ajudado a proteger o ambiente. Escola Básica Moita nº 2 | História coletiva: B2.11 – 3º e 4º ano | Professora titular: Guida Martins

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Ilustração: turma B2.11

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… - Ai! – disse Afonso. Rita olhou e viu que Afonso se tinha aleijado. Então, foi ter com ele e perguntou: - O que se passa? - Bati numa garrafa. - Olha! Tem um papel lá dentro! – exclamou a Rita. Começaram a ler, até que descobriram que era um mapa do tesouro. Então, o Afonso disse: - Rita, vamos ver até onde o mapa nos leva? - Oh. – respondeu a Rita. Então lá seguiram o caminho. Foram andando, seguindo as pistas, mas foram dar a um buraco que estava na areia da praia. Afonso ia à frente e Rita atrás. Foi então que Rita ouviu: - Ahhhhhhhhhhh! Rita não via Afonso. Percebeu então que Afonso tinha caído no buraco. Rita atirou uma corda ao Afonso e disse: - Sobe! Mas Afonso não subiu e disse: - Desce, isto é lindo! Rita prendeu a corda a um ramo e desceu. Quando chegou lá abaixo, viu que estava numa casinha do mar feita de coral, onde havia também muitos diamantes e cristais. Então viram uma sopa, da qual cada um quis comer um pouco. Depois, leram um aviso que não tinham visto e que dizia “poção de sereia”. Começaram logo a sentir comichão e, quando deram por eles, já eram sereias! A rastejar, foram para o mar, onde viram muitos animais e plantas marinhas. - O mar é tão lindo! – exclamou a Rita. Surgiu então um imprevisto. Estava a aproximar-se um barco pirata. Quando o barco chegou perto, Rita continuava a passear, mas o Afonso, como era muito curioso, deu a volta ao barco. Quando voltaram à superfície, perceberam que eram os seus pais que estavam à sua procura. Depois de ouvirem o que os seus pais tinham para lhes dizer, foram todos mergulhar naquele mar lindo, que se confundia com o céu. Foi um dia maravilhoso! Escola Básica Moita nº 2 | História coletiva: B2.12 – 4º ano | Professora titular: Alexandra Soares

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Ilustração: Marina Dias - turma B2.12

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… Então, os meninos abriram a garrafa e leram a mensagem: alguém precisava de ajuda. A mensagem dizia o seguinte “Uma onda gigante levou-me para um lugar distante. Procurem-me, seguindo os cavalos-marinhos. Quero ir para junto dos meus pais”. Afonso e Rita sentiram que tinham de ajudar essa pessoa. Para isso precisavam de algo que os transportasse. Mas o quê? Olharam em seu redor e só avistaram lixo espalhado, muito lixo. Lembraram-se de uma aula sobre a importância dos 4 R’s (Reduzir, Reutilizar, Recuperar e Reciclar). Meteram mãos à obra para construir uma jangada com as latas, garrafas e sacos de plástico. Ataram as garrafas e latas com os sacos e, como remo, usariam a prancha de windsurf de Afonso. A jangada estava pronta para iniciarem a viagem. Mas faltava uma coisa: encontrar os cavalos-marinhos. - Onde estarão os cavalos-marinhos? Sem eles não podemos iniciar a nossa missão – disse a Rita. Mas logo a seguir ouviram uma melodia suave vinda do mar. Prestaram muita atenção e seguiram a melodia. Olharam para o mar e avistaram os cavalos-marinhos. Colocaram a jangada e seguiram-nos. Eles faziam muitas acrobacias. Os dois irmãos navegaram durante algum tempo na água calma do mar mas, de repente, o céu começou a ficar com muitas nuvens cinzentas e carregadas de água. A tempestade chegara e a jangada começou a balançar cada vez mais e com muita intensidade. Então, Afonso e Rita começaram a remar com mais força para poderem seguir os cavalos-marinhos. Mas, sem eles esperarem, uma onda gigante levou-os para uma ilha onde havia muitos coqueiros e uma gruta. Os meninos começaram a percorrer a ilha e encontraram outra garrafa com outra mensagem que dizia o seguinte: “Estou na ilha. Por favor, procurem-me!”. Eles sentiram-se cada vez mais confiantes e continuaram a percorrer a ilha mas já estavam a ficar cansados e quase a desistir, quando viram um menino à entrada da gruta. - Como te chamas? – perguntou o Afonso. - Chamo-me Pedro. Uma onda gigante trouxe-me para aqui e mandei uma mensagem numa garrafa. - Então és tu o menino perdido? Nós viemos à tua procura. - Sim, sou eu, sou eu. Obrigado! - Agora que já te encontrámos, acho melhor voltarmos para a nossa praia. -disse a Rita. Meteram-se na jangada e, com a ajuda dos cavalos-marinhos, voltaram ao sítio de onde tinham partido, desta vez sem ondas gigantes e tempestades. Quando lá chegaram, tinham os pais à sua espera e todos se abraçaram muito emocionados. Ainda nesse dia, contactaram com os pais do Pedro para lhes darem a boa notícia. No dia seguinte, todos foram para a praia. Havia muito trabalho a fazer: tirar todo aquele lixo. Mais uma vez, meteram mãos à obra e, ao fim do dia, a praia estava linda e sem lixo nenhum. E agora, até o Afonso já podia usar a sua prancha de windsurf pois os cavalos-marinhos, com as suas acrobacias, faziam ondas naquele mar de seda. Também a onda gigante que tinha levado o menino, tinha-se tornado mais meiga pois finalmente tinha encontrado uns amigos que protegiam a praia e o ambiente. Escola Básica Moita nº 2 | História coletiva: B2.13 – 4º ano | Professora titular: Célia Romão

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Ilustração: turma B2.13

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2ยบ CICLO


… Afonso conseguiu abri-la e retirou o que parecia ser uma mensagem. Ao ler a mensagem verificou que era um pedido de ajuda do fundo do mar. A Rita apareceu e perguntou-lhe: - O que é que se passa, Afonso? Estás com um ar muito preocupado. -Descobri um SOS do próprio mar. Pede ajuda. -Não percebi a mensagem. Lê-a tu para veres se percebes. “Atenção humanos, queremos a vossa ajuda “Há um cristal negro que espalha a morte no fundo do mar. Se não o destruírem toda a vida do mar desaparecerá…” -Temos de ir ao fundo do mar, um amigo da minha mãe é biólogo marinho e talvez nos possa ajudar. No dia seguinte a mãe da Rita contactou o Sr. Samuel Salvador para expor o problema. O senhor Samuel Salvador reuniu de emergência com outros cientistas para ajudar o grande mar. Prepararam um submarino amarelo com riscas vermelhas, em forma de peixe, quatro janelas redondas, escamas de metal faróis muito redondinhos. Dia 13 de novembro de 2025 iniciou-se o salvamento no mar. O Afonso e a Rita vestiram um fato especial de mergulho. E o Sr. Samuel Salvador vestia algo de muito bizarro: um fato camuflado à prova de água, algas coladas ao fato, com uma antena. E lá submergiram no mar. Navegavam à média profundidade, quando observaram uma pedra negra gigantesca envolvida por uma luz intensa. -Oh! O que é aquilo tão fascinante?- perguntou o Afonso. - É o famoso cristal negro, e sempre que aparece, deixa sempre um rasto de destruição. - O problema é grave -disse a Rita. - Só há uma solução. Respondeu o Sr. Samuel. É destruir a pedra, com raios laser, senão não conseguimos salvar a vida do mar. Temos de recorrer à pedra da luz que nos dará energia para destruir o cristal negro. Retomaram a viagem e dirigiram-se para uma gruta de cristais, para encontrar a pedra da luz, mas havia um obstáculo, passar o teste da coragem. Afonso passou o teste da coragem: derrubou uma enorme pedra que nunca ninguém conseguira derrubar, só com muita força de vontade. Abasteceram-se de energia fornecida pela pedra da luz e dirigiram-se para o cristal negro. Carregaram num botão e saíram do submarino, duas longas tenazes prateadas que desfizeram o cristal negro em mil pedacinhos. Depois foi derretido com raios a laser. A missão foi bem-sucedida! Ao regressarem a superfície da água, toda a poluição, tinha desaparecido. Os meninos e o Sr. Samuel Salvador, foram muitos elogiados e aplaudidos pela população numa cerimónia na Câmara Municipal. EB 2/ 3 D. Pedro II | História coletiva: 5º A | Profª Manuela Matos

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Imagem 5º A | Ilustração coletiva do 5º A | Profª Paula Lamy (EV)

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… – Que se passa? – exclamou ela. Afonso percebeu que era apenas uma garrafa fechada com uma folha de papel enrolada e decidiu chamar a Rita. – Olha o que eu encontrei! – O que será isso?! Vamos tentar abrir a garrafa! Pode estar alguma coisa escrita nesse papel. Não achas? – perguntou a Rita. Rita e Afonso tentaram de todas as formas, mas infelizmente não conseguiram abrir a garrafa. Passaram dias e noites e a garrafa continuava fechada. Afonso e Rita fizeram uma força enorme e, finalmente, conseguiram abrir a garrafa. Tiraram o papel e leram: – “ Estou perdido aqui! Quando abrirem esta garrafa posso já não estar vivo...” Rita e Afonso procuraram por todo o lado, mas não encontraram ninguém. Afonso desistiu de procurar uma pessoa que podia já não existir. Do nada, apareceram uns rastos muito pequeninos e sumidos, que pareciam ser de uma barbatana... E Afonso pensou: – Que estranho! Nunca tinha visto isto antes! Talvez seja a pessoa que escreveu aquele papel. Mas como hei de saber? Afonso e Rita seguiram o rasto mas... – O rasto desapareceu! – exclamou Afonso. Rita olhou em frente e viu uma criança com uma cauda de sereia, atada a uma árvore. – Será que está bem? – perguntou Rita. Eles correram, desataram-na da árvore e levaram-na para um sítio seguro. Depois, Afonso e Rita perguntaram à pequena, que se chamava Vera, o que se tinha passado. E ela disse: – A minha mãe tem muito dinheiro e, como eu queria ser uma sereia, ela comprou-me uma cauda de borracha. Como dois senhores sabiam que a minha mãe era rica, ataram-me a uma árvore, para pedirem um resgate. - Ah! Agora já percebi. – disseram, Rita e Afonso, ao mesmo tempo. Dias mais tarde, Vera convidou-os para irem a Roma. Eles aceitaram. A mãe da Vera também só teria de concordar, afinal Afonso e Rita foram uns heróis. EB 2/ 3 D. Pedro II | Daniela Zabelo: 5ºC | Profª Ana Grosa

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… Ao ver a garrafa, o Afonso nem quis saber e atirou-a para longe. A irmã, ao ver que ele tinha atirado a garrafa fora, correu a ver se a apanhava. Ao agarrá-la viu que lá dentro estava uma folha. Ficou fascinada e abriu a garrafa para retirar a folha. Mas não era uma folha qualquer. Era um velho pergaminho com um mapa desenhado. Com umas letras minúsculas estava escrito “Se o mar queres salvar, esta máquina tens de encontrar”. Depois de ler estas palavras a Rita foi chamar o seu irmão: – Afonso! Afonso! Olha o que eu encontrei. É um mapa! O Afonso foi logo a correr ver o que se passava. O “X” que marcava o lugar da máquina situava-se numa ilha deserta. Apenas havia uma pequena casa. – Podemos usar o barco que o pai alugou para darmos uma volta pelo mar e tentar encontrar esta ilha. O que achas? – perguntou o Afonso, muito entusiasmado. Foi fácil chegar à ilha, porque não havia muitas ondas. Enquanto viajavam de barco, viam muito lixo na água que estava preta. Ao chegarem à ilha, depressa encontraram uns pequenos destroços que pareciam de uma casa. Saíram do barco e aproximaram-se deles para verem melhor. Sabiam que teriam que ser rápidos, porque a maré estava a subir. Eles vasculharam os destroços, até que encontraram uma pequena máquina, que continha tinha poções químicas desconhecidas. Mas, nesse preciso momento, a água começou a chegar-lhes aos calcanhares. Olharam para trás e perceberam que já não conseguiam chegar ao seu barco, porque com a subida da maré, este se tinha afastado para lá do horizonte. – Já não podemos sair daqui! Não vamos conseguir salvar o mar! – disse tristemente o Afonso. – Tenho uma ideia! – exclamou a Rita. – Podemos construir uma jangada com os destroços da casa de bambu e com o lixo que flutua pelo mar! A isto chama-se reciclar. Os dois irmãos rapidamente construíram a jangada, empurraram-na para o mar e subiram para cima desta. Poucos segundos depois, a ilha ficou submersa... À medida que iam navegando, iam usando a máquina para limpar o mar. Ao chegarem a casa contaram toda esta aventura aos pais, que ficaram muito surpreendidos. Ao mostrarem a máquina a uma empresa de limpeza de lixos marítimos, esta comprou-a para poder salvar o mar. A família foi paga pela descoberta e o mar foi salvo! EB 2/ 3 D. Pedro II | Rodrigo Oliveira: 5º C | Profª Ana Grosa

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… “Para o tesouro encontrar, dois enigmas terás de desvendar. O primeiro enigma é o que agora vais ler, presta atenção ou nunca o vais entender. Continua a procurar e o navio à beira mar tu vais encontrar. Dentro de um baú do navio abandonado irás encontrar o próximo enigma que terás de desvendar.” Afonso começou a correr, cheio de ansiedade de encontrar o navio. Quando chegou à porta do navio estavam dois guardas metade humanos, metade golfinhos que só deixavam passar quem lhes desse algo em troca. Depois Afonso perguntou: - Mas o que é que vocês querem de mim? Não tenho nada para vos dar! - Essa prancha aí parece uma coisa boa para nos dar! -disse um dos guardas. Afonso começou a chorar e disse: - Não vos posso dar a minha prancha, snif, snif, foi a minha mãe que me ofereceu nos meus anos, snif, snif, snif. E os guardas responderam: - Temos pena, se queres passar, alguma coisa terás de nos dar! Afonso, muito triste, deu a prancha aos guardas, que o deixaram passar. Lá dentro, procurou, procurou, procurou e procurou até achar o baú. Quando o encontrou teve uma pequena surpresa…O baú estava trancado! Afonso começou a atirar tudo pelo ar, começando a chorar. De repente, olhou para cima e viu qualquer coisa a brilhar. Foi ver o que era e quando lhe tocou ficou feliz, porque era a chave do baú. Estava presa numa teia de aranha com e o reflexo do sol fazia-a brilhar! Pegou então na chave, abriu o baú e começou a procurar entre as joias. Encontrou outra garrafa com uma folha lá dentro, que dizia: «Este é o segundo e último enigma que vais ter de ler: presta atenção e responde bem, pois quatro desejos te irei conceder. Qual é o adjetivo que… Deixa tudo de bom para trás para vir ter com o tesouro. Com a família preocupadíssima e tu só pensas em ter uma vida riquíssima…» Afonso começou a pensar e a ficar ofendido por lhe terem escrito aquilo. E depois disse: - Ganancioso, eu não sou gan… espera lá é isso… a resposta é ganancioso! De repente saiu do baú uma carta que dizia: «Se quiseres pedir os quatro desejos pede-os agora, mas pensa muito, muito bem, porque só tens uma hora.» Veio-lhe logo um desejo à cabeça e pediu: - Quero uma prancha de surf nova igualzinha à antiga, quero ondas grandes, quero sair daqui e estar em casa e por último… huuum!!! Ah, já sei!!! Desejo que a praia esteja limpa!!! Os quatro desejos foram todos concedidos ao mesmo tempo, e quando chegou a casa começou toda a gente a dar-lhe abraços e beijinhos porque estavam muito preocupados com ele. Ele, de seguida, disse à mãe: 35


- Anda à praia mãe, tenho uma surpresa para ti, mas primeiro fecha os olhos! Levou a mãe para a praia e esta ficou radiante. Perguntou então ao filho: - Foi isto que tu andaste a fazer? - Hum… sim, sim foi!!! -disse o Afonso. Depois, por fim apareceu a Rita com a sua família e ficaram também espantados!!! Ficaram na praia a aproveitar as ondas e o solinho!!! EB 2/ 3 D. Pedro II | Teresa Vilhena - 5º F | Profª Célia Tomé

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… “Eu sei que pode parecer estranho, mas eu não tinha mais nada para fazer. Chamo-me Rita, tenho 16 anos e fiz uma lista de coisas que espero alcançar quando for grande (a lista encontra-se no verso). Eu não sei se esta carta irá ser encontrada, nem quanto tempo irá demorar. O que te peço, a ti que a estás a ler, é que me devolvas esta lista, para que possa ver se consegui alcançar os objetivos de vida que a mim próprio propus. Obrigado. Ah! a morada da minha casa encontra-se também no verso. Maio de 1995”. Bem isto já foi há mais de 17 anos, ela provavelmente já se esqueceu, mas pedido é pedido e eu vou cumprir - pensou o Afonso. Primeiro verificou se a morada ainda era válida. É claro que era do outro lado do Atlântico, mas com isto da internet, não custava nada procurar. Descobriu que sim e que a mesma família ainda vivia naquela morada. E com espírito de cavalheirismo, lá foi Afonso, entregar pessoalmente a lista de espectativas e desejos que Rita fizera há já tanto tempo. No caminho, Afonso pensara em muitas coisas: “Será que ela ainda se vai interessar por isto?; Será que conseguiu cumprir tudo?; Que me vai entregar alguma recompensa…”. Mas nem Afonso sabia que a sua recompensa seria outra. Foi como amor simultâneo à primeira vista. Rita era uma mulher linda, e delicada, tudo o que Afonso sempre desejara numa mulher. Afonso era também tudo o que Rita sempre imaginara num homem: atlético, inteligente, e sobretudo o homem que lhe devolveu o seu maior projeto de vida, embora nunca tivesse consciência de que o fosse. Começaram a encontrar-se e o amor entre eles cresceu e acabaram por se casar. Quando tiveram o primeiro filho, Rita confessou a Afonso que ainda não tinha aberto a lista que ele lhe vinha para entregar, pois estava à espera do momento certo, mas não existia melhor momento do que este. Foi enquanto eles liam a carta que se aperceberam que, apesar de haver coisas que a Rita não conseguiu cumprir, as mais importantes, foram as que conseguiu ao lado do seu marido, que afinal de contas sempre foi o seu príncipe encantado. EB 2/ 3 D. Pedro II | Bruno Carregosa - 5º G | Profª Célia Tomé

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… Afonso abriu a garrafa e desenrolou a folha. A folha tinha desenhado uma ilha e a seguinte mensagem “Se o mar queres salvar, o tesouro tens que encontrar”. Afonso mostrou o achado à irmã. A irmã disse logo: -Temos que descobrir o tesouro. Mas como chegaremos à ilha? Levamos o barco do pai emprestado – respondeu o Afonso, referindo-se a um pequeno barco a remos. Acomodaram-se no barco e Afonso começou a remar. Rita ia consultando o mapa. Depois de navegarem durante algum tempo avistaram uma pequena ilha com um castelo em ruínas. Quando se aproximaram mais, viram que a ilha era povoada por leões-marinhos, pequenas águias e alguns coelhos. Atracaram o barco na praia e Rita disse para Afonso, observando o mapa. - O tesouro deve estar nas ruínas do castelo. Vamos lá espreitar. Correram pela areia macia até ao castelo. Entraram a correr no castelo. Depois de passarem as ruínas a pente fino, chegaram à conclusão de que não estava nas ruínas. Afonso apoiou as mãos numa rocha, desolado. De repente a pedra moveu-se para o lado! Afonso, curioso e excitado, espreitou para dentro da abertura. Lá dentro estava um pequeno baú! Afonso chamou a irmã e, juntos, retiraram o baú da abertura. Com a ajuda de uma pedra, Afonso abriu o baú. Lá dentro estavam umas folhas de papel amarelecidas pelo tempo, todas enroladas. Rita, com um gesto rápido, desenrolou as folhas de papel. Tinham uns desenhos estranhos. - São planos para máquinas ecológicas para salvar o mar da poluição. – disse Rita. Depois de ficarem mais uns minutos a admirar os planos, decidiram voltar para casa. Afonso remou com velocidade. De repente, os remos escaparam das mãos de Afonso. - E agora, como voltamos para casa? – perguntou Rita, com lágrimas nos olhos. Pouco depois, aproximaram-se uns golfinhos que empurraram o pequeno barco até à praia. As crianças, chegando à praia, abraçaram os golfinhos. A seguir correram para casa e entregaram os planos ao seu pai. Ele saberia o que fazer. Nos dias seguintes, as crianças tornaram-se heróis. Contaram a todos a história, sem nunca revelar a localização da ilha. Os planos foram usados para salvar o mar. As crianças não podiam estar mais felizes! EB 2/ 3 D. Pedro II | Manuel Oliveira - 6ºB | Profª Manuela Matos

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Ilustrações: Catarina Freixo, Filipa Figueiredo, Manuel Oliveira, Rodrigo Jorge Profª Teresa Chambino (EV)

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… Na folha de papel enrolada Afonso encontrou um mapa do tesouro que tinha um X. Afonso pensou que o X indicava o tesouro por isso chamou imediatamente a Rita: - Rita olha o que eu encontrei. - O que é? - É um mapa do tesouro e o X mostra o local onde está. - Sim, tens razão! - Vamos à procura do tesouro. - Está bem, mas precisamos de um barco. - Tens razão. Ei, vamos levar o barco do meu avô. - Boa ideia, agora vamos pôr-nos à aventura, em busca do tesouro. E lá foram eles para o barco. Analisando o mapa, perceberam que a primeira ilha a que têm de ir, é a Ilha da Caveira, onde terão de enfrentar tubarões. Depois vão para a Ilha do Diabo, onde irão enfrentar o dragão marinho. Por fim, chegarão à ilha do tesouro, onde estará, como o nome indica, o tesouro. Afonso comentou: - Rita, acho que chegámos à ILHA DA CAVEIRA. - Eu não acho, eu tenho a certeza. - Porque dizes isso? - Olha uma grande Caveira na ilha e … tubarões! Nesse momento eles começaram a lutar contra os tubarões, conseguindo derrotá-los. Depois prosseguiram viagem até à próxima ilha. Passadas algumas horas, talvez umas cinco, ou seis… Afonso gritou: -Terra à vista! De repente, apareceu um monstro marinho que deitou água da boca para cima deles, mas eles conseguiram desviar-se rapidamente. Passados alguns minutos avistaram outra ilha. Era a ilha do Tesouro. Quando lá chegaram, viram um X na terra. Escavaram nesse local e encontraram muito dinheiro. Rita perguntou: - Voltamos para casa com este dinheiro? - Nem é preciso perguntares! E lá voltaram os dois, ricos e com grandes sorrisos na cara, para casa. EB 2/ 3 D. Pedro II | Paulo Duarte - 6ºB | Profª Manuela Matos

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Ilustrações: Paulo Duarte, Duarte Lourenço, Daniel Henriques, Catarina Casimiro e Beatriz Marques Profª Teresa Chambino (EV)

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… Afonso pensou que talvez fosse um mapa de um tesouro perdido ao longe, num lugar que ninguém conhece. O dedo do pé doía-lhe muito, mas a alegria era tanta que chegou a casa num instante. Mal chegou a casa, mostrou a garrafa aos pais, os quais lhe disseram que só partindo a garrafa, descobriria que mensagem transportava. Foram ao quintal e, assim que partiram a garrafa, o papel quase lhe saltou para as mãos. Quando desenrolou a folha, não viu nenhuma mensagem escrita. Viu um desenho de uma praia com areia branca, água transparente e palmeiras altíssimas, quase a tocar um sol brilhante. - Que tristeza! - pensou Afonso. Tinha quase a certeza que aquela garrafa misteriosa transportava um mapa de um tesouro. Mas a paisagem era linda! Partilhou o achado com a sua professora de Português. Assim que chegou à escola para mostrar o desenho, a professora disse-lhe que já outros alunos lhe tinham mostrado desenhos encontrados naquela praia. Entretanto, a sua colega Rita aparece. Trazia na mão um rolo de papel, igual ao de Afonso, onde também estava desenhada uma praia muito bonita. Um outro colega de Afonso, o Manuel, aproxima-se, e entrega à professora um papel onde se encontra escrito: “Estão todos convidados a limpar a nossa praia, para um dia celebrarmos a grande festa da Natureza”. Era uma mensagem que também tinha sido encontrada numa garrafa. Todos os alunos que receberam a mensagem, resolveram aceitar o convite. Também se juntaram mais alunos, professores e até outras pessoas de fora da escola. Depois de muito trabalho, a praia ficou limpa e parecida com aquelas que estavam nas mensagens. Afonso nunca mais se magoou a praticar windsurf. Ainda hoje, não se sabe quem enviou aquelas mensagens nas garrafas. Isso será sempre um mistério. Mas, o que interessa é que a praia ficou linda, um verdadeiro tesouro. EB 2/ 3 D. Pedro II | David Frazão - 6º B | Profª Manuela Matos

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Ilustrações: Alexandre Mansidão, Camila Rei, David Frazão, Débora Marinheiro e Ricardo José Profª Teresa Chambino (EV)

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… Afonso gritou bem alto: - Rita, Ritinha, chega aqui. A Rita veio a correr desajeitadamente. - O que foi Afonso? – perguntou a Rita – Parece que viste um fantasma! - Não Rita! Nada disso – respondeu-lhe – chamei-te porque encontrei esta garrafa com um papel lá dentro. A Rita olhou com curiosidade como quem diz “De que estás à espera?” Afonso ao aperceber-se do olhar da Rita, prosseguiu a leitura. “O mar é maravilhoso, é límpido, puro e cristalino que brilha como um diamante. Com ondas a espumar de violência e a cada momento trazendo consigo e levando um ar de inspiração e felicidade. O mar é uma obra-prima delicada, que por nós humanos não merece ser maltratado. O mundo já está a sofrer, o mar a desfalecer, as árvores e plantas a curvarem-se diante da escuridão”. E os animais? – interrompeu a Rita. - Calma Rita – zangou-se Afonso. “E os animais em vias de extinção e cheio de medo dos humanos”. Por baixo deste texto realista estava escrito: “Assinado: Luísa Ducla Soares”. - Sabes que esta escritora se tem dedicado à literatura infanto-juvenil? – disse-lhe o Afonso. Uau! Que autora dedicada – disse a Rita. As obras dela de que mais gosto são: “Histórias de bichos” e “Poemas da mentira… e da verdade”. Oh, mas que pena! As flores estão a morrer – disse a Rita muito triste. - Não fiques assim, porque ainda há esperança, se o país se unir e colaborar… Ah! Ia-me esquecendo, enviei uma carta ao Presidente da República que, neste exato momento, está a tratar de uma campanha a fim de resolver esta situação. Rita, ao ouvir estas palavras, levantou o seu olhar e deu um abraço apertado a Afonso. Depois de algum tempo passado. A turma do 6ºB da Escola Básica D. Pedro II, elaborou textos maravilhosos e muito criativos, sobre o mar, todos juntos, por uma causa, um país melhor. EB 2/ 3 D. Pedro II | Ana Célia - 6ºB | Profª Manuela Matos

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Ilustrações: Açucena Tchuda, Mª José Batista, Ana Célia, Raquel Costa, Carolina Azevedo Profª Teresa Chambino (EV)

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... Ao encontrar a garrafa, o Afonso foi ter com a Rita, para só depois a abrir. Afonso ao chegar perto da Rita disse: - Rita olha, olha o que eu descobri. Rita olhou para a garrafa e exclamou: - Abre, será que a garrafa tem la dentro um tesouro? O que será? O Afonso abriu a garrafa e leu o que dizia no papel que era - “Ajudem … há uma baleia ferida, está numa ilha. Ajudem”. Como o Afonso gostava muito de aventuras, ele resolveu ir ajudar o homem e a baleia que lhe pediram ajuda. De repente lembrou-se que o seu pai tinha um barco tão veloz, ele foi-lhe pedir se o emprestava. -Pai, emprestas-me o teu barco, por favor? -Está bem, mas tem cuidado. Depois do pai do Afonso lhe ter emprestado o barco, o Afonso foi ter com a Rita e disse: -Rita, vamos ajudar a baleia e o homem que estão na ilha. -ok, vamos ajudar, mas primeiro vamos chamar o veterinário, porque a baleia esta ferida. Depois do Afonso e a Rita chamarem o veterinário foram pelo mar até chegar á ilha, A Rita estava sentada no barco a sentir a brisa do vento nos seus cabelos ruivos e a ouvir o som do mar, de repente a Rita viu um pouco de terra e disse: -Está ali a ilha Afonso, está ali. O Afonso arrancou o barco a alta velocidade e passado um pouco, ele a Rita e o veterinário já estavam na ilha. Ao chegarem à ilha viram o homem que tinha escrito a carta que estava na garrafa. O homem tinha cabelos castanhos e os olhos azuis e disse: - Venham, a baleia está muito ferida. Ao chegarem perto da baleia o Afonso e a Rita disseram ao mesmo tempo: - A baleia é tão grande. - Porque é que ela está assim, Sr. Veterinário? Perguntou a Rita ao veterinário. A baleia enquanto nadava no mar, engoliu água com petróleo. O Afonso e a Rita queriam descobrir o quê ou quem teria deitado petróleo ao mar. De repente o Afonso reparou que no mar estavam restos de petróleo que faziam um caminho. Depois de terem tratado a baleia, o Afonso, a Rita e o veterinário, foram seguir o rasto de petróleo, até chegarem a uma fábrica que deitava petróleo para o mar. O Afonso e a Rita foram falar com o proprietário dessa fábrica e contaram o porquê de a baleia ficar ferida. Depois o Afonso e a Rita ajudaram a fábrica que estava rodeada de árvores, a não deitar petróleo para o mar. EB 2/ 3 D. Pedro II | Magda Silva - 6ºD | Profª Paula Marques e Profª Sílvia Silva

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… Afonso chamou a Rita e disse-lhe: -Rita, Rita!!! Olha o que eu descobri. A Rita viu a garrafa e perguntou-lhe: - Uauuu! O que será? - Não sei. – disse o Afonso. - Abre! – exclamou a Rita entusiasmada. Eles abriram o papel que estava embrulhado e era um pedido de socorro que dizia: “ Por favor, quem estiver a ler esta mensagem venha até ao fundo do mar. A nossa aldeia está em perigo e Zorg quer-nos destruir. Por favor venham”. O Afonso e a Rita não sabiam o que fazer, e de súbito o Afonso disse: - Olha ali! - Que foi? – perguntou a Rita. - Não consegues ver uma coisa brilhante ali ao fundo?! – disse o Afonso. Eles foram ver e era ouro. - Fantástico! – disseram os dois ao mesmo tempo. - Ouro! O que é que fazemos com ele? – perguntou a Rita. - Vamos comprar todos os brinquedos do mundo! – respondeu o Afonso. Quando eles iam embora apareceu um ser mágico e disse: - Não gastem o ouro em brinquedos, a nossa aldeia precisa dele para afastarmos Zorg da nossa aldeia. O Afonso e a Rita nem pestanejaram ao ver um ser mágico. Durante algum tempo ficaram perplexos a olhar para o mágico e depois olharam um para o outro e perguntaram como é que o ouro poderia salvar aquela aldeia de Zorg. Então o Afonso perguntou: - Diz-nos sábio, como vamos nós salvar aquela aldeia com o ouro? O sábio olhou para as duas crianças e disse-lhes: - Só vocês podem fazer com que Zorg se afaste da aldeia do fundo do mar. Ele anda à procura da riqueza e pensa que este ouro está na aldeia. O que ele não sabe é que este ouro só poderá ser usado para fazer o bem, se for para ser usado por pessoas más, ou por alguém que só pense em si próprio, o ouro assim que sair do mar transformar-se-á em areia da praia. - Ah! Fantástico! – disse a Rita, parecendo estar a viver um conto de fadas. Então puseram-se dentro de um barco em direção à zona onde poderiam descer à aldeia no fundo do mar, como lhes indicara o sábio mágico. - Chegámos, Rita. – disse o Afonso. - Este lugar é fantástico, Afonso! Tanta luz, é maravilhoso! Como é possível existir alguém que queira destruir esta aldeia?! – disse a Rita indignada com tamanha crueldade existente no coração de Zorg. - É verdade Rita, mas temos que nos apressar e levar este ouro ao chefe desta aldeia. – disse o Afonso enquanto se apressava a prender o barco e se aproximava de um gigantesco túnel, que os levaria à entrada da aldeia. 47


De repente, a Rita olha para trás e observa que está a anoitecer, e grita: - Corre Afonso está a anoitecer e não teremos muito tempo até Zorg chegar. - Pronto Rita, o ouro já está na caixa que o mágico nos indicou e agora podemos entrar na aldeia e procurar o chefe da aldeia. – dizia o Afonso enquanto agarrava na mão da Rita e corria em direção à entrada. Ao entrarem, encontraram seres lindos, pareciam humanos pequenos, crianças como eles, cheios de alegria nos rostos e pareciam felizes a brincar com conchas, búzios, cavalos-marinhos. E a Rita, apressada, perguntou sem sequer cumprimentar ou apresentar-se: - Onde está o vosso chefe? Precisamos falar-lhe com urgência. - Sim, sim, por favor é mesmo muito urgente. – afirmou o Afonso. Logo aquelas crianças da aldeia os conduziram ao seu chefe. Porque, apesar de brincarem felizes, sabiam que corriam perigo e reconheceram a caixa mágica. Deduziram logo que estas crianças vinham para o bem da aldeia. Ao verem o chefe, um homem velhinho, mas também ele pequenino, como se fosse uma criança velhinha, Afonso e Rita suspiram de alívio, pois a sua missão estava terminada. Foi então que o chefe da aldeia lhes diz: - Caros amigos, sei porque estão aqui à minha procura e sei também que sois meninos corajosos, pois nem todos fariam pela minha aldeia o que vocês fizeram. Por isso vos agradeço muito. - Sabes? Mas és adivinho? És sábio como o mágico que encontramos? – O Afonso curioso, encheu assim o chefe da aldeia com perguntas. - Não, meu amigo! Apenas sei que o sábio mágico vos encontrou e vos falou da importância deste ouro para a nossa aldeia. Pois Zorg quer este ouro para em troca nos deixar e nunca mais poderá por os pés nesta aldeia. – respondeu-lhe o chefe da aldeia. - Então apressemo-nos a entregar-lhe este ouro para que a vossa aldeia fique a salvo, antes que chegue a meia-noite e Zorg invada a vossa aldeia. - apressou-os. Rita correu em direção a zona onde Zorg se encontrava e todos os outros correram com ela, e rapidamente chegaram a Zorg. O chefe da aldeia aproximou-se de Zorg e disse: - Toma, Zorg, o que querias. Está dentro desta caixa o ouro que tu pensas ser a tua felicidade. Mas pensa bem no que vais fazer, pois ainda há tempo de seres feliz aqui na nossa aldeia com a simplicidade e felicidade em que vivemos sem precisarmos deste ouro. Basta que para isso devolvas o ouro a alguém que encontres com muitas necessidades. - Ah! Ah! Ah! Ah! Finalmente é meu, todo meu! Serei o mais rico do mundo e farei tudo o que eu quiser. Achas que me convences de que isto em que vives é a felicidade, está enganado. - Agora sou rico, rico, rico! – respondeu-lhe Zorg, apressando-se para sair da aldeia. - Espera Zorg! Antes de saíres daqui terás que prometer que nunca mais voltarás conforme o combinado – disse-lhe o chefe da aldeia. - Claro que sim! Prometo nunca mais pisar nesta aldeia. Achas mesmo que com todo este ouro irei precisar de vocês, só se for para me servirem. - respondeu Zorg em tom de ironia. Zorg saiu da aldeia, entrou para o seu barco e foi rumo ao que pensava ser a sua felicidade. A caminho da praia, Zorg pensava de felicidade: “Estou rico, vou gastar todo este dinheiro comigo, 48


quero lá saber de quem precisa, eu é que preciso de ser rico e feliz”. Chegando a terra firme, ajoelhou-se com a caixa à sua frente e quis abri-la para mais uma vez encher os olhos com todo aquele ouro. Ao abrir o saco assustado e espantado Zorg, gaguejando gritava: - Mas… Mas! O que é isto! Onde está o meu ouro?! Só vejo areia... Zorg voltou para trás com muita raiva e quando se aproximou da aldeia, reparou que existia um escudo transparente que protegia a aldeia. Aproximou-se e quis entrar, mas felizmente para os aldeões, Zorg não conseguiu passar por aquele escudo. Então Zorg gritava: - Deixem-me entrar seus ladrões! Irei vingar-me! Voltarei para vir buscar o meu ouro, muito ouro, todo meu… Então eis que surge o sábio mágico e lhe diz: - Zorg, nunca terás ouro enquanto o teu coração estiver com tanta raiva e só pensares em ti. Zorg ouviu as palavras do mágico e surpreendido perguntou-lhe: - Que queres tu dizer com isso? Que não fui roubado? Que todo aquele ouro se transformou em areia por pensar só em mim? - Claro Zorg. Não foste roubado. Pensaste somente em ti e por isso foste castigado. Terás de reconhecer que a maior riqueza não é o ouro, mas sim os amigos à nossa volta – respondeu-lhe o sábio mágico. Enquanto isto, na aldeia, Rita e Afonso despediam-se dos amigos novos e do chefe da aldeia do fundo do mar e muito emocionados partiram para as suas casas e prometeram voltar muito mais vezes para os visitar e brincar com eles. Nunca penses só em ti, pensa em todos os que te rodeiam e principalmente nos que precisam de ti. Ao fazeres alguém feliz estarás sempre muito feliz! EB 2/ 3 D. Pedro II | Marco Mosca - 6ºD | Profª Paula Marques e Profª Sílvia Silva

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A folha estava enrugada como a pele do seu avô, mas ainda se conseguia ver a

mensagem que lá estava. Afonso leu e viu que era um mapa do tesouro. Curioso, não disse nada à Rita, e foi ter com o seu tio que alugava

barcos. A Rita chegou ao pé dele e

disse: - Onde é que vais, Afonso? - Vou ter com uns amigos – respondeu, mentindo. - Também posso ir contigo? – perguntou a Rita. - Não, vai ter com as tuas amigas – respondeu o Afonso. A Rita obedeceu e foi ter com as suas amigas.

O Afonso seguiu caminho e foi ter com o seu tio. Quando lá chegou, estava um indivíduo

alto, moreno e de olhos azuis, com um ar muito BIZARRO.

- Olá, bom dia! Eu sou sobrinho do Sr. Franklin, ele está? – perguntou Afonso. - Olá, sim ele está, só um momento. – respondeu o indivíduo. Esperou um bocadinho e de repente… - Olá, meu rapazão! – exclamou o tio Franklin. - Olá, tio, tenho um assunto para falar consigo. -

Chuta! – respondeu o tio Franklin.

- Eu quero alugar um barco. – DESEMBUCHOU o Afonso. - O quê? Para quê? – perguntou o tio Franklin,

surpreendido.

- Eu não lhe posso explicar, tio, por favor… - Não sei, Afonso é muita RESPONSABILIDADE… - Por favor, tio, prometo que serei responsável, por favor… - implorou o Afonso. - Está bem, mas é para quê? – insistiu o tio Franklin, dando-lhe as chaves do barco. - Eu depois explico-lhe. É por uma boa causa. Obrigado, é o melhor tio

do mundo! – disse o

Afonso, saltando para o barco. Partiu, seguindo o

mapa.

Dentro de minutos, tinha chegado à

ilha.

Esta era linda, cheia de palmeiras e com um ar muito Meteu pés ao caminho, e foi dar com uma

misterioso.

GRUTA DE PEDRA.

Entrou lá e apanhou um grande SUSTO com um lagarto que lá estava. Foi andando e andando até chegar a um cruzamento. E este cruzamento, não estava no mapa. Não sabia que caminho havia de escolher.

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E pensou que estava tudo perdido, mas, de repente, aparece uma olhos castanhos e era loira.

rapariga, linda, de

- Olá, o que estás aqui a fazer? – perguntou a rapariga. - Isso pergunto eu! – disse o AFONSO. - Eu estou perdida aqui. – exclamou a menina. - Como é que te chamas? – perguntou o Afonso. - Eu chamo-me Carolina, e tu? – perguntou.

- Eu sou o Afonso. Olha, sabes se existe aqui algum tesouro escondido? - Sim, há e eu sei onde está. – respondeu a Carolina. - Então, diz-me onde está e eu quando sair daqui, levo-te para a CIDADE. - Não, eu não quero ir para a cidade, eu quero viver aqui. – respondeu a Carolina. - Então que caminho devo seguir? – perguntou o Afonso. - Este aqui. – disse a Carolina, apontando para um caminho

muito escuro.

- Muito bem, obrigado. – agradeceu o Afonso.

Seguiu caminho e foi dar com um enorme baú no fim da gruta. Entusiasmado, abriu o baú e viu que lá estava jóias, ouro, dinheiro e muito mais. Pôs-se no barco e nunca mais viu aquela rapariga linda. Quando regressou a casa, ficaram TODOS

SURPREENDIDOS.

- Então era para isso, o barco. – disse o tio Franklin. - Está a ver, eu disse que era por uma boa causa. – brincou o Afonso. A partir daí, o Afonso nunca mais parou.

Entrevistas, capas de revistas, parecia uma celebridade. Mas nunca mais soube daquela rapariga da gruta.

EB 2/ 3 D. Pedro II | Marta Caldeira - 6ºD | Profª Paula Marques e Profª Sílvia Silva

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L

… á dentro estava uma folha de papel toda enrolada. O Afonso gritou:

-Vem ver Rita, encontrei uma garrafa com uma mensagem dentro! A Rita foi ver e disse ao Afonso para a abrir.

A mensagem dizia: “- Olá amigos, estamos por este meio a informar que a AAS (Associação Ambiente Seguro) recebeu a notícia de que vários peixes morreram durante um acidente de uma fábrica que derramou petróleo no mar. O mais estranho é que os peixes eram do rio. Por isso tomem conta do ambiente. Obrigado. AAS”

- O que é que vamos fazer? – perguntou a Rita. - Nós só podemos descobrir porque é que os peixes eram do rio.

De repente enquanto a Rita e o Afonso pensavam, apareceu um barco verde como as algas e lá dentro estava um homem que se chamava Carlos. Era pescador e sabia o que acontecera aos peixes.

O Afonso e a Rita foram para o rio com o Carlos e descobriram que os peixes tinham ido para o mar porque o rio estava muito poluído. Então, juntaram-se todos com os seus amigos e foram limpar a praia. Mas os problemas não tinham acabado por ali. Havia um senhor que não queria pôr uma garrafa no lixo. Então, quando ele estava a dormir escreveram na camisola “Sou porcalhão. Gosto de

porcaria!”. Quando acordou ficou a pensar no assunto e nunca mais sujou a natureza. Não se deve ter esquecido mais do sucedido. EB 2/ 3 D. Pedro II | Jéssica Martins - 6ºD | Profª Paula Marques

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…Lá dentro estava uma folha de papel toda enrolada.

Parecia um papiro… Afonso, abriu-a e leu-a. Foi para casa e, no dia seguinte, levou para

a praia o seu fato de mergulho.

- Vou mergulhar! – avisou ele a Rita. - Está bem! – respondeu ela. No caminho, encontrou um peixe, vermelho e amarelo, que lhe disse: - Olá! Como te chamas?

- Ah, ah! Tu falas, não é possível! – admirou-se o Afonso.

- Sim, sou o

Veloz e tu, como te chamas?

- Eu sou o Afonso. Podes ajudar-me? – pediu.

- Não tenho tempo, mas podes encontrar outros peixes, golfinhos e sereias a quem podes pedir ajuda. – informou o

Veloz.

Mais à frente, encontrou uma sereia, que lhe disse:

m.

- Olá, eu sou a Babe

- Eu sou o Afonso. Tens uns lindos cabelos louros, são como fios de ouro e uns lindos olhos azuis, são como o mar. -

Obrigada. Tu tens uns bonitos cabelos castanhos e são tão bonitos os teus olhos

esverdeados.

- Enfim, quando na superfície, encontrei este papel dentro desta garrafa, pareceu-me um pedido de socorro… - Sim, acho que já sei do que se trata… Na Atlântida, existe outra sereia. Já lá está presa há quase cem anos, há quem diga que ainda

m.

continua bela. – esclareceu a Babe

- E onde fica essa Atlântida? – perguntou o rapaz. - Ali à frente.

Afonso, quando chegou à cidade, ficou assustado, pois era uma cidade afundada no mar. Procurou e procurou, até que a encontrou. - Desculpa! És a sereia?

- Sim.

E quando ela se virou, Afonso ficou espantado. - Estás assustado, não é?

Tenho uma maldição. Quem me conseguir descobrir e levar até à superfície, salva-me. - Ah! Então é fácil. Vamos e serás salva. - Está bem, muito Obrigada.

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E assim foi.

- Rita, tenho uma coisa para te dizer. – Disse o menino. - Olha para os meus cabelos! O vento está a brincar com eles. - Sim, está bem! Esta é a Ariel. - É, é… é uma sereia?

- Sim, ela tem uma maldição. Vou levá-la para a areia e ela tornar-se-á muito bonita. - Uauh! Que maravilha. E foi isso mesmo que aconteceu. - Hoje descobri a Atlântida, e arranjei três novos amigos: o

Veloz, a Babem e a Ariel.

EB 2/ 3 D. Pedro II | Marta Melo - 6ºD | Profª Paula Marques e Profª Sílvia Silva

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... A Rita e o Afonso ficaram muito curiosos. O Afonso estava a ver uma garrafa com os seus olhos azuis brilhantes e pensou: - Será que está ali um pergaminho do Rei? Será que alguém a pedir ajuda? O que será? Enquanto o vento brincava com os seus lindos cabelos louros, finalmente o Afonso concluiu que iria abrir a garrafa. Abriu a garrafa e lá estava um papel que dizia: “ Dá dez passos para a frente e lá encontrarás uma coisa que te vai permitir respirar debaixo de água”. Afonso, depois de muito procurar encontrou uma botija de oxigénio, mas ao lado estava outro papel que dizia: “ Vai, mergulhar e salva o planeta porque o diamante não pode cair nas mãos erradas”. Afonso, depois de pensar muito, mergulhou e depois de muito, muito procurar viu uma luz e foi ver o que era e… era o diamante. O diamante era lindo como o arco-íris e tinha um poder especial, que era quando alguém lhe tocasse todo o lixo desaparecia. Dia-após-dia, Afonso tocava no diamante e sempre que isso acontecia, o lixo todo desaparecia! EB 2/ 3 D. Pedro II | Martim Varela - 6ºD | Profª Paula Marques

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…- Anda ver, anda ver!- disse o Afonso a Rita que já se ia aproximando dele. Os dois em frente à garrafa, paralisados, pensavam o que estaria escrito no papel e se o haviam de ler ou não. - Eu acho que devíamos lê-lo - diz Afonso à Rita - pode ser que tenha escrito uma poção, um encantamento, um feitiço para nos levar a outro mundo cheio de dragões, fadas, duendes, ogres, sereias … - Rita estás a ouvir-me? Rita!!! - Olha!- diz a Rita amedrontada. - Para onde? - pergunta Afonso um pouco confuso. - Para ali, Afonso! Olha para o mar! - responde a Rita cada vez mais nervosa. Afonso olha finalmente para o mar e fica espantado a olhar, o mar onde estava uma névoa branca com um anjo e um diabo. - Não leiam, pode ser perigoso. - dizia o anjo mas o diabo contradizia-o dizendo – Leiam, do que estão à espera? De repente revela-se um sino dourado na manga gigante da batina do anjo. Ele toca-o e aparece uma sereia com uma bola dourada em cada mão. - Só desta forma se pode resolver isto. - diz o anjo.- Escolham uma bola. Eles escolheram a bola da mão direita que lhes dizia para lerem o papel. Quando abriram a garrafa e desenrolaram o papel nem queriam acreditar no que estava escrito: “Se quiserem entrar no meu mundo terão de tocar o lençol azul estendido nos seus braços, ver por vocês mesmos e, feito isso, só os puros de coração verão a porta dourada que dá acesso ao meu mundo’’. Começaram a pensar e de repente Rita diz : - O mar! Temos de ver o nosso reflexo no mar!!! Olharam os dois para o seu reflexo meio tremido no mar. Viram a tal porta dourada e entraram. (Caros leitores. Eu sei o que aconteceu à Rita e ao Afonso mas não vou dizer, fica para vocês imaginarem) Quando chegaram a casa, Afonso e Rita foram escrever nos diários a aventura fantástica que viveram. EB 2/ 3 D. Pedro II | Rita Silva - 6ºE

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… - O que é isso Afonso? - Acho que é uma garrafa de vidro! - Oh! Isso eu também sei! - Então porque perguntaste? - Para te aborrecer!- disse a Rita a rir. - Rita, Rita, Rita és uma palerma... - Ei, eu sou, e tu.??? - Pronto deixemo-nos de palermices e vamos abrir a garrafa! - exclamou o Afonso. Quando o Afonso abriu a garrafa, dizia: “O MAR ESTÁ A SER POLUÍDO PRECISAMOS DE AJUDA RAPIDAMENTE. POR FAVOR AJUDA!!!!! ASS: MAR” Afonso e Rita disseram ambos: - Precisamos de ajudar o MAR!!!!!! - Acho que tive uma bela ideia!-disse a Rita. - Então diz! Qual é?- quis saber ele. - Podemos ir a minha casa buscar sacos de plástico e apanhar o lixo da praia. - Isso é uma boa ideia mas.... - Mas o quê? - Só somos dois. - Pois... - afirmou a Rita com um ar muito triste. Então, sentaram-se numa rocha a pensar. Nenhum deles tinha ideias, mas de repente, Afonso exclamou: - Podemos pedir ajuda aos nossos amigos e familiares!!!!! - Claro! Tiveste uma boa ideia. Afonso foi chamar: - A irmã Daniela, que tinha 9 anos de idade; Luís, o melhor amigo; Mariana, a melhor amiga; Chico que tinha um coração de manteiga; João, o mais inteligente da turma; Pedro, o malandreco, as irmãs gémeas Teresa e a Luísa que eram muito difíceis de distinguir; O irmão Tiago, que tinha 12 anos de idade e claro, a Soraia, uma menina que Afonso gostava de ter ao pé. Rita foi chamar: - A mãe Palmira; o pai Alberto; a prima Joana que estava no 4ºano, quase a fazer as provas de aferição; Maria, a melhor amiga; Paulo, aquele de quem a Ritinha gostava; o tio Fernando e a tia Fernanda; o primo Miguel; a irmã Diana que andava no 2ºano e, finalmente, o irmão dela, o Ricardo. Já contavam com um grupo de 20 pessoas! Rita foi então buscar muitos sacos, que davam para limpar a praia duas vezes. Começaram a limpá-la de uma ponta à outra, o que demorou quase o dia inteiro, mas valeu a pena porque 57


quando acabaram a praia parecia uma praia nova, limpa, sem lixo... Já apetecia fazer windsurf, sem alforrecas mortas, nem conchas partidas. Estava mesmo uma praia nova, bonita e saudável! No dia seguinte, Afonso e a Rita combinaram ir outra vez à mesma praia e quando lá chegaram encontraram outra garrafa de vidro. - Outra vez? Já estão a sujar a praia??- disse a Rita a gritar. - Olha, não é lixo! É uma garrafa igual à do outro dia, lembras-te? - Sim, lembro-me. - Vamos abri-la!!!!! - Afonso abriu a garrafa e a mensagem dizia: “A PRAIA JÁ ESTÁ LIMPA! MUITO OBRIGADA! CHEGUEI A PENSAR QUE NESTE MUNDO SÓ HAVIA PESSOAS MÁS, MAS PERCEBI QUE NÃO! AGRADEÇO-VOS COM UMA OFERTA QUE EU MESMO VOU DAR.” Então, do mar vieram duas prendas para cada um: uma medalha dourada e um peixe laranja. Afonso e Rita ficaram muito felizes! Até saltavam de alegria! Nos dias seguintes foram para a praia, para ver se tudo estava em ordem. Não custa nada ajudar! EB 2/ 3 D. Pedro II | Tatiana Neto - 6º F | Profª Célia Tomé

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3ยบ CICLO


… Afonso ficou intrigado com tal objeto, por isso, chamou a Rita. Quando ela encontrou o frasco ficou curiosa. Entreolharam-se. O Afonso excitado exclamou: - Vamos abri-la! A Rita deteve-o: - Não me parece boa ideia… -Então porquê? – perguntou o Afonso desiludido. -Ainda agora as férias de verão começaram, não me quero meter em sarilhos…- alertou a Rita. -Ah! Disparate, vais ver, ainda me vais agradecer. O Afonso muito confiante apanhou a garrafa, Rita cedeu e aproximou-se. Ansiosos tiraram-lhe a rolha. Quando Afonso alcançou a folha de papel, surgiu uma voz mesmo por detrás deles: - Então? Pensava que já estavam os dois a surfar, não me digam que esperaram por mim. – observou a Susana a irmã mais velha do Afonso. O Afonso meteu apressadamente a garrafa com a folha de papel na mala, muito apressado. Susana retomou a palavra: – São muito queridos mas não precisavam. Estenderam as suas toalhas na areia, mas foi complicado visto que a praia estava cheia de lixo, mas lá conseguiram. Chegada a hora do lanche, apressaram-se e foram para a casa de férias, onde já estava o lanche na mesa, preparado cuidadosamente pelos pais da Rita. O Afonso foi o primeiro a tomar banho, seguiu-se a Rita e logo depois a Susana. Sentaram-se na mesa e lancharam, como já eram sete horas acabou por ser mais um jantar do que um lanche e na realidade nenhum deles jantou nem ceou, de tão cheios tinham ficado. Já depois do jantar o Afonso e a Rita sentaram-se na carpete do quarto dela. A Rita olhou para o Afonso e este percebendo o olhar “abre” da Rita, tirou a garrafa da mala, já aberta e retirou a folha de papel, onde, numa letra muito cuidada, estava escrito: Na praia consegues ver-me Estarei no ponto mais alto Onde a Terra toca o céu De três só abre uma Com o oito irás acertar Que está no mar Onde irás precisar Do reflexo do luar Aos três a lua irás achar Quando o manto se iluminar No fundo irás desvendar O segredo que não esperas encontrar Ficaram ambos surpreendidos e um pouco assustados. O bilhete era muito confuso, como já era tarde foram deitar-se, cada qual em seu quarto, mas nenhum deles conseguiu dormir, tanta era a ansiedade de descobrir qual era o “segredo”. 61


Na manhã seguinte foram novamente à praia da orla azul, mas desta vez receavam ir à praia, parecia que tinha algo de sinistro. Iam ambos a pensar no bilhete, até que a Rita dá um salto: - Já sei o que quer dizer “quando o manto se iluminar”, é à noite, porque o céu se ilumina com o brilho das estrelas. -Sim, mas não reparaste que estava lá dizer “Aos 3 a lua irás achar”? Claro que é à noite, mas só não percebo o que quer dizer “Aos 3“… -Eu sei!- exclamou a Rita triunfante – Não é “Aos três”, mas sim às três … da manhã. -Bem pensado, mas só te esqueceste de uma coisa, nós não podemos vir à praia às três da manhã. – respondeu o Afonso desapontado. -Depois vemos isso…- pronunciou a Rita com um tom de atrevimento na voz. Chegaram à praia e já lá estava a Susana muito atarefada, a desviar o lixo do local em que escolheu pôr as toalhas. - Este sítio é intragável!-deixou escapar a Susana- Olá meninos! Não vi que estavam aí…-apressou-se a dizer um pouco atrapalhada. - Olá Susana!-saudou a Rita- Trouxe a minha prancha de windsurf e a do Afonso também! - Pois, se não fosse ela eu esquecia-me - respondeu o Afonso embaraçado. - Estou a ver.- ripostou a Susana – Bem, como hoje as ondas não estão voltadas para o windsurf… - Para variar.- retorquiu o Afonso, chateado. - Vamos nadar – continuou a Susana – mas primeiro protetor solar! Dito isto todos puseram protetor solar e foram nadar. À hora do almoço, voltaram para casa. Durante o caminho estavam super irrequietos, até a Susana estranhou mas não fez nenhuma observação, limitou-se a vigiá-los. Depois do almoço, passaram a tarde inteira a jogar cartas. À hora do jantar o Afonso pergunta à irmã: - Mana? Porque é que os pais não vieram? - Afonso, tu sabes bem que os pais tiveram que ficar a trabalhar, este ano as coisas estão mais difíceis, e o patrão dos pais decidiu que este ano eles não tinham férias.- respondeu a Susana. - Isso é tão injusto!-exclamou o Afonso, contrariado. - Eu sei, mas os pais não podem arriscar perder o emprego, aliás, numa altura destas, isso seria péssimo não concordas?- atentou a Susana com um ar de adulta - Além disso, tens muito que agradecer aos pais da Rita por nos terem trazido cá e à Rita, claro! -Ora essa, nós temos todo o prazer em trazer-vos cá!- interveio a mãe da Rita. A partir o jantar ficou silencioso, com um silêncio que ainda ninguém tinha escutado, um silêncio frio e intimidador. Depois do jantar, a Rita e o Afonso foram de novo para o quarto dela. E puseram tudo o que precisavam dentro de uma mochila: lanternas, cobertores, água, a garrafa com a folha de papel e uma toalha, que serviria como desculpa se fossem apanhados. Quando já estava tudo pronto, o Afonso exclamou: - Agora é que vai ser… Até está lua cheia! 62


Dormiram um pouco, quando já eram três da manhã, a Rita foi acordar o Afonso. Saíram com muito cuidado e foram até à praia, como à noite está mais frio do que de dia, cada um vestiu o seu robe. Quando chegaram a Rita sugeriu: -Lê o poema outra vez, mas desta vez, mais devagar. -OK- concordou o Afonso- Na praia consegues ver-me. -Ou seja tem que ser na praia.- atentou a Rita- Continua. -Estarei no ponto mais alto, onde a terra toca o céu.- continuou o Afonso. -Pode ser alguma coisa ali para cima, para aquelas encostas.- informou a Rita. Fez-se um minuto de silêncio- Logo se vê! - De três só abre uma, com o oito irás acertar.- avançou o Afonso. -É qualquer coisa para abrir. Talvez uma porta, ou uma arca…- imaginou a Rita. - Que está no mar.- prosseguiu o Afonso. - Está no mar, sim. – concordou a Rita. - Onde irás precisar, do reflexo do luar.- desenvolveu o Afonso. - Precisamos da lua projetada… no mar!! – observou a Rita. - Aos três a lua irás achar, quando o manto se iluminar.- insistiu o Afonso. - Às três da manhã, a lua irás achar, à noite.- informou a Rita. - No fundo irás desvendar, o segredo que não esperas encontrar.- leu o Afonso. - No fundo, o segredo… É isso! Estás a ver onde a lua está? Alguém tem de mergulhar no sítio em que ela está refletida. – passado uns segundos, a Rita oferece-se- Eu vou. - Nem penses! Eu é que vou, e não se fala mais nisso! – com isto, o Afonso deu um mergulho, mas não encontrou nada por causa da poluição que aquela praia tinha! - Bem, não faz mal, voltamos cá amanhã! Até lá, penso como nos livramos desta poluição! No dia seguinte, estavam a tomar o pequeno-almoço e o Afonso teve uma ideia e fez questão de perguntar à irmã se podia avançar com a ideia: - Mana, eu estava aqui a pensar, aquela praia onde nós vamos, está tão poluída, eu estava a pensar fazer um apelo às pessoas para nos ajudarem a limpar a praia! Posso? - Essa é uma excelente ideia!- exclamou a Susana- Vamos avançar com isso! Fizeram cartazes e levaram sacos de plástico e começaram a limpar a praia. As outras pessoas acharam uma boa ideia e começaram a ajudá-los. Almoçaram na praia e voltaram ao trabalho. O pai da Rita até montou caixotes do lixo ao longo da praia. Com toda a gente a ajudar, às seis da tarde, a praia já estava toda limpinha. Foram jantar a casa e foram dormir. Às três da manhã a Rita e o Afonso foram à praia e desta vez, estavam convencidos que nada os impediria de alcançar o seu objetivo: descobrir o segredo. Após algumas tentativas, o Afonso encontrou uma caixinha prateada, abriu-a e verificou que lá dentro estava uma chave, também prateada, com o número oito. A Rita exclamou: -É isso! De três só abre uma, com o oito irás acertar. Estás a ver aquelas cabanas ali? São três, e uma vai abrir-se com esta chave! Vamos experimentar! 63


Subiram a encosta e só conseguiram abrir a segunda cabana. Tinha um monte de tralha velha. Quando o Afonso entrou na cabana bateu numa estante, que abanou e deixou cair uma caixa de cartão tapada. A Rita pôs-se de cócaras e destapou a caixa, lá dentro estava um búzio lindo, enorme! Era um tesouro inacreditável! Quando a Rita o pôs no ouvido ouviu o seguinte poema: Harmonioso e extenso De um azul intenso É um encanto Um manto Onde me deito para pensar Onde irei encontrar Tão belo, tão sereno Como o mar Aquele era mesmo um tesouro que eles não esperavam encontrar! Guardaram-no e mostraram a todos o seu achado e partilharam com todos. Aquela foi de certeza, uma aventura que eles nunca irão esquecer! O Afonso lembrou à Rita: -Eu disse que ainda me ias agradecer! -Pois, eu sei e obrigada! Mas durante uns tempos chega de aventuras!-avisou a Rita. -Estás a brincar? Eu estou pronto para outra! EB 2/ 3 D. Pedro II Filipa Moutinho, Karoline Silva, Ricardo Quintos, Sofia Guerreiro - 7º D | Prof. Elvis Freitas

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Ilustrações: Ana Catarina Barco; Bruno Fernandes; Dinis Luís; Diogo Ferreira; Fabiana Alverca; Fábio Alves; Filipa Moutinho | Profª Clara Cide (EV)

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Ilustrações: Ana Catarina Barco; Bruno Fernandes; Dinis Luís; Diogo Ferreira; Fabiana Alverca; Fábio Alves; Filipa Moutinho | Profª Clara Cide (EV)

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… À espera do reencontro Rita muito preocupada com o irmão gémeo, correu para perto dele, magoando-se nas conchas e em todo o lixo que se encontrava no chão, mas nunca parou até chegar a Afonso: - Estás bem? Não te magoaste? - Sim magoei-me um pouco, mas isso não importa… Vem ver o que encontrei! – respondeu Afonso, tentando esconder a sua dor e com curiosidade sobre a mensagem escondida na garrafa encontrada. Rita, também com grande expectativa sobre a descoberta do irmão, foi ter com ele e disse-lhe para abrir a garrafa de imediato. Este não quis, pois dizia que apenas queria abri-la na presença dos pais. Rita, muito espantada com a decisão do irmão afirma: - Mas isso é impossível! Sabes bem que isso não vai acontecer! - Vai sim, eu ainda tenho esperança que nos reencontremos! – dizia Afonso com grande convicção. Rita insistia, porque acreditava que os seus pais não estavam vivos tal como um dos seus irmãos, Miguel, o seu irmão mais novo, pois tinham desaparecido num tornado enquanto todos passavam férias fora do país, na Tailândia. Após este desastre apenas os dois irmãos gémeos se conseguiram manter juntos, e passados três anos ainda não tinham notícias da família desaparecida naquele dia. Afonso e Rita, passaram a viver com um homem que consideravam avô, pois no dia em que aconteceu este desastre, aquele senhor, encontrou-os e acolheu-os, levando-os de volta a Portugal. Até então, este nunca os abandonara tornando a sua relação cada vez mais forte e familiar. Era um homem muito bondoso que apenas queria que os gémeos não sentissem tanta falta da família, daí tratá-los muito bem e com muito carinho. - Apesar de todo o tempo passado, eu sei que os vamos encontrar e sei também que tu pensas o mesmo que eu! Mas essa tua curiosidade não te dá a capacidade de esperares que esse dia chegue. – conclui Afonso esboçando um sorriso e um olhar de esperança. Passado todo este tempo, Afonso já nem se lembrava do motivo que o levara àquela praia, o windsurf. -E tu, estás bem Rita? Também te deves ter magoado com a enorme lixeira que está no chão... – pergunta Afonso. - Não, eu estou bem… Mas foi por sorte! Este chão está imundo. Só não percebo o porquê de as pessoas fazerem toda esta poluição! Não percebem que só se estão a prejudicar a elas próprias, quando agem não pensam nas consequências que os mesmos podem ter na sociedade e nos que virão no futuro. - Pois, também acho! E não sei porque é que continuam a fazê-lo quando sabem todo o mal que faz ao planeta. - Bem, vamos andando… Já é tarde e o avô já deve estar preocupado connosco. Após a chegada a casa, os irmãos foram logo recebidos com algum suspense, mas ao mesmo tempo medo… Rodrigo estava nervoso e ambos estranharam o porquê dessa reação. Rita toma a iniciativa e começa a interrogar o avô: - O que é que se passa avô? Porque é que estás assim? O avô tentando esconder todo o nervosismo que sentia pela notícia que lhes ia ter de contar mais 67


cedo ou mais tarde, responde: - Não, não se passa nada… quer dizer, meninos, preciso de vos contar uma coisa. Venham cá. – pede Rodrigo, o “avô”, com algum receio do modo como iriam reagir. Quando chegaram ao pé dele, demorou até dizer o que queria aos irmãos… estes estavam muito ansiosos, pois não sabiam o que esperar, e não percebiam o porquê de Rodrigo demorar tanto tempo a dizer-lhes algo. Isto nunca tinha acontecido. - O que será que é tão importante que o avô nunca mais nos diz? – sussurra Rita ao ouvido do irmão. Ambos permanecem em silêncio, até que Rodrigo, finalmente diz: - Vou de novo ao país em que… em que os vossos pais e o vosso irmão desapareceram. O momento é consumido por um enorme silêncio. Mas Afonso afirma com grande convicção: - Quero ir contigo! - Não sei se devemos ir Afonso… Voltar aquele sítio só nos vai fazer reviver o momento que passámos há três anos atrás. – responde Rita com alguma hesitação. Após uns dias sem uma resposta definitiva, tinha chegado a véspera do dia marcado para a viagem… O “avô” dos gémeos tinha que saber se estes queriam ou não ir com ele, pois já não tinham muito mais tempo para decidir. Ao fim do dia, após uma longa discussão entre eles, Rita e Afonso decidem fazer a viajem. Ambos passam uma noite bastante desconfortável, pois não conseguiam parar de pensar no que ia acontecer no dia seguinte, mas apesar disso, estavam um pouco entusiasmados. Tinham uma réstia de esperança de encontrar os pais e o irmão. No dia seguinte, enquanto faziam as malas, animados com a ideia da possibilidade de voltarem a ver os pais, lembram-se da garrafa que continha uma mensagem… Afonso insistia para que apenas a abrissem na presença da família, enquanto a irmã insistia para que fizessem o contrário, mas este manteve sempre a sua palavra e Rita teve que aceitar. Levaram-na junto com o resto da bagagem que tinham já preparada, mas puseram-na com muito cuidado dentro de uma mala e no meio de roupa, para não se partir. Passadas algumas horas… - Finalmente chegámos! – gritam os gémeos em coro após saírem do avião. - Foi uma viajem cansativa… Tantas horas dentro de um avião deixa-me com alguma preguiça. Não sei como é que vocês ainda têm essa energia toda! – exclama Rodrigo – O dia já está a acabar, não se esqueçam que aqui são cerca de seis horas a mais do que em Portugal. Amanhã passeamos e vemos tudo o que este belo país tem para nos mostrar. Os irmãos acenam com a cabeça, mas estes, sem o avô saber, concordaram em ir, não para ver as belas paisagens, tinham como objetivo encontrar os pais. No dia seguinte, após uma longa noite de sono, Afonso e Rita puseram em prática o seu objectivo. Começaram a colar cartazes nos cafés, nas lojas de comércio… Tudo isto, sem o avô sequer desconfiar! Os cartazes diziam: “ligfghgjhkjjotrwqwewfgyrtyry 3 ligfghgjhkjytgblxoptyry 946 496 780 946 496 780 Rua Dom Carlos I, 69 Lot Portimão / ltrwqwewfgyrtyry /nnmmjjkjl” “Procura-se Mariana, David e Miguel Silva, desaparecidos há cerca de 3 anos. Se tiver informações, por favor, contactar 946496780. Rua Dom Carlos I, lote 69 Portimão/Algarve/Portugal”. Toda esta

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informação na língua do respetivo país em que estes se encontravam e a morada de Portugal. Passados alguns dias… continuavam sem notícias da família desaparecida. Os irmãos começavam a desesperar. Sem novidades, após duas semanas passadas na Tailândia, começavam a perceber que mais valia aproveitar a estadia, em vez de se lamentarem a pensar numa coisa que provavelmente nunca aconteceria: o reencontro com os pais. Um dia antes da viagem de regresso ao seu país natal os irmãos ainda deram tudo por tudo. Andaram pelas ruas com fotografias dos pais e do irmão, a tentar perguntar às pessoas se tinham visto algum deles, mas foi um esforço inútil… Da mesma maneira que chegaram, partiram para Portugal sem qualquer informação acerca dos familiares. Após a longa e cansativa viagem, voltaram para Portugal e para casa e foram dormir. Chegado o dia 19 de Agosto, dia em que seus pais tinham desaparecido, decidiram então abrir a garrafa. Antes de abrirem a garrafa ouviram um som: - Truz, truz, truz! - Era alguém a bater à porta. E adivinhem vocês quem era… ??? - Truz, truz… - continuavam a insistir. - Já vai! - gritou Afonso. - Quem são os senhores? – perguntam os gémeos. - Afonso, és tu? – pergunta Miguel com uma lágrima no canto do olho, enquanto dá um enorme abraço de saudade aos irmãos. Aí, os gémeos percebem que quem lhes tinha batido à porta era a sua família desaparecida na Tailândia, há 3 longos anos atrás. Depois de uma longa conversa sobre como regressaram a casa, Miguel comenta: - Vá, chega de falar de coisas tristes! Contem-nos como têm sido estes três anos… Este senhor, não sei como se chama … - Chamo-me Rodrigo… assim que os encontrei trouxe-os para Portugal e tratei-os da melhor maneira que pude. – declara o “avô”. - Mas vá, contem-nos lá como é que foi estar na Tailândia este tempo todo! O que é que aconteceu? – perguntam os irmãos ansiosos, pois não sabiam como é que os pais e o irmão se tinham aguentado todo este tempo. - Bem … como sabem, o hotel em que estávamos ficou todo destruído e perdemos tudo o que tínhamos. Não sabíamos como é que podíamos voltar para Portugal, não tínhamos comida e a roupa era apenas a que tínhamos no corpo. - Só acordámos quando estávamos no hospital. Este tornado causou muitos danos, e inclusive, muitas mortes! Felizmente conseguimos sobreviver. - Sim, é verdade! Mas continuando… Quando pudemos sair do hospital tentámos procurar algum abrigo, um abrigo onde pudéssemos estar durante algum tempo, porque não tínhamos qualquer dinheiro. Chegámos a ir pedir alimento àquelas casas onde dão alimentos para as pessoas que não têm dinheiro para os comprar. - E foi assim que fomos passando estes três anos. Até que há cerca de um mês vimos uns cartazes a dizer que nos procuravam. No princípio achámos estranho e nunca nos passou pela cabeça quem poderia ser até porque estavam escritos em tailandês… Até que vimos que tinha uma morada de Portugal. Aí, não tivemos qualquer dúvida de quem tinha andado a espalhar os cartazes.

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- Esperem, isso quer dizer que andaram a pôr cartazes pela cidade sem me dizerem nada? – pergunta o avô, com ar um pouco sério, mas ao mesmo tempo compreendendo a situação dos meninos. - Sim avô… Fomos nós, mas tu sabes que foi com a melhor das intenções. Os pais continuaram a explicar o que tinha acontecido dizendo que tinham arranjado um trabalho e que assim que arranjaram dinheiro suficiente voltaram para Portugal. - Ah! E mais uma coisa… Deitámos uma garrafa ao mar com uma mensagem, com a esperança que alguém a encontrasse e nos pudesse ajudar, pois o que a estava escrito no papiro dentro dela era… Os irmãos com alguma hesitação, dizem aos pais e aos restantes familiares presentes que tinham encontrado uma garrafa e que também continha uma mensagem no seu interior. Afonso disse que decidiram que gostavam de abri-la na sua presença e esperaram muito que este momento chegasse. - Quer dizer, quem quis abri-la só quando chegassem foi ele, eu queria abri-la logo na altura. E agora se a garrafa for a dos pais vais ter que me dar razão, porque podíamos tê-los encontrado mais cedo! - Então, mas digam lá… Onde é que está essa garrafa? – pergunta a mãe muito curiosa. - Vamos já buscar! – dizem os irmão em coro, também curiosos para finalmente ver o que estava escrito no papel. Passaram cerca de dois minutos … - Aqui está! Finalmente podemos abrir a garrafa como tanto querias Rita – diz Afonso para a irmã. Estavam prestes a tirar a rolha da garrafa quando Miguel diz com um sorriso: - Esperem! Deixem-me abri-la convosco, já que não tive oportunidade de estar quando a encontraram. Quero saber porque é que fazem todo este mistério à volta de uma garrafa que provavelmente não tem nada de especial. Se calhar nem é a que nós mandámos. Vamos lá! Ouve-se a garrafa a partir, um som que os irmãos gémeos estavam tão felizes de ouvir…Tira-se o elástico em volta do papel e … : - “A esperança é a ultima a morrer…” - dizem todos em coro. - Afinal era só isto que a garrafa tinha dentro! Fizeram tanto mistério e era só isto… - diz Miguel com ar de indiferença. - Isto não é uma coisa qualquer Miguel, é uma grande verdade! Esta frase e outras parecidas sempre me andaram a pairar na cabeça durante estes anos em que não estive convosco. Esperança sempre tive, mas nem sempre tive a certeza que vocês estavam bem e que um dia nos iriamos reencontrar! - exclama Afonso. Afonso achou muito importante esta frase e até hoje, ficou com aquele pedaço de papel guardado no quarto como se fosse um tesouro. Muito bem guardado num sitio onde ninguém o encontrasse. EB 2/ 3 D. Pedro II Carolina Santos, Dinis Luís, Raquel Montês e Ruben Alves - 7º D | Prof. Elvis Freitas

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Ilustrações: Gonçalo Barata; Gonçalo Bárbara; Johana Silva; Karoline Silva; Lucas Coentro; Nathan Oliveira; Raquel Montês; Sofia Guerreiro | Profª Clara Cide (EV)

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Ilustrações: Gonçalo Barata; Gonçalo Bárbara; Johana Silva; Karoline Silva; Lucas Coentro; Nathan Oliveira; Raquel Montês; Sofia Guerreiro | Profª Clara Cide (EV)

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SECUNDÁRIO


… História do Doce Tesouro Afonso era um jovem muito curioso e decidiu abrir a garrafa. Lá dentro, além do papel, estava também uma pequena chave branca. Ao desenrolar o papel, Afonso, espantado vê um mapa e lê a mensagem escrita por baixo: “Os caminhos do paraíso irás encontrar, se nesse mapa conseguires confiar.” Afonso, confuso e curioso, pensa se deve confiar ou ignorar o mapa, mas, pela força da curiosidade, decide ir em busca dos misteriosos caminhos do paraíso. E assim foi … No dia seguinte Afonso volta à praia. Ainda confuso e sem saber o que fazer, decide sentar-se à beira-mar em cima de uma rocha. De repente ouve alguém chamá-lo:-psst! Afonso, assustado porque pensava estar sozinho, olha para os lados mas não vê ninguém. E de novo ouve-se:-psst! Afonso olha para baixo e vê um pequeno peixe-dourado, de olhos cintilantes, que diz:- Reparei que estavas um pouco triste, posso ajudar? Afonso espantado e assustado diz que não, e começa a ir-se embora. O peixinho vai atrás dele insistindo para lhe contar o que se passava e Afonso acaba por lhe contar que no dia anterior encontrou uma pequena garrafa, com um mapa lá dentro. - Posso ao menos saber como te chamas? – pergunta Afonso - Bem … chamo-me Óscar. Afonso, pensando se podia confiar no pequeno peixe ou não, acaba por lhe contar o que dizia o mapa que tinha encontrado. Óscar começa a pensar no assunto e acaba por dizer que o ia ajudar a desvendar tão grandioso mistério. Afonso concorda, e no dia seguinte começam as buscas. No mapa, repararam que o início começa na praia, e decidem vasculhar tudo, procurar por baixo das rochas, algo que os ajude a encontrar o que procuram. Chegam ao final do dia e Afonso, desiludido, decide regressar a casa, mas Óscar pede-lhe o mapa e, observando, diz: - Afonsoooooooooooo! O mapa não nos diz para procurar na praia, mas sim que o caminho começa na praia! - Hum, se calhar tens razão … Amanhã tenho a certeza que vamos conseguir! – Diz Afonso. Passa-se a noite, e de manhã voltam a encontrar-se na praia. Olhando para o mapa, decidem ir pela estrada que liga a praia à cidade, de seguida vão pela outra estrada que liga a cidade à floresta e de repente … uma estrada que os liga a um barco. Afonso corre em direção ao barco, levando Óscar no bolso, e chega a uma porta. Ao abrirem a porta, deparam-se com o interior recheado de chocolate e de doces. Afonso, feliz, diz: - Ainda bem que confiei no meu instinto! Que grande surpresa! 75


Gulosos, Afonso e Óscar devoram os doces, e não dão pelas horas passar … Ao anoitecer, Afonso leva Óscar para casa e, hoje, são amigos inseparáveis. Escola Secundária da Moita Adélia Ribeiro, Adriana Campaniço, Daniel Marques, Inês Carreiros - 10ºP4 Professoras: Mª Clara Ramos e Ernestina Sesinando

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Ilustrações: Adélia Ribeiro, Adriana Campaniço, Daniel Marques, Inês Carreiros

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Ilustrações: Adélia Ribeiro, Adriana Campaniço, Daniel Marques, Inês Carreiros

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… História do Mar Nessa folha estava escrita uma mensagem. Afonso começou a ler a carta, que dizia: “Hoje, estou aqui no nosso barco com os meus colegas, está uma enorme tempestade, queremos chegar à Terra, mas está a ser muito difícil. Eu e os meus companheiros estávamos a tentar manter a calma, uns jogam às cartas, outros cantam … Eu estou sentado num canto, estou a escrever esta carta, foi a forma que encontrei para me acalmar. Vou contar-vos as minhas aventuras no mar. Lembro-me como se fosse hoje. Estávamos no mar, eu e alguns dos meus colegas estávamos a conversar, quando de repente, vem o Humberto muito aflito, a gritar: -Socorro venham cá rápido, rápido…. - Mas o que se está a passar Humberto? Tem calma. - Eu acho que está ali um tubarão!- Disse o Humberto. Instalou se uma total confusão no barco. Ficámos todos aflitos, a pensar que já não nos safávamos daquela, quando olhámos para trás estava o António a rir se. Ficámos todos espantados, pois ali estava um tubarão mesmo próximo do nosso barco, e ele a rir se, quando ele nos diz: - Vocês estão com medo de um golfinho?- Perguntou o António. - O quê?! Um golfinho? Mas aquilo é um tubarão. – Disse o Joaquim. - Não é nada, tolos, aquilo é um golfinho, fiquem a olhar para o mar que o irão ver a saltar! – Disse o António. Olhámos rapidamente para o mar, e quando vimos que realmente era um golfinho, a tripulação começou se toda a rir. Aqui vai mais uma das minhas aventuras. Um dia à noite estávamos todos sentados, à espera do jantar. O cozinheiro naquele dia era o António, o “palhaço” da tripulação. O jantar era sardinhas com salada. Ele vinha com o tabuleiro com a comida, a dançar e a fazer palhaçadas, quando escorregou, caiu e a comida caiu lhe toda em cima. Foi muito engraçada toda aquela situação, mas ficámos sem jantar. A tempestade está a piorar, a tripulação já não está a conseguir manter a calma, nem mesmo eu estou a conseguir manter a calma. Já começamos a perder a esperança, estamos todos com muito medo. Agora, se estás a ler esta carta, vem-nos procurar, vem ajudar-nos.” Afonso, ao ler a última frase, ficou muito aflito e foi a casa chamar o seu pai. Ele mostrou-lhe a carta e decidiram partir para o mar. Assim começa uma nova aventura. O Afonso e o seu pai passaram vários dias no mar, quando eles estavam prestes a desistir, Afonso viu algo no mar. Eles avançaram até ao local e tinha sido José, o marinheiro, quem escreveu a carta e mais três amigos, apenas eles resistiram à tempestade. 79


O Afonso sentiu-se um verdadeiro herói, por ter conseguido salvar quem tinha escrito aquela carta, e ficou muito curioso, quis que o José lhe contasse mais das suas aventuras no mar. Ana Bronze, Leonarda Moura, Elisabete Costa, Rute Prates, Milene Cruz e Daniel Barros, 10º P4 Professoras: Mª Clara Ramos e Ernestina Sesinando

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Ilustrações: Ana Bronze, Leonarda Moura, Elisabete Costa, Rute Prates, Milene Cruz e Daniel Barros, 10º P4

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… Ilha das Cores Afonso: Rita, olha a mensagem que estava dentro desta garrafa! “ Socorro! Estou perdido no meio da ilha das Cores, uma ilha grande e muito distante, uma das ilhas com muita biodiversidade de fauna e flora”. Rita: E agora?! Como é que vamos ajudar? Afonso: Já sei! Vamos falar com o Tenente Perna de Pau, pode ser que ele nos ajude. Narrador: Os dois amigos foram falar com o Tenente Perna de Pau, que perdera uma das suas pernas num naufrágio. Rita: Tenente, Tenente! Precisamos muito da sua ajuda. Afonso: Encontrámos uma carta de um náufrago a pedir-nos ajuda. Está perdido na ilha das Cores, vamos resgatá-lo! Rita / Afonso: Muito obrigado, Tenente! Nem sabemos como agradecer a sua ajuda. Narrador: Lá foram os marinheiros, com a Rita e o Afonso até à ilha das Cores no grande navio castanho; o mar feroz causou-lhes alguns problemas durante a viagem, mas, finalmente, chegaram bem. Afonso: Tenente, e agora, o que fazemos?! Não o encontramos em lado nenhum. Tenente: Não se preocupem, havemos de encontrá-lo. Narrador: Sentam-se a comer, quando, de repente, avistam um grupo de nativos. Tenente: Fujam, fujam … Que eles vão-nos comer! Rita: Temos que o encontrar rápido, antes que nos façam mal! Narrador: Começam todos a correr, até que Afonso vai contra um homem com a barba por fazer, roupa em farrapos, e percebe que é o náufrago que tanto procuravam. Afonso: Foste tu que mandaste mensagem de resgate, dentro de uma garrafa? Náufrago: Sim, fui eu! Afonso: Anda, nós vamos-te ajudar. Narrador: Afonso e o Náufrago foram ter com o Tenente e a Rita e juntos voltaram todos para o grande navio castanho, que levou o Náufrago até casa. Escola Secundária da Moita Daniela Oliveira, Iara Silva, Ana L. Costa, Tamara Santos, Karla Moniz,10ºP4 Professoras: Mª Clara Ramos e Ernestina Sesinando

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Ilustrações: Daniela Oliveira, Iara Silva, Ana L. Costa, Tamara Santos, Karla Moniz - 10º P4

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…O rapaz, ao encontrar a garrafa, com o papel enrolado, reparou que aquilo era uma mensagem de resgate que dizia: “ Se alguém chegar a ler esta mensagem, por favor, ajude-me a sair desta ilha onde vim parar, devido a uma tempestade terrível. Sou um pescador e estou a ficar sem mantimentos, devido a estar aqui há 4 dias. Por favor, ajude-me!” Afonso e Rita, ao lerem esta triste mensagem, decidem ir a correr falar com os pais. Os pais, ao tomarem conhecimento da ocorrência, decidem ir avisar a polícia marítima. Rapidamente, a polícia, depois de ouvir o relato da situação e ter lido a carta, acionou os meios necessários, pediram reforços e foram em busca do pescador … Procuraram, procuraram e, após dois dias de busca intensa, encontraram a ilha e o pescador, este encontrava-se já inconsciente, deitado na areia, e o seu barco estava todo destruído. O pescador foi levado para o hospital onde lhe foram prestados cuidados médicos; estava fraco, mas salvo. Rita e Afonso ficaram contentes de o ter conseguido ajudar, e passaram a ir visitá-lo todos os dias. E o pescador, com grande vontade, recuperou totalmente do seu susto, tornando-se muito amigo de Afonso e de Rita. O pescador queria arranjar maneira de os compensar de alguma forma, e eles disseram: “ A amizade é a melhor recompensa que nos pode dar”. Escola Secundária da Moita Mariana Alcaide, Catarina Palma, Dinis Gomes, Inês Fonseca e Ana Lúcia Diogo 10ºP4 Professoras: Mª Clara Ramos e Ernestina Sesinando

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Ilustrações: Mariana Alcaide, Catarina Palma, Dinis Gomes, Inês Fonseca e Ana Lúcia Diogo

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… Afonso olhou para a garrafa mas não lhe deu importância e chutou-a para o lado, sentando-se de seguida à beira-mar. A Rita andou pelo mesmo caminho do amigo para ir para o seu lado quando olhou para a garrafa que este chutara e aproximou-se ao avistar a folha de papel. Retirou-a da garrafa, desenrolou-a e leu uma simples frase escrita no centro da folha: “Olhem à vossa volta… conservem o que pertence a todos.” Rita volta a ler a frase, passeia cuidadosamente por entre o lixo espalhado na areia e mostra o papel a Afonso. - Afonso, olha a frase escrita neste papel… Estava dentro de uma garrafa. Quem será que a escreveu e a deixou aqui? – perguntou a Rita. - Não sei… Mas também não quero saber. Gostava era que houvesse ondas no mar para poder fazer windsurf. – disse o Afonso, devolvendo o papel à Rita. - Não sejas assim, Afonso! Já pensaste que esta mensagem pode ter vindo de uma terra distante e que queriam que a encontrássemos? Mas não sei o que quererão dizer com isto. – disse a Rita, sentando-se ao lado de Afonso. Rita volta a ler a mensagem, olha à sua volta e fica a olhar para o extenso mar azul decorado com algumas garrafas de plástico a boiarem à superfície da água. Perto dela avista uma gaivota que ficara com o bico preso num plástico escondido na areia. Quando se levanta para a ajudar, a gaivota acaba por se conseguir soltar e voar para longe. Entretanto, Afonso levanta-se, ainda aborrecido, e anda a passos largos e fortes a afastar-se da beira-mar. Uns passos mais à frente, Afonso acaba por pisar um vidro que estava enterrado na areia e faz um pequeno corte no pé. - Ai, ai, o meu pé! – choramingou o Afonso. Rita vai ao seu encontro, cuidadosamente, para evitar o lixo e ajuda Afonso a levantar-se e a ir para casa. Após o longo dia na praia e depois de ter ajudado Afonso a chegar a casa, Rita deita-se e volta a ler a mensagem. Começa a pensar na praia e dá-se conta do lixo que lá estava espalhado, do vidro que cortara o pé do amigo, do plástico que ficara preso no bico da gaivota, de alguns peixes e alforrecas que avistara mortas à beira-mar, de garrafas de refrigerantes que se encontravam tanto na água como na areia. Rita sente-se triste com o que vira nesse dia e lê, novamente, a mensagem escrita na folha pensando ter descoberto o seu significado. Rita esperou que a ferida de Afonso sarasse. E, uns dias depois, juntou-se na praia, à tarde, com os seus amigos – Afonso, Henrique, Jorge e Tiago - e amigas – Cárina, Ana, Daniela e Maria. Enquanto os rapazes se juntaram num grupo a jogar ao berlinde, a Rita contava às amigas sobre o papel que estava dentro da garrafa e a sua ideia: - Há uns dias encontrei uma garrafa com uma folha lá dentro que dizia para olharmos à nossa volta e para conservarmos o que pertence a todos e acho que descobri o que queriam dizer com aquilo. – contou a Rita. - Que frase mais estranha… Mas, então, o que é que achas que significa? – perguntou a Ana. - É assim, eu nesse dia, depois de ler a frase, olhei à minha volta e vi que a praia está cheia de 86


lixo, como fica feia e como isso magoa os animais. E acho que é para isso que as pessoas que escreveram a frase querem que nós olhemos e que tentemos fazer alguma coisa para ajudar a praia, os animais, a Natureza. – Disse a Rita. - Sim! Faz sentido. Também não gosto nada de ver o lixo na areia e na água. – disse a Carina. - Então, qual era a tua ideia, Rita? – perguntou a Daniela. - A minha ideia era ajudarmos todos a limpar a praia. Pegávamos em sacos de plástico grandes e luvas para não nos magoarmos e não nos sujarmos e apanharmos todo o lixo que conseguirmos. – disse Rita. – O que acham? - Acho fantástico. Temos é de falar com os rapazes para nos ajudarem. Assim, somos mais e conseguimos apanhar tudo. – disse a Ana. As raparigas dirigiram-se aos rapazes e explicaram-lhes o que queriam fazer. - Rapazes, precisamos de todos para apanhar o lixo da areia e o que conseguirmos apanhar junto da água. Podemos contar com vocês? – perguntou a Rita. - E, no fim, fazemos todos uma festa na praia com os nossos pais para lhes explicarmos que não devemos atirar o lixo para a areia ou para o mar. Assim a praia ficará sempre limpa. – Disse a Daniela. Os rapazes juntaram-se, longe das raparigas, para falarem e responderam: - Está bem, estivemos a falar e vamos ajudar. – disse Afonso. - Sim, até pode ser divertido. – completou o Tiago. - Temos é de ter cuidado! Esta areia tem muitos vidros escondidos. Não queremos ficar como o Afonso. – alertou o Henrique. - Vamos todos a casa buscar sacos de plástico e luvas para apanhar tudo, encontramo-nos aqui e começamos logo a trabalhar. Dito isto, todos foram às suas casas buscar o material necessário para apanhar o lixo e voltaram à praia. - Muito bem, vamos separar-nos e apanhar tudo o que encontrarmos. – Disse a Rita. Passaram a tarde solarenga desse dia a apanhar todo o lixo que encontravam pelo caminho, percorrendo a praia de uma ponta à outra. Quando finalmente acabaram, juntaram-se todos no local combinado, deixaram os sacos juntos num canto e foram pedir ajuda aos pais para despejar no contentor do lixo. Contaram-lhes que tinham ajudado a Natureza e que no dia seguinte queriam fazer uma pequena festa na praia, agora limpa. Os pais concordaram e, no dia seguinte, como combinado, crianças e pais juntaram-se na praia para aproveitar a fina areia e o calmo mar sem o risco de haver lixo que os magoasse. Estava um dia agradável e não se ouviam os guinchos de pânico de uma gaivota presa por um plástico ou o reclamar das pessoas por não terem um espaço na areia para se sentarem ou na água para mergulharem, sem que houvesse algum lixo por perto. Pelo contrário, ouviam-se os risos das crianças a brincar, os pássaros no céu à procura de comida e o som das ondas do mar ao darem à costa, tudo isto formando um som harmonioso e uma sensação de tranquilidade. Um tempo depois de chegarem à praia as crianças juntaram-se e chamaram os pais. 87


- Há uns dias encontrei, numa garrafa, uma frase que dizia: “Olhem à vossa volta… conservem o que pertence a todos.”… Fiquei a pensar nisto e, ao princípio não percebia o que significava, mas quando olhei à volta e vi o estado em que a praia se encontrava, percebi que o que devemos conservar é a Natureza e que se todos ajudarmos, conseguimos conservar este bem tão precioso que nos pertence a todos. Portanto, pedi aos meus amigos que me ajudassem e acho que fizemos um bom trabalho! – disse a Rita. - E com esta reunião pretendemos falar com vocês para que todos contribuam para manter a praia limpa. – disse o Afonso. Os pais mostraram caras de satisfação ao ouvir as palavras ditas pela Rita e pelo Tiago e concordaram. No final do dia, ao sair da praia, todos despejaram o lixo que tinham no caixote do lixo que se encontrava à saída desta ou nos que se encontravam espalhados pela praia. Ninguém deixou qualquer vestígio de lixo fora dos caixotes e, assim, a noite caiu e todos foram para casa felizes com a nova praia. Escola Secundária da Moita Ana Cruz, Carina Soares, Daniela Lima, Henrique Falé, Patrícia Botelho e Tiago Chefe, 10ºP4 Professoras: Mª Clara Ramos e Ernestina Sesinando

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Ilustração: Ana Cruz, Carina Soares, Daniela Lima, Henrique Falé, Patrícia Botelho e Tiago Chefe 10º P4

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… O rapaz pegou na garrafa e, a morrer de curiosidade, começou a desenrolar o papel e começou a ler: “Se leres este papel, por favor ajuda-me, estou presa numa casa, numa ilha no meio do m....” Rita achava que seria uma brincadeira de mau gosto, mas Afonso ficou super preocupado, dizendo: - Achas que este papel é verdadeiro? - Não, de certeza que não passa de uma brincadeira de uns miúdos sem mais nada para fazer… - Mas e se for, e se houver alguém a necessitar de ajuda! - Afonso, esquece o assunto, amanhã vou-me embora, estou de regresso a casa e não me apetece passar os meus últimos momentos com paranóias, por causa de um papel que deu à costa. - Pois, se calhar tens razão. Estava a ficar tarde e estava a ficar frio, como já estavam cansados de estar na praia, voltaram para casa. Quando lá chegaram não estava ninguém, Afonso dirigiu-se à cozinha e reparou que no frigorífico estava um papel que dizia: “ Hoje não jantamos, ficamos a trabalhar até tarde, na bancada está dinheiro, encomenda algo para ti e para a tua prima. Beijos, mãe e pai.” - Os tios não estão em casa? Perguntou Rita. - Não, estão a trabalhar, para variar… - Que pena, queria estar com eles, antes de ir embora. - Amanhã deves poder despedir-te deles. Agora… estás com fome? - Sim, o que jantamos? - Os meus pais deixaram dinheiro, queres encomendar uma pizza? - Se for eu a escolher… - Sim, está bem, mas só porque é o teu último dia cá. - Que querido… Então, depois de decidirem que pizza iam comer, pegaram no telefone e encomendaram. Demorou dez minutos a chegar, estavam cheios de fome. Quando a receberam, pegaram em dois pratos, em dois sumos e foram para a sala comer. Ligaram a televisão e ficaram a ver um filme de terror que tinha acabado de começar. Afonso não conseguia parar de pensar no papel, pois apesar de a prima dizer que não haveria de ser nada, não estava descansado. O filme retratava a história de uma pobre rapariga que tinha sido raptada por um lunático que era um perigoso psicopata, procurado pelo FBI. Afonso, ao ver o filme retratava-o como a história do papel, como se soubesse que alguém estava a sofrer naquele preciso momento, e ele estava ali sentado no confortável sofá sem fazer nada. A prima estava assustada com o filme, dizendo: -Este homem é mesmo maluco… Afonso estava tão focado nos seus pensamentos que nem ouviu o que Rita disse, até que Rita se apercebeu da situação e chamou-o: - Afonso, Afonso…

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- Haaa, desculpa, não te ouvi… - Eu sei, apercebi-me disso… - Desculpa, estavas a dizer o quê? - Que o filme era muito assustador! E tu, estavas a pensar no quê? - No papel que encontramos na praia. - A sério, eu já te disse que isso não deve ser nada. - Como tens tanta certeza? - Não sei, tendo. - Pois, mas eu não tenho, e não consigo ficar descansado. - Então, amanhã vai à esquadra e fala com o comandante. - Sim, é isso que vou fazer, amanhã quando te fores embora, passo lá. - Sabes que ele te vai dizer o mesmo que eu. - Se calhar não. Entretanto, o filme acabou, ambos estavam cheios de sono, decidiram ir dormir, pois Rita iria embora na manhã seguinte, bem cedo. Foi uma longa noite de sono para Rita, mas Afonso mantinha o pensamento no papel mistério. Na manhã seguinte, os pais de Afonso acordaram o filho e a sobrinha. Depois de se prepararem, desceram para tomar o pequeno-almoço, que a mãe de Afonso tinha preparado. Quando acabaram de comer, saíram e foram os quatro para o carro, com destino ao aeroporto, de onde Rita iria voltar para casa. A rapariga despediu-se dos tios, e só depois do primo, dizendo: - Rapaz, não te preocupes mais com o papel. - Não consigo, pensei nisso a noite toda. - Descansa, a seguir vais à polícia, e logo ficas descansado. - Pois… - Então adeus primo, para a próxima tens de ir tu a Espanha, visitar-me a mim e aos meus pais. - Claro, hei-de ir um dia. Lá foi Rita, no avião com destino a Espanha, enquanto Afonso e os pais regressavam a casa. Afonso, mal chegou a casa, saiu para ir à polícia. Não sabia o que fazer, estava aflito, apesar do que a prima tinha dito, achava que o papel não era uma simples brincadeira. Chegou à esquadra, e foi falar com o polícia: - Meu jovem, que se passa? Perguntou o polícia. - Eu...... - Calma, explica lá o que se passou. - Bem, eu encontrei este papel dentro de uma garrafa, junto ao mar, na praia Neptuno! - Disseste na praia Neptuno? Perguntou o polícia. - Sim, porquê? Perguntou Afonso admirado. - Porque a praia está interdita, ninguém pode ir lá desde que o rapaz, Carlos, se afogou, ficando preso nas ondas fortes daquela praia. Portanto, meu jovem, não volte lá, ouviu. Disse o polícia.

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- Mas, sargento, e a pessoa, a pessoa do bilhete, e... - Não interessa, deve ser uma brincadeira de mau gosto. - Mas, e se não for, e se houver mesmo alguém a precisar de ajuda!? - Quero-te longe da praia, acabou a conversa! O rapaz saiu muito aborrecido e incomodado, pois o polícia disse exatamente o mesmo que Rita, mas Afonso só pensava “Porquê, por que é que o polícia não quis saber?” e “Por que é que fui eu a descobrir o papel, com tantas pessoas, porquê eu?” mas estava determinado em descobrir quem era a autora do papel. Contudo, já era muito tarde e os seus pais já deviam estar a ficar preocupados, por isso decidiu ir para casa, dormir, e de manhã, bem cedo, começar a pesquisar e investigar o famoso papel. Depois de uma noite sem quase dormir, eram seis e meia da manhã ligou o computador, colocou: Carlos Dias, apareceram muitas hipóteses, tinha muito por onde procurar, e certamente muito trabalho pela frente. O primeiro site, dizia “rapaz morre afogado e corpo dá à costa alguns dias depois, desfigurado”, procurou outros sites e todos diziam o mesmo. Afonso leu com muita atenção e perguntou-se, “como é que o rapaz tinha aparecido desfigurado, será que teria batido contra algo? Mas, desfigurado…” Afonso levantou-se, comeu uma torrada e foi até à praia, estudar melhor o local, e reparou que não havia ondas nenhumas, novamente; pondo-se a pensar, lembrou-se de todas as vezes que ali tinha passado e que realmente nunca tinha havido ondas, onde alguém se pudesse enrolar, para se afogar. De regresso a casa, foi-se enfiar novamente no quarto e, em vez de pesquisar sobre o rapaz, pesquisou sobre a praia Neptuno e depois de muito pesquisar e quase desistir, encontrou uma notícia interessante “Rapariga desapareceu na praia Neptuno”. Pensou, “rapariga desapareceu, rapaz morreu… bem, esta praia tem mais história do que um filme de terror. Depois de muito pensar e de tentar encaixar as peças, lembrou-se de ir buscar o papel da garrafa e tentar analisá-lo com os utensílios que tinha; com a ajuda de um microscópio, dos pequenos, analisou o bocado de papel, escrito à pressa e com a letra tremida, revelando medo por parte do autor, reparando que parte do texto tinha ficado debotado devido a alguma água que teria entrado na garrafa. Decidiu tentar recuperar o que lá estava escrito, de diferentes formas e feitios, mas sem grande sucesso, apenas conseguiu descobrir umas palavras mais, mas correspondentes a diferentes palavras “n… des… fui… rap…”. Este código pôs o rapaz a pensar uma vez mais, e outra, e outra, mas nada, nada, não chegava a lado nenhum, não via ligação entre o bilhete e a história. Entretanto, recebeu um telefonema. Era o seu grande amigo, Tiago: - Olá, tudo bem? - Sim, e contigo? - Também, olha, vou dar uma volta, queres vir? - Estou um pouco ocupado. Não sei… - Vá lá, uma volta rápida pela praia Neptuno. - Pela praia!!! Eeem. Ok, vou aí ter contigo. Até já.

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- Despacha-te. Cansado de tanto trabalhar no caso, vestiu um casaco, pois estava bastante frio lá fora, pegou na bicicleta e foi ter com o amigo à praia, sempre com o pensamento no bilhete. Chegou, e lá estava Tiago à espera. - Demoraste a chegar. - Já é uma sorte eu ter vindo, portanto não me irrites! - Está bem, está bem, calma… Sempre com o pensamento no caso, decidiu chamar a tema de conversa a praia, para ver que informações teria o amigo, às vezes poderiam ser úteis. - Olha, sabes que a praia está interdita e que não deveríamos estar aqui… - Sim, por causa do rapaz que morreu afogado. Referindo o rapaz, observou o mar, e para seu espanto não havia ondas nenhumas, mar mais calmo não havia! - Mas não é só por isso! - Não!!! Então que mais é que sabes? Explica lá… - Acho que, pouco tempo depois, uma rapariga, chamada Filipa, desapareceu… - Ah sim! Que mais sabes? - Não muito, só que desapareceu e nunca mais foi encontrada. Afonso associou repentinamente, “des… desapareceu, é isso.” Desatou a correr, e o Tiago disse: - Amigo, aonde vais? - Nada, nada, adeus!!! E lá foi ele, na sua bicicleta, super acelerado, para poder ver o papel e associar os factos e as pistas que já tinha. Chegou ao quintal, arrumou rapidamente a bicicleta na enorme garagem que tinha, cumprimentou os pais, e foi para o quarto, fechou a porta, pois não queria ser incomodado, abriu a gaveta da sua secretária castanha e pequenina, pegou no papel da garrafa, numa folha normal, numa caneta, e tentou decifrar o papel, então, “ se leres este papel, por favor ajuda-me, estou presa numa casa, numa ilha no meio do mar” e completou “ não desapareci, fui raptada”. Agora tudo fazia mais sentido, mas ainda faltava ligar algumas pontas. Decidiu ir buscar um mapa da praia que estava no seu livro de geografia do ano passado. Encontrou várias ilhas lá perto, não sabia qual seria, nem se seria alguma delas, portanto decidiu ir fazer uma nova pesquisa, sobre as diversas ilhas presentes no mapa. Tudo muito normal, parque, reservas naturais, condomínios, sítios que dariam demasiado nas vistas, que chamariam demasiado a atenção, e, de repente, apareceu uma notícia sobre uma das ilhas que dizia “…ilha incendiada há dez anos, nunca recuperou…”, perfeito, pensou Afonso, nesse momento ficou determinado a ir lá, só não sabia como. De repente ouve a mãe, estava a chamá-lo para ir jantar. Iam jantar só os dois, pois o seu pai, Luís, estava a trabalhar, era segurança num centro comercial, mas o seu verdadeiro sonho era vir a ser um grande polícia, e Afonso acreditava nele.

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Não falaram muito durante o jantar, até que a sua mãe disse: - Não te tenho visto muito, ultimamente! - Não, pois, ahhhh… - Então, tens andado entretido com algo novo? Perguntou a mãe curiosa. -Não, tenho andado um pouco cansado, nada mais. Jantou rapidamente e foi novamente para o quarto, pensar numa maneira de ir até à “ilha mistério”, tanto pensou, tantas voltas deu à cabeça que acabou por adormecer com a cabeça nos livros, em frente ao computador. Durante a noite tocaram à campainha, Afonso tentou ignorar, mas tocavam sem parar, por isso levantou-se e foi abrir a porta. Era uma rapariga em muito mau estado, a rapariga estava aterrorizada e só lhe pedia que a deixasse entrar, para se poder esconder, pois andava um lunático atrás dela, para lhe por fim à vida. De repente, Afonso ouviu um grito, o grito vinha do andar de cima, da sua mãe, subiu rapidamente as escadas e foi ao quarto da mãe. Abriu a porta e lá estava o lunático a tentar apanhar a sua mãe, quando conseguiu apanhá-la pegou numa faca e... Afonso acordou assustado, e só passados alguns minutos é que se apercebeu: Era só um sonho. Afonso tinha finalmente percebido que não tinha tempo para dormir e que tinha de se apressar, pois achava que o sonho era um sinal, um sinal de que algo mau estava a acontecer à rapariga do bilhete, então decidiu mais uma vez juntar todos os indícios que tinha. - Então há um rapaz desfigurado, morto, Carlos; uma desaparecida, Filipa; um pedido de ajuda e uma ilha incendiada e abandonada. O que hei-de eu fazer??? Interrogava-se vezes e vezes sem parar, só tinha uma coisa a fazer, ir até a ilha mistério. Na manhã seguinte, Afonso estava agitado, então, levantou-se rapidamente, foi ao quarto dos pais e observou que os mesmos já tinham saído, tinha-se esquecido que eles iam numa viagem de trabalho durante todo o fim-de-semana. Foi à cozinha, bebeu um pouco de sumo de laranja, comeu uma torrada e foi para o cais da praia Neptuno, pois o seu pai tinha lá um pequeno barco a motor, que Afonso iria utilizar para chegar até à “ilha mistério”, assim intitulada pelo rapaz. Foi de bicicleta para o cais, pois assim seria mais rápido. Quando chegou ao cais desmontou da sua bicicleta, prendeu-a com o cadeado a um poste de eletricidade, e foi para o barco. Tinha levado consigo uma mochila, com as coisas que acharia essenciais para a realização desta viagem. Dentro da mochila, tinha uns binóculos, uma bússola, um mapa, o papel mistério, umas sandes e alguma água para o caso de ter fome ou sede. O tempo estava ótimo, não havia vento, nem nuvens, nem ondas (surpreendentemente). Abriu o seu mapa e levou o seu pequeno barco a motor para a ilha. Navegou e navegou, via peixes lindos, golfinhos a saltar, estava pasmado, pois tudo aquilo era realmente encantador, até que avistou a ilha. Era pouco verde, devido ao incêndio que ali tinha ocorrido. Começou a sua busca, pegou num ramo, que estava caído no chão, e lá foi ele. Havia muita terra, via-se que a paisagem tinha sido destruída, não havia fauna nem flora.

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Lá foi Afonso, horas a andar, por terra e mais terra! Decidiu finalmente parar para almoçar, sentou-se numa rocha junto ao mar, comeu a sua sandes e pensou para si mesmo “já cá ando há horas, e se me tiver enganado, e… não sei…”. Acabou de comer e ficou a admirar um pouco o mar, o som das ondas, a irem e a virem. Afonso só queria ter ali a sua prancha de windsurf, pois ali havia ondas altas e encapeladas a espumar de violência. Depois de sonhar um pouco, continuou a sua busca. Lá andava Afonso, para trás e para a frente, a passear sozinho; de repente ouviu um barulho, talvez um grito, não sabia bem o que era, mas tinha de descobrir. Continuou a andar mais um pouco, mais apressado, começou, do nada, a ver relva, ervas, campos de vegetação, mas como, e por que é que no meio daquela ilha incendiada haveria algo assim? No meio da vegetação avistou uma antiga casa castanha, linda – achou - então aproximou-se, para dar uma vista de olhos, estava curioso. Aproximou-se e deu uma volta à casa, era enorme. Depois espreitou pela janela e viu a cozinha. De repente ouve novamente o mesmo barulho, agora Afonso tinha a certeza de que era um grito, de uma rapariga, e que vinha de dentro da tal casa. Ouviu uma pessoa dentro da casa, decidiu esconder-se atrás de uma pilha de lenha que estava encostada a uma das paredes da casa. Passados alguns minutos, saiu um rapaz de dentro de casa, mas Afonso não lhe conseguiu ver a cara, pois ele estava de costas, reparou que tinha ido buscar comida aos seus campos. Entretanto, o rapaz deixou cair as chaves e, quando se virou para as apanhar do chão, Afonso conseguiu ver-lhe a cara e… não dava para acreditar. - Não pode ser, aquele é o… é a mesma cara, é igual à fotografia do Carlos…mas o rapaz deu à costa na praia…na praia…mas como…!? Afonso acabou por chegar à conclusão evidente de que quem dera à costa, afinal, não tinha sido Carlos, era um desconhecido, mais uma vítima. Ficou sentado atrás da pilha de lenha, e quando finalmente tinha ganho coragem para entrar em casa, Carlos chegou. Afonso avistou-o no meio de uns arbustos, só teve tempo de correr novamente para trás da lenha e lá ficar sem fazer barulho. A noite chegou e Afonso continuava escondido atrás da lenha, cheio de sono, estava uma noite quente e estrelada, só tinha pena de estar ali em vez de estar com os seus amigos. Deitou-se e ali ficou a olhar para as estrelas, acabando por adormecer. De manhã os pássaros cantavam e Afonso acordou dando um salto. Estava ensonado, mas quando viu Carlos a sair de casa, rapidamente despertou. Esperou um pouco e observou que Carlos tinha ido para longe. Avançou rapidamente, abriu a porta que chiava e entrou. Era muito bonita e bem apresentada, deu uma volta pela mesma, entrou em cada um dos muitos quartos que havia, quando ia abrir a última porta, verificou que estava trancada à chave e, subitamente, ouviu a porta da entrada a abrir-se, ficou assustado e foi para dentro de um dos quartos. Afonso tinha a porta um pouco aberta e, de repente, Carlos passou mesmo à sua frente, parecia

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furioso, destrancou a porta mistério, desceu as escadas que lá estavam e começou a gritar com alguém. - Olha, minha querida, eu sei que está alguém nesta ilha, eu vi um barco na costa, mas seja quem for, daqui não sai. Se eu sei que, por alguma razão, tu és a responsável por isso, nunca mais ninguém te voltará a ver novamente!” Afonso ouviu tudo o que Carlos disse, estava muito assustado, mas agora tinha a certeza de que não estava maluco e que, fosse de que maneira fosse, tinha de ajudar aquela rapariga, mas primeiro tinha de sair para poder pensar num plano para a ajudar e saírem daquela maldita ilha sãos e salvos. Olhou para trás e reparou que havia uma janela por onde iria sair. Ao dirigir-se para a mesma, tropeçou num objecto, uma jarra, que caiu, se partiu e fez imenso barulho. Carlos ouviu o barulho, virou costas à rapariga, subiu rapidamente e entrou no quarto, abriu a porta e, para surpresa dele, já lá não estava ninguém. Reparou que a janela estava aberta, aproximou-se e espreitou para fora, mas não conseguiu ver ninguém. Afonso já se tinha escondido no meio de uns arbustos. Carlos não ficou tranquilizado, por isso saiu disparado e foi fazer uma “ronda” pela ilha; se alguém lá estivesse, Carlos tinha a certeza que o encontraria, pois não havia ninguém que conhecesse aquela ilha melhor do que ele. Assim que Carlos saiu, Afonso voltou a entrar, e para sua segurança tinha tirado da cómoda do quarto uma navalha. Entrou e foi direitinho ao quarto na cave, a porta estava destrancada. Era uma cave suja, escura e completamente assustadora. Entrou, caminhou um pouco, e encontrou um interruptor de um pequeno candeeiro. A luz iluminava somente uma rapariga de cabelo castanho, olhos meio fechados, presa a uma cadeira, com ar de desespero. Afonso aproximou-se, endireitou-lhe ligeiramente a cabeça e, lentamente, a rapariga abriu os olhos. Quando Afonso lhe ia perguntar o nome apercebeu-se: - Não pode ser, és a Fil...Filipa!!! A rapariga não respondia, não tinha qualquer reação, mas abriu muito os olhos, estava assustada e sussurou: - Atrás.....atrás... Quando Afonso se ia virar para trás, para ver o que a estava a assustar, algo lhe bateu na cabeça e Afonso caiu desmaiado no chão. Carlos tinha-lhe dado com um pedaço de madeira na cabeca. Carlos pegou nele, amarrou-o a uma cadeira, e lá ficou algumas horas até acordar. Quando Afonso finalmente acordou, estava muito tonto, e com a vista turva, não via nada direito, mas ouviu um pequeno som, eram, talvez, passos, cada vez mais altos até que a porta se abriu. - Então, vamos lá ver... quem és tu meu grande intrometido???? Perguntou Carlos furioso por ele lá estar, mas ao mesmo tempo curioso para saber por que é que o rapaz lá estava. - Ahh, não sei....disse Afonso. - Vamos lá a ver se assim te lembras. Carlos, irritado, deu-lhe uma chapada com toda a força que tinha. - E agora, quem és tu?

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- Ahh, não sei... Carlos, passado, deu-lhe novamente uma chapada ainda com mais força, pois não suportava que alguém gozasse com ele, mas Afonso continuava sem dizer quem era. - Então, temos um com a mania que é corajoso, ou talvez simplesmente um idiota. Se ao magoar-te não me dizes nada, vamos ver o que acontece se magoar a Filipa!!! Aproximou-se da pobre rapariga e fez-lhe um ligeiro corte no braço, com uma pequena navalha que tinha tirado do bolso das suas calças. Fez isso só para que Afonso ficasse assustado. Mas Afonso manteve-se calado e, quando Carlos ia realmente magoar Filipa, Afonso gritou: - Afonso, o meu nome é Afonso, não lhe toques, não a magoes... - Ah, então temos aqui o Afonso, um verdadeiro cavaleiro andante!!! Agora só falta dizeres-me o que fazes aqui? Ninguém deveria vir a esta ilha. Está fechada a visitas e a visitantes. - Então que fazes tu cá, com uma rapariga na cave? Perguntou Afonso tentando discretamente obter informações. - Somos namorados e como ninguém aprovava o nosso amor, fugimos os dois, para longe de tudo e de todos. - São namorados... Que belo amor que vocês aí têm!? - É, a Filipa portou-se mal, por isso é que aqui está. Mas eu sei que ela me ama profundamente, tal como eu a amo a ela. - Só se for do estilo, quando mais me bates mais eu gosto de ti, meu grande idiota. Sussurrou Afonso. - Que disseste? - Que tinha lido no jornal que estavas morto e enterrado... e que a Filipa tinha sido raptada, essa parte até que não é mentira de todo, mas tu dizes que vocês se amam... - Odeio-te. Disse Filipa baixinho, quase sem forças para falar, mas Carlos ignorou--a e continuou. - E como ninguém nos apoiava, e só nos queriam separar, eu tive de tomar medidas e tive esta excelente ideia: fingi a minha morte e assim ninguém me procura, a Filipa está desaparecida e ninguém suspeita de nada, esta ilha está interdita, ou seja, ninguém cá vem desde o incêndio. Plano perfeito, até tu apareceres e estragares tudo, só não sei porquê? - Mas há algo que não bate certo… disse Afonso intrigado. - Sim, o quê? - Tu “supostamente” morreste, não foi? - Sim, e qual é a complicação? - A complicação é que deu realmente um corpo à costa, mas tu estás aqui, logo aquele não eras tu!!! - Que inteligente que me saíste, foste capaz de chegar sozinho à conclusão de que o corpo morto não era o da pessoa que está mesmo à tua frente a falar contigo. - Sim, sou brilhante. A questão é, afinal quem era a pessoa que deu à costa? - A pessoa que deu à costa era o velho que morava nesta casa, não comentaram o facto de estar desfigurado, sem os dedos e dentes.

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- Sim, mas foste tu, foste capaz de fazer isso ao pobre senhor? - Já estava mais para lá do que para cá, fiz-lhe um favor. Como não tinha os dedos, as impressões digitais, nem os dentes, era impossível identificá-lo. Matei-o, pus-lhe uma pulseira que andava sempre comigo, para os meus amigos a identificarem e atirei-o para água, acabando por dar à costa na praia Neptuno. - Mas isso, isso é, mas que psicopata! - Psicopata, eu? ahhahhahhhhh! É antes verdadeiro amor, tudo pela minha amada, Filipa. Agora estou cansado, vou dormir. Lá foi ele, subiu as escadas, trancou a porta e foi para o seu quarto. Afonso estava muito preocupado com Filipa. Chamava por ela e nada, a pobre rapariga não respondia, não acenava, não dava sinais de vida. Afonso continuava a chamar e a gritar o máximo que podia por Filipa, mas já estava cansado, não comia nem bebia nada há muito tempo, já não se aguentava, cada vez chamava por ela mais baixo, até que acabou por não aguentar mais, calar-se e adormecer. Na manhã seguinte, Carlos acordou bem-disposto, levantou-se e foi tomar um banho. Quando terminou o belo do banho, foi tomar um grande pequeno-almoço, comeu pão, sumo de laranja natural e fruta. No final do pequeno-almoço estava ansioso para ir ver Filipa e Afonso. Levantou-se, chegou à porta, destrancou-a. Pensou que ambos iam estar despertos, mas observou que, pelo contrário, estavam ambos a dormir. Arreliado, fechou a porta com toda a força que tinha. Afonso e Filipa acordaram assustados e exaltados, Carlos desceu as escadas e com um grande sorriso na cara disse: - Bom dia, bom dia alegria, como estão a minha linda namorada e o seu grande amiguinho intrometido, hoje? - Queres uma resposta a sério ou a brincar… - Que piada tão grande. - Cala-te, podias era poupar-nos e libertares-me a mim e à Filipa. - Libertar-vos? Nunca na vida te deixarei levar a minha amada para longe de mim. - Amada, se realmente gostasses dela deixavas-nos ir. - Não há nada para deixar, ou não deixar. Já me conseguiste irritar, e logo hoje que estava tão bem disposto. - Oh, desculpa para a próxima faço melhor. Disse Afonso sarcasticamente. - Cala-te, olha, adeus, fica aí que eu vou dar uma volta. - Ficar aqui, tenho outro remédio!? - Não, essa é a desvantagem de estares a mais. Carlos voltou costas e subiu as escadas, mas entretanto arrependeu-se e voltou a descê-las para perguntar algo a Afonso: - Afonso, nunca te cheguei a perguntar, mas como é que vieste cá parar? - Como iria para qualquer ilha, de barco. Não estúpido, como viste cá dar, pois eu aposto que não vieste cá só por vir. - Foi pura sorte.

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- Ou então puro azar. Comentou Carlos. - Seja o que for, eu estava a navegar e quis parar um pouco, pois estava a ficar enjoado e esta era a ilha mais próxima. - Se realmente foi por sorte, como é que sabias os nossos nomes, a nossa história, o facto de eu ter morrido, de ela ter desaparecido, da ilha estar queimada. - Vejo notícias, gosto de me manter informado, nada mais. - Pois, eu vou fingir que acredito. Ok, agora, sei lá, adeus. Lá foi Carlos, de vez, subiu as escadas, trancou a porta e foi dar a sua voltinha, para ter a certeza de que não havia mais intrusos na ilha. Afonso estava a tentar soltar-se, conseguia mexer-se, mas não conseguia cortar a corda com as mãos, não tinha força suficiente, até que se lembrou que tinha guardado a navalha que tinha tirado do quarto de Carlos, na bota. Então baixou-se e torceu-se um pouco até conseguir tirar a navalha. Abriu-a e cortou as cordas das mãos e dos pés. Depois de se soltar foi ter com Filipa, cortou-lhe também as cordas e soltou-a. Estava tonta e com fome. Afonso deixou-a sentada na cadeira e foi tentar destrancar a porta. Subiu as escadas e, com a ajuda da sua amiga navalha, conseguiu destrancá-la. Desceu as escadas, pegou em Filipa e ajudou-a a subir, levou-a até à cozinha, deu-lhe um pouco de água e algo para a fome, para ver se lhe dava alguma energia. Depois de se abastecerem, espreitaram pela janela, observaram que Carlos não estava perto, abriram a porta da entrada e lá foram eles. Correram o máximo que conseguiam, que não era muito. Sabiam que só tinham de correr o suficiente para chegar até ao barco do pai de Afonso e conseguirem fugir em direção à praia Neptuno. Mas Filipa não estava descansada, apesar de ter muito medo de Carlos, também não conhecia Afonso de lado nenhum, por isso parou de correr para lhe perguntar: - Espera, eu não te conheço, por que é que hei-de confiar em ti?? - E por que não hás-de confiar!!! - Quem és tu ? - Afonso, agora vamos. - Não é isso. Eu sei que te chamas Afonso, mas como chegaste aqui? - Compreendo que estejas desconfiada, no teu lugar eu também estaria, mas nós temos de ir. - Como é que chegaste aqui? - Eu vi o teu bilhete, presumo que tenhas sido tu, certo? - Sim, fui eu, mas pensei que nunca ninguém iria ver esse papel. - Pois, mas eu vi o bilhete, só não disse nada há pouco para que Carlos não se chateasse. Eu pesquisei e recolhi pistas, cheguei a um certo ponto que pensei que tinha endoidecido de vez, mas acabei por chegar cá, para te salvar. Por isso corre, senão ele vai apanhar-nos novamente e depois é que nunca mais fugimos. Eu não sei se reparaste, mas ele não bate bem da cabeça. - A sério, desculpa não tinha reparado. Disse Filipa sarcasticamente Carlos regressou alegremente a casa, depois de acabar a sua ronda, abriu a porta da entrada,

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olhou em frente e viu que a porta da cave estava aberta, correu até lá e reparou que já não estava lá ninguém. Super irritado gritou: - Filipa, eu vou apanhar-te!!!!! Carlos estava de tal modo irritado, que Filipa e Afonso ouviram o seu grito. Afonso, assustado, só dizia: - Corre, depressa, se queres viver corre, ele já chegou a casa e não ficou nada feliz, agora corre. Carlos chegou à sua cómoda, abriu a gaveta, desviou umas camisas, pegou na sua pistola e desatou a correr, podia ser um verdadeiro psicopata, mas conhecia bem aquelas terras e conseguia seguir as pegadas dos fugitivos. Olhou para o chão, reparou em alguns ramos partidos num dos caminhos da sua plantação, e seguiu por esses caminhos. Filipa e Afonso continuavam a correr por amor à vida, mas Filipa estava tonta, acabando por tropeçar numa raiz de árvore e cair. Filipa começou a gritar por Afonso, quando este olhou para trás correu até ela e perguntou: - Filipa, estás bem??? - Sim, só tropecei na raiz da árvore. - Mas consegues andar? - Sim, acho. Ajuda-me só a levantar. Afonso ajudou-a a levantar-se, mas Filipa não conseguia andar, assim que se levantou, caiu de seguida. - Ai, ai, ai… queixou-se Filipa. - Estás bem? - Acho que torci o tornozelo, não consigo andar. De repente, ouviu-se um barulho e alguém a dizer: - Filipa, vou apanhar-te, e ao teu amigo, e vão pagar bem caro. Carlos já não estava longe deles, e tinham noção disso: - Vai tu Afonso, eu não consigo andar, e ele a mim não me faz mal, vai. - Nunca te deixarei sozinha com aquele psicopata. - Então, que vamos fazer? Se não fores, vamos ser os dois apanhados. - Não somos nada, anda, eu levo-te ao colo. Afonso baixou-se, pegou em Filipa e levantou-a. Começou a correr o máximo que podia. Carlos continuava a segui-los, já estava um pouco cansado, por isso parou, mas quando olhou na direção da praia conseguiu ver algo e começou a correr novamente. Quando chegou à praia, olhou em redor e viu Afonso com Filipa nos braços a correr em direção ao barco. Carlos, desesperado, pegou na arma e disparou, para sorte de Afonso o tiro acertou na areia. Afonso e Filipa ficaram ainda mais assustados do que o que já estavam! Afonso olhou para trás, não viu a pedra que estava à frente dele e acabou por tropeçar nela, caindo, deixando também a rapariga cair-lhe dos braços. Carlos, vendo esta oportunidade de os apanhar novamente, começou a correr, chegou ao pé de Afonso e apontou-lhe a arma, dizendo: - É o que acontece por te meteres com quem não deves, não sabias ter ficado quieto!?

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- Não faças isso… gritou a pobre rapariga desesperada. Carlos, ao ouvir a voz de Filipa desviou ligeiramente o olhar de Afonso, este aproveitou para lhe tirar a arma, dando-lhe um pontapé na mão. A arma saltou para longe, para dentro de água. Sem a sua arma Carlos atirou-se para cima de Afonso, andaram à luta, Carlos batia em Afonso repetidas vezes, sem lhe dar tempo de se defender. Filipa, farta de ver o seu amigo a ser magoado pelo suposto “amor” dela, gatinha até ao local da briga e, enquanto Carlos estava em cima de Afonso, puxa-o para trás, fazendo com que ele caísse na areia. Vendo, assim, uma oportunidade de fuga, Afonso começa a fugir levando Filipa consigo, mas Carlos estica-se acabando por lhe agarrar na perna, puxando-o e fazendo-o cair novamente. Quando se largaram, levantaram-se os dois e ficaram a olhar um para o outro; Filipa estava sentada na areia e por mais que quisesse e tentasse ajudar Afonso, não se consiga mesmo levantar. Enquanto Carlos e Afonso se olhavam fixamente, Carlos aproveita o momento para lhe perguntar: - Tu, tu estragaste tudo, mas porquê? - Porquê, o quê? - Por que é que vieste para esta ilha, mas como é que vieste cá parar, e não digas que andavas só a navegar! Sei bem que é treta. - Fui eu. Disse Filipa. - Tu, tu, mas como… - Quando me arrastaste para aqui, antes de me prenderes na tua cave, escrevi um papel com um pedido de socorro, coloquei-o numa garrafa que estava no chão e atirei-a ao mar, acabando por dar à costa na praia Neptuno, sempre com a esperança que alguém a visse e me viesse tirar deste inferno que tu fizeste e em que me fazes viver. - Tu, porquê, eu adoro-te e eu sei que também me adoras, que mesmo que não estejas a ver agora, lá no fundo tu sabes que é verdade. - Eu odeio-te, ok! Nunca gostei de ti, nem nunca irei gostar, por favor deixa-me ir e ser finalmente livre. - Nunca, ouviste, nunca, tu és minha para sempre. Carlos aproximou-se de Afonso, pegou nele e arrastou-o até à água, pondo-lhe a cabeça dentro da mesma, com esperança de que ele parasse de respirar. Carlos dizia: - Uma das poucas coisas em que ainda acredito é que se há algo puro é a água, esta saberá que tu deves morrer aqui e agora, e não te ajudará. Quando Afonso estava a começar a ceder, Filipa fez um último esforço, aproximou-se novamente dos rapazes e empurrou novamente Carlos, que acaba por largar Afonso. Filipa puxa-o para fora de água e vê que este ainda respirava. Carlos, estando farto de usar a força, olhou à sua volta e avistou a arma, estava presa numas rochas. Nadou até lá e pegou na arma. Levanta-se rapidamente e chama por Afonso dizendo: -Devias ter ficado em casa, agora nunca mais lá voltarás. Preparando-se para disparar, começa a apertar o gatilho e, do nada, uma onda enorme, num

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mar super calmo, aparece. Quando Carlos viu a onda, já era tarde demais e foi “engolido” por ela. Afonso e Filipa ficaram ligeiramente aliviados, pois a arma não chegou a disparar, mas ainda estavam preocupados, visto não saberem onde estava Carlos. Afonso levantou-se e chegou ao perto da água, entrou, olhou em redor e não via sinais de Carlos, decidindo nadar até às rochas. Quando lá chegou, levantou-se e viu que Carlos estava morto e preso nas rochas, tinha batido com a cabeça, pois a água estava cheia de sangue. Afonso, alegre, grita para Filipa: - Filipa, morreu, ele está morto. Filipa nem queria acreditar que aquele pesadelo, que tudo aquilo por que passara tinha finalmente acabado, tinha finalmente tido um fim. Afonso regressou a terra e correu para junto de Filipa que lhe deu um abraço enorme, de alegria e alívio. - Não acredito que finalmente acabou, afinal teve mesmo um fim. Comentou Filipa, alegre. - O Carlos afinal tinha razão…disse Afonso - Tinha razão no quê? - O mar é mesmo puro e consegue distinguir o bem do mal, aquela onda não poderia ter vindo em melhor altura. O mar sabia que ele tinha de morrer aqui e agora. Afonso pegou em Filipa e foram para o barco, colocou-a lá dentro, de seguida entrou, e lá foram eles de regresso à praia Neptuno. Filipa não acreditava que finalmente conseguia olhar para trás e ver que cada vez estava mais afastada daquela maldita ilha e daquele inferno, que ia regressar para casa, que ia ver e estar novamente com os amigos, com a família, com a sua mãe e com o seu pai. Quando, finalmente, chegaram à praia Neptuno e saíram do barco, saltaram literalmente de alegria. Afonso levou a rapariga para sua casa, sentou-a no seu sofá e esperaram que os seus pais chegassem. Quando eles chegaram e entraram em casa, cumprimentaram Afonso e sentaram-se, sem terem a menor ideia que aquele fim-de-semana de negócios para eles tinha sido o maior pesadelo do seu filho e daquela pobre rapariga. Sem conhecerem a rapariga, curiosos, os pais perguntaram: - Quem é a tua amiga, Afonso? - É uma longa história. Escola Secundária da Moita | Patrícia Sá | 10º A2

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… Quando chega o verão, nós, seres humanos, sentimos uma atração mais forte pelo mar. Ao longo da caminhada na praia, o ser humano vai deixando as marcas na areia, porém as suas marcas foram fatais para as areias daquela praia. Agora, em vez de os turistas passarem por lá, tirarem fotografias e desfrutarem das magníficas águas, apenas utilizam a praia como um gigantesco caixote do lixo. Garrafas vazias, de plástico, de vidro, cheias ou vazias, partidas ou inteiras, seja o que for são encontradas naquela praia. Ao deitar o lixo nas praias, as pessoas não pensam nos seres vivos, “tudo o que flutua no mar se come” assim é como eles pensam. Uma simples tampa de uma garrafa de plástico pode permanecer inalterável nas águas do mar por mais de um século. Os meses de dezembro e de janeiro são os mais frios, pois é inverno. No entanto, eram os meses que atraíam mais turistas, a água estava sempre a uma temperatura bastante agradável sendo, assim, o clima propício a uns belos dias de praia e de desportos como windsurf ou mergulho, uma vez que estas águas estavam repletas de peixes. Mas com o passar dos anos tudo mudou, as pessoas ficaram mais descuidadas e desrespeitadoras, poluindo a água e matando os seres vivos que lá existiam, arruinando a beleza natural da praia. - Já viste, deitam de tudo para o mar hoje em dia, disse Rita com o seu discurso de ambientalista. Afonso abriu o papel enrolado que dava o aspeto de ser um pedido de socorro. - “ Ajudem-me, estou na cabana, na ilha …” Pelo aspeto da garrafa, parecia que andava à deriva há muito tempo e o papel parecia ter sido escrito à pressa. - É melhor irmos à polícia, o homem parece aflito, disse Rita, assustada. - Isto não há de ser nada, é apenas uma brincadeira, de certeza, disse Afonso não ligando minimamente ao papel. Não dando a mínima importância ao papel, Afonso jogou a garrafa para o chão, o que não reparou foi que ao cair a garrafa bateu numa rocha partindo-se, chamando a atenção de um polícia que por ali passava. - Mas o que vem a ser isto? Perguntou o polícia Eduardo. - Peço desculpa, foi um acidente, eu vou já limpar, disse Afonso pegando os cacos de vidro com a mão, tendo cuidado para não se cortar. - Existe alguma cabana perto da praia? perguntou Rita, pois o seu pensamento apenas girava em torno da misteriosa mensagem flutuante. - Não, nunca vi tal coisa, mas por que razão querem saber? - Nós encontramos um papel de socorro, disse Rita tirando o papel das mãos de Afonso para mostrar ao polícia. - Ah, isto é mesmo típico de uma brincadeira de mau gosto, esqueçam isto e afastem-se da ilha. disse o polícia rindo. Depois de o polícia ter ido embora, Rita ficou pensativa. - O que se passa? perguntou Afonso, visto que Rita estava bastante pensativa. 103


- Nunca fui muito com a cara deste polícia, acho que devíamos investigar melhor. - Esquece esta história, ouviste o polícia, ele é um bom homem, conheço-o desde pequenino, disse Afonso. Rita não queria esquecer o assunto, por isso todos os dias chateava o amigo para irem à ilha, até que um dia ele lá cedeu, apenas para lhe mostrar que a tal cabana não existia. - E como vamos para lá? perguntou Rita. - Podemos ir de barco, o meu amigo Matias tem um velho barco a remos, posso pedir-lho emprestado. No dia seguinte já estavam os dois prontos, com uma mochila com coisas que provavelmente lhes seriam úteis na viagem, tal como uma bússola para se orientarem, uns óculos de sol para “o estilo de se armarem em detetives”, como dizia Rita, umas sandes e garrafas de água. Quando chegaram à ilha, os dois ficaram estupefactos, aquilo era lindo, rodeado de mar, de árvores, flores magníficas, de todas as cores e feitios, parecia um autêntico paraíso na terra. - Como é que as pessoas nunca vieram aqui! dizia a rapariga. Os dois amigos seguiram o caminho tentando procurar a tal cabana, mas estavam naquele impasse há mais de meia hora, a ilha parecia toda igual, pois iam dar sempre ao ponto de partida, ainda por cima tinham a sensação que estavam a ser seguidos. Rita estava cansada, então, sentou-se na areia quente, fechando os olhos e deitando-se para descansar, Afonso, embora não estivesse cansado, fez o mesmo. Quando abriu os olhos a rapariga assustou-se, pois nem ela nem Afonso tinham percebido que um homem se aproximara deles, com ar de poucos amigos. - O que estão aqui a fazer, perguntou o homem irritado. - Nós só viemos aqui tentar descobrir mais coisas sobre… O homem nem deixou Afonso acabar de se justificar, mandou-os simplesmente embora, ordenando que nunca mais voltassem. - Podia só dizer-nos se existe aqui alguma cabana? perguntou Rita com um pouco de medo. - As únicas coisas que existem aqui são umas quantas árvores e plantas, agora desapareçam da minha frente. Antes que vos tenha de tratar da saúde, acrescentou o homem mais baixo. - Que antipático. disse Rita, enquanto entravam no barco para regressar. - Tu também, nunca vais com a cara de ninguém, deixa o homem, coitado, nós estamos a invadir o espaço dele, disse Afonso. - A ilha nem sequer é dele, disse Rita irritada. Quando chegaram de novo à praia, o polícia Eduardo aguardava-os com as mãos cruzadas, batendo o pé, estava bastante chateado. - Eu disse que não vos queria na ilha, vocês desrespeitaram-me, espero bem que isto não volte a acontecer. Afonso apenas ficou indiferente ao sermão, enquanto Rita não percebia porque é que não se podia aproximar da ilha, por isso decidiu prosseguir a investigação, sem Afonso. Rita ia todos os dias para a praia, gostava de sentir a brisa do mar, a areia quente entrar-lhe por entre os dedos e, por mais estranho que fosse, ela adorava colecionar pequenas conchas que 104


encontrava na praia. A rapariga estava descalça, com os pés dentro de água, com uma mão segurando o seu vestido de verão para não se molhar e com a outra mão segurando no cabelo, quando avistou uma mulher ao fundo da praia. Ela parecia triste, olhando para o mar. Rita pegou nos seus sapatos e foi caminhando, sobre a areia escaldante e um sol surpreendentemente quente, até à mulher. - Está tudo bem? Perguntou Rita, sorrindo. - Sim, respondeu a mulher. - Eu estou a ver que não está, não me minta, os meus amigos costumam dizer que sou uma boa conselheira. - Não te quero chatear com as minhas histórias. - Sou toda de ouvidos. - Bem, há uns anos conheci o amor da minha vida nesta praia e… desculpa não consigo falar disto. - O que aconteceu ao seu amor? - Ele adorava vir para a praia, mas um dia uma onda apanhou-o, e ele desapareceu, como se tivesse sido engolido por ela. - Essa história parece-me um pouco mal contada. - Também acho, mas foi essa a informação que me deram. Rita reparou que a perda do seu amor não era a sua única preocupação, mas a mulher não queria falar sobre o que mais a preocupava. - Agora, isto, o mar, é a minha única memória dele, posso senti-lo aqui, como se estivesse tão perto ou tão longe... Rita não sabia o que dizer, afinal, apesar de já ter alguma idade e maturidade, o amor para ela ainda era um conceito escasso, podia dar conselhos sobre tudo, menos do amor, coisa que ela pouco ou nada ainda teria vivido. - Desculpe não poder ajudá-la, ainda sou uma novata no amor, mas acredito que amores como esses nunca morrem, ele estará a olhar por si, onde quer que esteja. - Pois, eu disse que não te queria chatear com as minhas histórias. - Sempre que quiser, não hesite em desabafar comigo. Após este dia, Rita começou a encontrar-se todos os dias com a mulher, na praia, já se sentiam à vontade para falar sobre o que quer que fosse uma com a outra, Rita sentia-a como uma mãe, uma conselheira. Um dia, estavam as duas muito bem a conversar quando a senhora mete a mão dentro da mala, procurando algo. - Ai, que chatice, disse ela. - O que se passa? - Ontem encontrei uma concha muito bonita, e como sei que adoras esse tipo de coisas, apanhei-a para ti, mas esqueci-me dela em casa. - Queres ir comigo a minha casa buscar a concha? 105


- Claro que sim. Quando chegaram, Rita impressionou-se com a casa, era muito grande e bonita, cheia de fotografias espalhadas por cada canto da casa, tinha um cheiro a maresia intenso, pois a sua casa era muito perto da praia. Depois de dar a concha a Rita, a mulher chamou-a ao seu quarto, foi em direção ao seu armário, desviou umas roupas, e do fundo do armário tirou um álbum cheio de fotografias. - Estas são as minhas memórias, as memórias que nunca ninguém me tirará. Começou a passar cada página contando cada pormenor das fotografias, eram fotos desde pequenina até ser maior de idade, mas numa página a mulher parou, olhando fixamente para a fotografia de um rapaz. - Que rapaz tão bonito, disse Rita. O rapaz aparentava ter uns dezoito anos de idade, era loiro, magro, de cabelo comprido e olhos azuis e não muito alto. Para Rita fazia-lhe lembrar Afonso, pois eram muito parecidos. - Era ele, a única fotografias que tenho. - O que aconteceu às outras? - Não tenho, disse a mulher tentando desviar o assunto que a perturbava bastante. - Como se chamava? - Simão, mas agora vamos andando, disse a mulher fechando o álbum com brutidade. Quando se iam embora, a mulher pediu a Rita para esperar um pouco por ela na sala, pois ela tinha de ir à casa de banho. Rita estava a observar as fotografias da sala, quando repara numa fotografia em especial que lhe deu um arrepio na espinha, era o homem antipático da ilha, abraçado à mulher. - Quem é este? Perguntou Rita, depois de a mulher ter saído da casa de banho. - É o meu noivo, o Miguel. - Noivo?! - Mas, e o que aconteceu ao seu amor, vai esquecê-lo assim? Ainda por cima trocá-lo por um homem arrogante? - Mas de onde é que o conheces? - Ah, no outro dia fui à ilha com o Afonso, ele mandou-nos embora. - Pois, não ligues, ele até é um bom homem, o que se passa é que ele protege a ilha com unhas e dentes, não percebo porque, nunca me deixa ir lá. Rita achou estranho o facto de o noivo nunca ter deixado a mulher ir à ilha; questões sem resposta começavam a acumular-se na cabeça de Rita, se ela não descobrisse o mistério que girava em torno da ilha iria dar em maluca. Como todos os dias, Rita ia correr para a praia, estava um pouco desligada do mundo, ouvindo música, quando repara no polícia Eduardo discutindo com Miguel. “Já está gente demais a visitar aquela ilha, qualquer dia descobrem-no, e ela não se casa contigo”, dizia ele. Logo no mesmo dia Rita falou com Afonso e contou-lhe o que ouviu, e ainda nesse mesmo dia os dois puseram-se no barco e seguiram rumo à ilha. 106


Quando lá chegaram, esconderam o barco, o mais discretamente possível, e foram com muito cuidado procurar Miguel, tentando desvendar os seus planos, pois eles acreditavam que ali nada batia certo, quando, de repente, ouvem um estalo. - Tu não voltes a dizer isso, ela é minha, e só minha! Dizia o homem para outro, aos gritos. Rita e Afonso decidiram seguir o estranho homem violento que puxava o outro por um braço. Seguiram-nos até uma cabana de madeira. - Afinal a tal cabana existe! Exclamou Afonso boquiaberto, pois começava a acreditar que o papel era verídico. - Fala baixo! reclamou Rita. Demorou umas horas, mas o homem acabou por se ir embora, deixando o outro preso na cabana. - E agora, como tiramos o homem dali? perguntava Rita. - Não sei, mas não podemos deixá-lo ali dentro. Afonso aproximou-se da porta da cabana e puxou-a, por sorte a porta estava aberta, pois com a pressa Miguel deveria ter-se esquecido de a fechar. Rita ficou perplexa olhando para o homem, pois reconheceu-o da fotografia do álbum da mulher. - Simão... és mesmo tu, estás vivo? - Quem és tu? Como sabes o meu nome? - É uma longa história, conta-nos tu o que fazes aqui. - Vocês chegaram mesmo não hora H, não podem deixá-la casar, ela pensa que eu estou morto, ele escondeu-me aqui, quer ficar com ela à força. - Vou contar-vos a minha história. Faltava cerca de quarenta e oito horas para eu e o amor da minha vida nos casarmos, a praia sempre me transmitiu liberdade e segurança, era para aí que eu ia quando necessitava de silêncio, nesse dia fui pensar na minha bela amada, estava tão nervoso que precisava de relaxar um pouco, acabando por adormecer. Mas quando acordei estava aqui fechado, mais tarde, Miguel revelou-se. Nós sempre tivemos desentendimentos desde criança, a nossa amada sempre foi a mesma. Ele não aceitou o facto de ela me amar e simulou a minha morte. Depois de ter contado mais pormenores sobre a sua história os três tentaram fugir, mas a meio do caminho ouviram passos, o homem tinha voltado, provavelmente tinha-se esquecido de alguma coisa. - Fujam, disse Simão. - Mas vocês precisam de saber, há mais um homem envolvido, tenham cuidado com o E…. Simão não conseguiu acabar de falar, pois os miúdos tiveram mesmo de se esconder para Miguel não notar as suas presenças. - Esqueci-me das chaves do barco, vês como estou, é os nervos de estar prestes a casar com a mulher mais linda do mundo, dizia o homem rindo. - Se ela soubesse que eu estou vivo! O homem tirou de trás do bolso das calças a arma que trazia escondida e roçou-lhe a arma sobre o queixo dizendo: 107


- Ela não sabe, nem nunca vai saber. - Explica-me, como é que ela aceitou casar contigo! - É simples, como estou prestes a livrar-me de ti, sim, porque o irei fazer, vou-te contar o meu plano. Quando tu “desapareceste” eu sempre lhe dei o apoio necessário, e agora que tenho cancro, e sabendo ela que sou loucamente apaixonado, ela irá satisfazer a minha última vontade, casar comigo. - Tens cancro? Perguntou Simão espantado. - Claro que não, Deus me livre. - Psicopata! - Cala-te! Disse Miguel dando-lhe um estalo, deixando Simão com a cara toda vermelha. Rita, ao ouvir aquilo, pois estava escondida atrás de um armário empoeirado, ficou espantada e logo pela manhã foi para a praia ter com a mulher. - Eu tenho de lhe contar uma coisa, disse Rita com o coração a mil. - Fala rapariga, estás mais branca que a cal da parede. - Então cá vai, o Simão está vivo, está mesmo vivo! - Rita, isso não tem piada, sei que não queres que eu case com o Miguel, mas isso vai acontecer, quer tu queiras ou não. - Mas ele está vivo, e o Miguel não vai morrer, ele tem saúde para dar e vender, insistia Rita entristecida por a mulher não acreditar nela. - Não estou disposta a ouvir mais nada, não admito que fales do Simão, vou-me embora, disse a mulher virando-lhe as costas. - Se não acredita em mim, vá à ilha, ele está lá, foi o Miguel que o raptou, veja com os seus próprios olhos. A mulher fingiu não ouvi-la, continuando o seu caminho, ignorando Rita. No dia seguinte Rita e Afonso foram encontrar-se com Simão na ilha, era o dia do casamento e Miguel não tinha chegado, ainda era muito cedo. - Viemos salvá-lo, finalmente, disseram os dois amigos. - Ficarei agradecido para toda a minha vida. - Mas esperem, porque havia eu de confiar em estranhos? Perguntou o homem um pouco confuso. - Nós lemos o seu papel, era seu, não era? - Oh meu Deus, o papel, nunca pensei que alguém o lesse, ainda bem que vocês ligaram ao meu papel e não o ignoraram. - Claro, levamos o papel bastante a sério. Disse Rita dando um riso sarcástico olhando para Afonso. Apesar de ser cedo, ainda apenas dez horas da manhã, estava um sol escaldante, e os pássaros cantavam alegremente, até que Miguel apareceu. Mal chegou, viu o barco de Afonso e Rita na praia e ficou enfurecido, pois não queria intrusos na ilha, mal sabia ele que os intrusos iriam mudar o rumo da história por completo. Tirou a arma do bolso e correu para a cabana. Mal viram Miguel, correram o mais que puderam até à margem da ilha onde estava o barco, 108


enquanto Miguel disparava tiros para o ar. Mas quando os três, finalmente, chegaram ao local onde era suposto estar o barco, ele já não estava lá, estava do outro lado da praia porque, com a pressa de resgatar Simão, Afonso tinha-se esquecido de amarrar o barco. Rita e Afonso ficaram sem reação ao ver a arma de Miguel, até que respiram de alivio quando avistam o polícia Eduardo. - Senhor Eduardo, ajude-nos! Eduardo foi em direção a Afonso e Rita, amarrando-os com cordas e dizendo: - Não se deviam ter metido onde não eram chamados, lamento meninos. Enquanto isso, a mulher, já vestida de noiva, e preparada mentalmente para casar com um homem que não amava, foi para a praia aproveitar os últimos momentos de liberdade, pedindo desculpas a Simão por não lhe ter sido fiel até ao fim da vida, casando com outro homem. Ela pensava constantemente no que Rita lhe tinha contado, não queria acreditar que Miguel pudesse fazer tal coisa, mas, por outro lado, sempre soube que ele faria qualquer coisa por amor. No momento em que estava um completo silêncio, o mar agitou-se e ouviu-se um tiro vindo da ilha, sem pensar duas vezes, a mulher, que já estava com um forte intuito de ir à ilha, avistou um barco na praia e decidiu ir até lá. Tirou os seus sapatos e começou a correr o mais depressa possível para chegar ao barco, o vestido era muito comprido e à medida que a mulher corria tropeçava no mesmo. Mas como estava tão determinada em chegar, rasgou o vestido e saltou para o barco. Quando lá chegou, olhou em seu redor, a mulher nem queria acreditar que era Simão que estava ali, e muito mal, por sinal. Rita e Afonso estavam amarrados e sentados na areia, com medo, enquanto Simão estava deitado na areia com a mão no braço, pois Miguel tinha-lhe dado um tiro de raspão no braço. - Larga-o! Gritou a mulher em pânico, correndo para proteger Simão. - Devia ter acabado contigo de vez logo que tive oportunidade, disse Miguel. Logo após ter dito isso, a mulher correu e agarrou o braço de Miguel com a intenção de lhe tirar a pistola, foi uma grande confusão e do nada outro tiro surge. - Não! Dizia a mulher chorando e gritando abraçada a Simão. Enquanto isso, Miguel olhava sem reação, pois ele tinha puxado o gatilho sem querer, ele não queria realmente matar ninguém. No meio daquela confusão de choro e pânico apareceu a polícia, alguém a tinha informado de toda aquela agitação na ilha. O guarda algemou Miguel e Eduardo de imediato metendo-os no barco da polícia. Estavam todos de olhos postos em Eduardo, que tinha traído a polícia, e em Miguel, que chorava e dizia: - Ela ia ser feliz comigo, só comigo! Depois de Miguel e Eduardo terem entrado no barco fez-se silencio, e de repente ouvem outro tiro. 109


Ficaram todos chocados, quando viram a mulher deitada sobre Simão, o seu vestido estava coberto de sangue, não só de Simão, mas também dela, pois ela tinha dado um tiro na sua própria cabeça, não suportando a dor de perder o seu amor duas vezes. Por muito estranho que parecesse, Rita já não chorava, a mulher sempre lhe disse que o seu sonho era ficar com o seu verdadeiro amor, para sempre. O céu cobriu-se de nuvens, e uma bela manhã de sol transformou-se numa enorme tempestade. - Tenho de chamar alguém para tratar deste autêntico cenário trágico, disse o polícia quase sem reação, pegando em Afonso e Rita e metendo-os no barco. O polícia estava na esquadra com Rita e Afonso quando recebe um telefonema. - Estou? O quê? Mas como é que isso é possível? - O que aconteceu? Perguntou Rita ainda em estado choque quando o polícia desligou o telefone. - Era a pessoa que estava encarregue de recolher os corpos, disse-me que eles já não estavam lá, justificaram dizendo que o mar ficou muito violento do nada, e provavelmente os dois foram arrastados pelas ondas, agora, bem podemos esquecer, tenho muita pena. Esta história correu mundo, comovendo tudo e todos, desde os mais sentimentalistas aos “corações de pedra”. Foi uma linda história de amor que acabou com um fim trágico, mas havia quem dissesse que isto não foi o fim, mas sim o início da eternidade para o casal ficar feliz para sempre, como nos contos de fadas. Pessoas admiraram o facto de a mulher ter posto fim à própria vida, ainda muito nova mas segura do que queria - ficar com o amor da sua vida. Foi exatamente assim, “Mar vermelho”, que essa ilha passou a ser conhecida, não só por esta história comover as pessoas mais frias e ter acabado com um trágico fim, mas também para fazer uma homenagem a Inês e Simão, o casal que nem a morte separará. Quanto a Miguel, foi preso e foi-lhe diagnosticada uma doença do foro psicológico, mas acabou por ser condenado por sequestro e homicídio. Quanto a Eduardo, foi preso, acusado de cumplicidade e afastado para sempre do cargo de polícia. Nunca ninguém chegou a saber por que é que se aliou a Miguel, e só mais tarde Eduardo entregou uma carta onde contava que amava Inês, e o seu plano seria aniquilar Miguel, depois de este fazer com que Simão desaparecesse de vez. Mas como todas as histórias, existe sempre um fim alternativo, uns achavam que o amor dos dois era tão forte que não morreu naquele dia, e nunca morrerá. - Será que onde estão o amor deles é tão forte como era? Perguntou Afonso a Rita. - Tal como as ondas, formam-se no mar e morrem na praia, tudo isto para que novas e maiores se formem; o amor deles não acabou, apenas se renovou. Escola Secundária da Moita | Adriana Gonçalves - 10º A2

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…. E OUTRAS HISTÓRIAS


O QUE É POESIA?


Poesia é… O sentimento que voa nas palavras A arte dos sentimentos escritos nas entrelinhas A harmonia das palavras que revela os sentimentos A dança conjunta das palavras Uma maneira de desabafar A expressão de sentimentos em rima Uma realidade em palavras A arte de escrever em versos Saber escrever a rimar Um sonho real que nos corrói a mente e desperta o intelecto Algo perfeito e divino para o competente e algo rude e feio para o ignorante Um remoinho de sons em tudo se cruza Sentimento despoletado por palavras Uma forma de arte que inspira e encanta, que é sublime e bela Tudo o que comove, sensibiliza e desperta O reflexo do nosso coração O espelho do nosso coração e mente Uma arte intelectual A tradução das nossas emoções para palavras Conseguirmos escrever, o que não somos capazes de dizer Transmissão de sentimentos através de palavras A relação intima entre a linguagem e o leitor O amor pela escrita A liberdade de ideias Nada, pois nada é perfeito Transpor os nossos sentimentos para o papel Infinitamente ser infinito Conjugar o verbo ser no não ser… Escola Secundária da Moita | Turma 11ºA1 | Prof. Jorge Miranda

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Poetry is… The expression of the intelectual machine. A beautiful arrangement of words that come to life. A brainstorming of words. The economy of language. An echo asking a shadow to dance. The mirror of our heart and mind. To write what we cannot say. Feelings expressed in words. Love in words. An intimate link between words and the reader. A rhythmic dance of words. The harmony of words transmitted by feelings. A sea of feelings written in words. Like a rain of feelings. The reality of love expressed into words. The feeling that flies in the words. The translation of the human emotion into words. Man´s rebellion against being what he is. Not my thing. A beautiful lie. Escola Secundária da Moita | 11ºA1 | Prof.ª Paula Figueira

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Poesia é… Um ato de expressarmos o que sentimos e nos vai na alma. A expressão que a ama encontrou para se exprimir. Algo que nem sempre rima mas às vezes anima. A expressão da alma. A nobre arte de expressar pela escrita os nossos sentimentos. O que vai na alma de quem a escreveu. Um mundo diferente onde habita a imaginação. Conhecer e ser conhecido. Descobrir e ser descoberto. Tudo o que cabe no coração. Um mar de palavras sentidas. Tudo o que se sente. Algo que nos define e reconstrói. Palavras soltas numa página certa. A verdade que se esconde do dia. O sentido do pensamento oculto. O desabafo do coração. Um meio para transmitir as características de uma pessoa. Uma forma de expressão. O brincar com as palavras. O pedido em namoro disfarçado. O expressar da alma. A subtileza das palavras. Um puzzle de palavras. Um forma de exprimir emoções e sentimentos. Recordar e viver. Aquilo que nos define. Arte. Escola Secundária da Moita | 11ºA2 | Prof. Jorge Miranda

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POEMAS DO MAR


No mar… O Sol a brilhar, Conchas no fundo para apanhar. Peixes para pescar, Vontade de mergulhar. No mar… Algas verdes a boiar, Mariscos para levar. Barcos a navegar, Ondas a rebentar. No mar… Eu vou brincar, Eu vou saltar, E na areia eu vou rebolar… Escola Básica da Moita | B1.3 | Prof.ª Irondina Gomes

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O mar brilha E andava uma menina a passear Saltava uma sereia no ar Com a cauda a abanar. Havia piratas a navegar E piratas numa ilha Para um tesouro enterrar Para o outro partilhar. No fundo do mar Está uma concha azul Onde vive um peixinho Chamado Raul. O mar está cheio de cor e vida Surpresas fabulosas E o cheiro maravilhoso a maresia. EB 2/3 D. Pedro II | 5º A | Profª Manuela Matos

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Na areia há Muitas alguinhas e lá no fundo Muitas conchinhas. A água do mar É muito salgada. Se alguém a bebe Fica logo baralhada! Na maré há Brilhantes pedrinhas E nas rochas Há muitas alguinhas. As ondas têm muita força! Se eu me despistar, Elas podem levar-me! Nas águas profundas, Golfinhos e peixinhos. E lá no fundo Alforrecas e tubarões. As pessoas nos Seus barquinhos Apanham muitos Animais marinhos. Os caranguejos saltam E as estrelas brilham E as ondas ondulam! EB 2/3 D. Pedro II | 5º B | Profª Ana Grosa

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Mar que é mar, Respira-se pelo ar! Mar, meu doce lar! Já foste o meu ar… Quando vejo o Mar, Apetece-me mergulhar… Ondas do Mar Realçam o meu olhar! Acalmam-me Como uma sereia do mar. Gaivotas, baleias, Estrelas, ouriços… Tudo isto, Me faz lembrar o Mar! A brisa do Mar Traz-me à ideia Uma estrela do mar, Que me faz sonhar! A frescura do Mar, Faz-me pensar… Mar, ó Mar… Faz-me flutuar!!! EB 2/3 D. Pedro II | 5º D | Profª Ana Grosa

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Nas ondas misteriosas Gosto de navegar Fico cheio de alegria De olhar o belo mar O brilho, o som E as ondas do mar Encantam os peixes E as sereias a cantar Longe do mar Mas perto da areia Debaixo do sol Vejo uma sereia O mar é uma imensa chama de gelo Onde o sol se derrete A areia flui E um vasto pôr-do-sol se põe Quando vejo O mar lembra-me O luar e as estrelas Sempre a cintilar EB 2/3 D. Pedro II | 6º E | Profª Mª João Colaço

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O Mar Sentado na areia Olhando para o mar De repente amanhece Fico pensando no luar. O mar é azul Dele temos de cuidar Para que nós vejamos O sol a brilhar. O mar é claro Tem tantas coisas para Descobrir E tantas para ver Que eu gostava de ter. O mar é lindo Como uma noite de luar Que devemos olhar Para apreciar. O mar temos de preservar Pois lá habitam animais E não os queremos matar Para eles podermos olhar. EB 2/3 D. Pedro II | 6º G | Profª Mª João Colaço

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O mar De grandes tempestades Lança ondas para a costa Capazes de destruir cidades. Na água do mar Podemos nadar E nas suas ondas Podemos surfar. Hoje ao luar Vamos todos para o mar E na companhia dos amigos Podemos lá ficar. Ventos fortes e chuvas Fazem o mar baloiçar Transformam-se em grandes ondas Que a costa vai molhar. EB 2/3 D. Pedro II | 7ºC | Profª Joaquina Angelino

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O mar é como a vida Inesperado e surpreendente. Muitas vezes não o percebemos, Tanto está frio como quente. Quando o vejo, fico feliz, Pois faz-me lembrar as férias Este apesar de, como já disse, ser surpreendente Vê-lo deixa-me sempre contente. Este é muito misterioso, Ninguém sabe todas as suas histórias Mas é ele, Que sempre te faz guardar boas memórias. O mar também tem muitos segredos, Mas, como todos, Também deve ter os seus medos. As pessoas só pensam nele Quando estão de férias, Mas o que não sabem É que ele sente falta delas. Alguns têm medo dele, E por vezes é perigoso Mas quando se acalma Todos os acham amistoso. Nele existe muita vida, Muitos seres vivos. Se um dia lá fosses Ias ficar agradecido. Ficavas agradecido, pois Vista como aquela nunca irias voltar a ver Uma paisagem encantadora Sítio onde muitos animais te iriam acolher. Assim, a falar deste encantador lugar Não percebes bem o que quero dizer. Mas se um dia o vires… Nesse dia vais compreender. 124

EB 2/3 D. Pedro II Raquel Montês - 7ºD | Prof. Elvis Freitas


O mar é uma paisagem de encantar Só a maresia Já é uma fantasia! O mar faz-se soar Principalmente as ondas do mar Fazem uma melodia de encantar. Peixes, corais, rochas… Tudo isso, podemos encontrar Se procurarmos lá bem no fundo do mar. O mar sabe destacar Sobre os nossos olhos, encantar. O mar pode meter medo, Mas terá consigo Um segredo! À noitinha, Reflete-se no mar Até parece uma adivinha Um bonito luar. EB 2/3 D. Pedro II | 7ºE | Profª Joaquina Angelino

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Ó Mar, Ó Mar, tens ondas de encantar E nelas vou viajar até o meu futuro Encontrar És frio como o ar Encantas os meus olhos e o luar. Ó grande Mar, és belo como o meu lar Por favor, leva-me para longe deste lugar, Pois sou pequenina e não posso andar. O mar é grande como uma baleia Lindo como uma sereia Azul como o grande balão Ou como o caderno do João. EB 2/3 D. Pedro II | 7º H | Profª Joaquina Angelino

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O mar é um horizonte azul Onde as ondas vêm e vão Únicas e calmas Tal como são. O mar é transparente Por onde as ondas Navegam livremente Até mesmo na minha mente. Estrelas, areia, caranguejos É o que complementa os nossos desejos Ondas e conchas do mar Todos eles têm histórias para contar. O mar e a poesia Mergulhando ideias no papel Numa nova melodia Com tinta e pincel. Navegando pelo mar Á procura de quem amar Sem rumo e sem destino Á procura de outro caminho. EB 2/3 D. Pedro II | 8º D | Profª Mª João Colaço

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O Mar O mar é lindo O sol a sua água faz brilhar No meio de maravilha e frescura Apenas quero mergulhar As ondas embatem nas rochas Como a lua ilumina o mar Que acolhe os peixes trazendo De volta o mar que anda no ar O mar faz-me sonhar Na onda do amor Quando olho para ti Vejo a tua cor A poesia é infinita Como o mar e a escrita! A poesia faz-nos sonhar Como as ondas do mar. EB 2/3 D. Pedro II | 8º E | Profª Mª João Colaço

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Às vezes vamos à praia assim de fugidinha Apanhar berbigão e lamejinha. Com o nosso poema, não há nada a reclamar Estamos aqui para representar o Mar. Vou seguir o meu destino Tenho traçado no mar Se tu o quiseres Juntos iremos ficar. Olho para o mar Fico a pensar, Onde irá acabar? Se no horizonte poderá terminar. No mar há muita diversidade Animais, plantas e corais Ainda há o que vive na mais escura profundidade, Onde se encontram os mais raros dos cristais. Ó mar, extenso véu Azul, calmo e fera Como as estrelas brilham no céu, Brilhas tu, na terra. Azuis turquesa são as tuas águas, Belas as tuas ilhas Seres fantásticos escondes em ti E de toda a gente guardas lágrimas. EB 2/3 D. Pedro II | 9º B | Profª Paula Marques

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O capitão já dizia e com razão: -Em alto mar não me perderei, Com sabedoria e coração A terra encontrarei. As minhas conquistas por alto mar Fizeram Portugal velejar. A esperança das conquistas Tiveram tanta falta de razão, Mas os meus marinheiros Nunca disseram “não”, Pois o mar os inspirava, E nunca os desapontava. O mundo é como uma onda Tudo vai e tudo vem Em ti ficou perdido um amor Que um dia será encontrado por alguém. A ilusão dos teus olhos É um mar de predição Pois a tua realidade É a minha desilusão. O mar para mim, É como tu, meu amor Pois o mar é grandioso Como amar-te é maravilhoso. EB 2/3 D. Pedro II | 9ºB | Profª Paula Marques

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O mar é livre Mar Ao pé de ti ao luar Ao pé do mar Só os sonhos ficam Mergulhados em ondas salgadas E então perdemo-nos na imensidão obscura, mas ao mesmo tempo clara Que me ilumina nas noites escuras Ouvindo as ondas do imenso mar Sentado, estou a ouvir-te, acalmas quem a ti escuta Este som do mar e das gaivotas que nos fazem acalmar Relaxante, que parece a minha mãe a cantar E a cantar parece que paira no ar Em conjunto com o céu tornas bonito qualquer lugat Esse que me traz tantas alegrias Esse que vive dentro de mim Como um peixe sem rumo e sem fim Está tão longe de mim Toque tão suave quanto cetim Não há nada tão belo como uma corrida à beira-mar Amar é como uma grande onda bela e impetuosa No entanto, por vezes é maldosa. Com uma brisa tenebrosa Nesta brisa maravilhosa, Maravilhosa, sem dúvida esta terra Pois da terra também se avista o mar, que é tão bonito como o sentimento de amar É saber ser amado Num mundo em que só vejo verde, sinto-me atordoado. Escola Secundária da Moita | 11ºA3 | Profª Isabel Gonçalves

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Gosto do brilho do mar É aquela coisa que faz os nossos olhos brilhar E com esse brilho vamos todos sonhar Que se vê as nuvens a passar É só a ti que consigo apreciar É nos meus sonhos onde eu vou estar No entanto, foi-se embora Não esperem por ele que ainda demora Para ir embora E eu com tanta vontade de mergulhar agora Oh mar, oh mar porque é que a tua beleza me está sempre a encontrar? Ao pé de ti eu gosto de caminhar… Então faz alguma coisa para eu nadar Escola Secundária da Moita | 11ºC1 | Prof.ª Isabel Gonçalves

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O mar dá-me vontade de descansar Passear na praia a relaxar O vento a soprar sobre a areia Ó mar! E as mulheres a lavar E os homens a beber O que o mar lhes vier trazer. Ó mar, o que trazes tu? Que, por entre a tua vaidade nessa viagem, Gostas de te banhar na tua própria imagem? Os peixinhos comem-se uns aos outros. Oh, seus grandes monstros! Isto parece é uma fabula Animais marinhos fantásticos Procuro o mar nos momentos mais dramáticos O mar transmite-me paz Como uma pedra que flutua Tão redondo, tanto me faz Atua e sente paz Com paz e amor, passeamos pela praia envergando um belo cabaz, No mar faz-se amor em paz Ela anda para a frente e para trás Deformando as dunas com o corpo Corpo que gostava de navegar O imenso mar eu maravilhar Mar meu que vivo para mar Nunca me deixes parar de sonhar Por mares portugueses navegar Por entre o rio Sado é o sonho do navegador Jeremias Escola Secundária da Moita | 12ºA2 | Prof.ª Isabel Gonçalves

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Mar, onde irás tu parar? Parar? Não, nunca! Tens uma vida infinita Infinita como o céu azul Azul do mais belo e sereno Sereno é o mar, onde eu gosto de nadar Nadar, eu gosto de nadar no mar azul Azul como o céu, como uns olhos de uma sereia! Sereia bela, que fora do mar gostaria de estar Estar no mar ao luar Luar brilhante e silencioso como o vento Vento que sopras sobre o mar Mar que és tu que acalmas as minhas revoltas Revoltas estas que acalmam com as ondas Ondas essas que parecem o percurso da minha vida Vida valiosa e pura Pura como o coração de uma criança Criança inocente a fazer castelos à beira-mar Beira-mar, onde eu anseio estar Estar em paz e em serenidade Serenidade que permite a felicidade Felicidade, a daqueles que sobre o mar navegam Navegam, pelo mar adentro, em busca de sonhos, Sonhos, um dois, PIM, algas, crosta, crista, crustáceo, CRI,CRI,CRI… Escola Secundária Moita | 12ºD1 | Prof.ª Isabel Gonçalves

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O mar…. As pequena ondas, A brilhar, Amansadas O mar… Sereno e belo, E um azul de encantar O mar… Com peixes de muitas cores, Tranquilos a nadar Sem terem rancores. EB 2/3 D. Pedro II | Sofia Guerreiro - 7º D | Prof. Elvis Freitas

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Este mar Este mar Tão extenso, De um azul intenso De pasmar! Este mar De tanta beleza Nada mais belo irás encontrar De certeza! Este mar Tão vivo, Onde muitas criaturas do mar Podes achar… EB 2/3 D. Pedro II | Filipa Moutinho – 7º D | Prof. Elvis Freitas

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O mar de água muito fria Quando eu fui lá, Bem não me sentia. O mar com as suas ondas Grandes e redondas Tão bonito ele é, Mas temos de ter cuidado, O mar faz-se de convidado. Aos peixes que tão bonitos são, Costumo dar um pouco de pão. Algumas conchas eu costumo apanhar, Nas minhas férias de verão Para minha casa levar E recordar toda a estação. EB 2/3 D. Pedro II | Dinis Luís - 7º D | Prof. Elvis Freitas

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Poema sobre o mar Eis o mar De um azul profundo Que faz parte do meu mundo Há peixinhos a nadar Para o tubarão não os apanhar Há corais de várias cores... O mar de um azul transparente Que as vezes diz a verdade, outras mente... Há peixinhos nos corais Que não querem nadar mais... E o Oceano tão profundo... Que tem peixes de todo o mundo. EB 2/3 D. Pedro II | Karoline Silva - 7ºD | Prof. Elvis Freitas

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Ó mar que acalmas! Mar que ofereces paz Mar que limpas todas as almas Mar que mudas ideias Mar que ofereces tranquilidade Mar puro Tradução da verdade Mar real, o mar da vida Mar que somos, que à reflexão convida Por vezes sentimos que o que fazemos não é senão uma gota do mar, mas o mar será menor, se uma gota lhe faltar Escola Secundária da Moita | Erica Nascimento - 11ºD2

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Mar, mar meu Contigo deixo o meu sofrimento As minhas lágrimas liberto E que venhas ao meu salvamento Ó mar, mar meu Como o teu sossego admiro As tuas belas águas d’ oiro O meu ser todo ilumina Ó mar, mar meu Em ti fomos grandiosos Nossos feitos forma espantosos E nosso país conhecido Mar, mar meu Que como tu passamos a ser Que a tua beleza sempre possamos ver Até o dia em que vamos morrer. Escola Secundária da Moita | Tâmer Santana - 12ºA2

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Pus o meu sonho num navio E o navio em cima do mar; Depois, abri o mar com as mãos, Para o meu sonho naufragar Minhas mãos ainda estão molhadas Do azul das ondas entreabertas, E a cor que escorre de meus dedos Colore as areias desertas. O vento vem vindo de longe, A noite se curva de frio; Debaixo da água vai morrendo Meu sonho, dentro de um navio… Chorarei quando for preciso Para fazer com que o mar cresça, E o meu navio chegue ao fundo E o meu sonho desapareça Depois, tudo estará perfeito; Praia lisa, águas ordenadas Meus olhos secos como pedras E as minhas duas mãos quebradas. Escola Secundária da Moita | Cecília Meireles -12º A2

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Mar de Descobertas Além da tua ondulação, Muitos dizem que não há nada. Mas, se olharem com atenção, Em ti, muita história foi traçada. Hasteavam bandeiras com pressa As caravelas que por ti navegavam. Que voltem com saúde, e depressa! As mulheres na praia gritavam. Muitas foram as desavenças e vitórias, Muitas foram as alegrias e o clamor, Mas vivemos para contar as histórias, Desde o Brasil ao gigante Adamastor. Ó mar, em que pomos as nossas vistas, Diz-me se há outro igual! Falo-te das nossas conquistas, Falo-te do nosso Portugal! Escola Secundária da Moita | Miguel Reis- 12ºD1

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O MAR NOUTRAS LÍNGUAS


Be like the ocean waves That even crashing against obstacles Found strenght to…. Oh salty sea, how much of your salt is tears of Portugal! The sea, the sea: breezes clear as day Salty air meets our lips Longer, will we stay? The sea, the sea: soft sand beneath our feet Breeze cooling our hot hands One look at your eyes and I know A women knows the face of the man she loves As a sailor knows the open sea. Sometimes we feel that what We do is only a drop in the sea But the ocean would be less if You missed a drop. EB 2/ 3 D. Pedro II | by 5º E | Profª Vera Gomes

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A Class Poem About The Sea Let´s look at the sea! So beautiful and bright What do you see? Millions of fish, Ocean creatures Like you and me! EB 2/ 3 D. Pedro II | by 7º E | Profª Alexandra Oliveira

When I look at the Ocean it makes me forget about the past and think about the future. Salt water is the tears of the miserables. The sea can be deadly, but it´s where life was first created. The sea is a source of inspiration: It’s not an obstacle but a path. The sea is serene and sometimes brave, just like love. The sea is so salty like the tears you drop. I am longing to be with you, and by the sea, where we can talk together and build our castles in the air.” We are all Islands in a common sea. EB 2/ 3 D. Pedro II | by 9ºC | Profª Vera Gomes

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Limericks About The Sea The pea in the sea There once was a girl from Japan She was always holding a pan. Till she went to the sea, And found a little pea. So, she named it Joanne. EB 2/ 3 D. Pedro II | by Bruna Brissos, 9ºD | Profª Alexandra Oliveira

The mob guy There were mob guys in a boat One of them had a death note. He killed a seaman with chidori, It was really violent and bloody And now the boat doesn’t float. EB 2/ 3 D. Pedro II | by Débora Martins, 9ºD | Profª Alexandra Oliveira

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Le Charme de la Mer J’aime la mer. Elle est agréable. C’est un rêve Incroyable ! Je suis sincère : Je suis passionnée De la beauté De la mer. C’est doux comme une plume Où je me couche pour penser S’il y a quelque chose de plus belle que la mer Je vais la trouver. Parmi les algues de la mer J’espère rencontrer Un coin où rester Pour percer les mystères de la mer. EB 2/ 3 D. Pedro II | 7ºD | Filipa Moutinho, Sofia Guerreiro | Profª Fátima Fernandes

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La Mer C’est magnifique la mer et l’eau claire. La mer est d’un bleu transparent Magnifique à regarder Avec de nombreux mystères à démêler. La mer est comme un labyrinthe là-haut Et si tu y entres, Tu peux te perdre. J’adore la mer. Elle est agréable Et incroyable. La mer est comme les gens qui se réveillent chaque jour, Ne sachant pas comment sera le prochain. J’aime rester au bord de la mer Et voir mes amies, heureuses, nager. J’aime marcher sur la plage Et jouer où les poissons vont sauter. La mer est bleue, Je vais nager Et vous ? EB 2/ 3 D. Pedro II | Poema coletivo - 7ºD | Profª Fátima Fernandes

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La Mer La mer, la mer enchante mes yeux Et le clair de la lune. La mer, la mer,… tu es si grande Avec tes flots Qui baignent mes pieds. La mer a des vagues de ravir. La mer me fait sortir de cet endroit. Je vais traverser l’océan Pour trouver mon avenir… EB 2/ 3 D. Pedro II | Poema coletivo - 7ºH | Profª Fátima Fernandes

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El mar Lo que más me gusta En el mar es nadar En el mar existen Peces y olas El mar nos deja a Pensar y a estar a gusto En el fondo del mar Existe un tesoro EB 2/ 3 D. Pedro II | Ana Domingos, Marina Ribeiro, José Coelho, Luís Tavares - 7º A Prof. Miguel Gaspar

El Mar Me gusta mucho Su tranquilidad Porque me da Mucha positividad Siento mucha paz Y mucha libertad Oir las olas, sentir la arena Como una gran amistad EB 2/ 3 D. Pedro II | Jéssica Marques, Catarina Costa, Patrícia Urbano - 7º A Prof. Miguel Gaspar

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El Mar Tu oyes el mar cantar Cuando la luna envía su luz El mar tiene sus bellezas pero Cuando la luna no alumbra Las profundidades, el mar Te lleva el alma Tu flotúas en el mar Mirando hacia el cielo, yo Siento el mar llamando Yo lo voy a robar Solo para te lo regalar EB 2/ 3 D. Pedro II | Clara Falé, Marcelo César, João Tchuda, Tiago Garcia - 7º A Prof. Miguel Gaspar

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Nuestra luz de la luna En aquel mar brillando Te quería hechizar Una forma de enseñarte … Sol brillando Mar escapando Uno erizo-de-mar te vine a ofrecer Para nunca te perder Sé lo cuanto me odio Por no saber nadar Me quedé mirandote En aquel día de luz de la luna EB 2/ 3 D. Pedro II | Carlos Lemos, Fábio Moreira - 7º B | Prof. Miguel Gaspar

El mar Vamos, vamos hacia el mar Ven conmigo que te va a gustar! Vamos, vamos a nadar Ven conmigo que te va a encantar! El mar es cantidad de agua Una ola que nos lleva a todos Libre como un pájaro Y azul como el cielo EB 2/ 3 D. Pedro II | José Galhardas, Márcio Santos, Joana Cardoso - 8º B Prof. Miguel Gaspar

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El Mar Me gusta ver el mar al ir y venir Pues es una de las cosas Que más me hace sonreir Sus olas Son como endulzantes Fuertes y brillantes Muy refrescantes EB 2/ 3 D. Pedro II | Ana Meneses, Catarina Mendonça, Inês Ferreira, Jéni Soares - 8º B Prof. Miguel Gaspar

Mar Mediterráneo Místico Azul Robusto Maravilloso Extraordinario Deslumbrante Inconfundible Tenebroso Especial Respectoso Rebelde Amistoso Natural Elegante Ondulante EB 2/ 3 D. Pedro II | Catarina Caeiro, Diana Mendes, Maria Beatriz, Pedro Ribeiro - 8º F Prof. Miguel Gaspar

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El Mar El mar es Para nadar La ola es Para surfear El barco va A pasar En el mar Sereno, el Va a pitar Gaviota en el mar Para el pez capturar EB 2/ 3 D. Pedro II | Sulamita Silva, Ana Baldé, Beatriz Louro – 7º B Prof. Miguel Gaspar

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El Mar El sonido de las olas a cantar Los barcos a navegar Surfistas a surfear En el azul del mar En este mar azulado Nuestro amor en el otro lado Con los ojos a brillar En los espejos del mar Para qué mirarle Si le puedo tocar Mar, eres mi pasión Pero también eres mi salvación Tú llenas un vacío en mi corazón EB 2/ 3 D. Pedro II | Ricardo Costa, João César – 7º B | Prof. Miguel Gaspar

El Mar El mar es hermoso como el amor Contigo no siento dolor Mar azul que vienes y vas Con las olas en el molle Traes pescado donde quieras que vayas El sonido de las olas Del mar a batir Los pescados corriendo Las sirenas que nadan Las gaviotas volando sobre el mar EB 2/ 3 D. Pedro II | João Soares, Cátia Fernandes, Luana Dias – 7º B | Prof. Miguel Gaspar

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Our collective sea poem Î sail on this stormy sea The sea is water weltering without seeing For you I cross the sea The breeze of the ocean makes me love The sea is our life The sea is a completely different world So wide and empty, under water I feel small But my tears become bigger so big that They can fill my small underwater world The sea is blue Like your eyes are, too I’m lost in this blue paradise The sea is wet In these infinite waters I remember my memories, I remember who I am The ocean is a special and beautiful thing The is beautiful and deep The reason of our world’s survival Today you are blue, may be tomorrow you will be green You change as you want You are as free as I will never be Escola Secundária da Moita | 11ºP3 | Prof.ª Ana Paula Lobato

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Em cena Os alunos do 6º F, após leitura do texto de Manuel António Pina, “Aquilo que os olhos veem ou o Adamastor”, 1998 (teatro) deram continuidade à história numa dramatização apresentada à escritora Luísa Ducla Soares, na Escola Secundária da Moita, no dia 12 de junho de 2013.

Cena 4 Tempo do perfeito Nau Tarde Entretanto Manuel acordou. Capitão: (sem tirar os olhos de Manuel) Como é que escapaste ao demónio? Manuel: (ainda tonto) Eu não me lembro do que aconteceu … Mestre João entra. Mestre João: Então, o Manuel já disse alguma coisa? Capitão: Ele disse uma coisa… Mestre João: (muito surpreendido) O que disse ele, Capitão? Capitão: (com uma cara triste) disse que não se lembrava de muitas coisas. Manuel: Eu vi o demónio … Mestre João: Onde??? Por favor diz alguma coisa marinheiro! Manuel: (aterrorizado) No Cabo das Tormentas. Ele era assustador … foi ele que causou o naufrágio da nau. Capitão vai buscar alguma coisa para Manuel comer. Mestre João: Por favor, marinheiro, diz alguma coisa de que te lembres… Manuel: Quando a nau naufragou, eu caí sobre o mar por causa do demónio … Mestre João: Mas, marinheiro, não te lembra de mais nada? Capitão chega com a comida. Manuel: (com cara de desesperado) Não, desculpa, não me lembro de mais nada. Manuel comeu a comida que o Capitão trouxe. Depois de a comer, o Capitão levou-o até uma cama para descansar e lá ficou o Manuel a dormir.

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Cena 5 Tempo do perfeito Nau Dia Entretanto os marinheiros acordaram e seguiram a sua viagem. Hoje era o dia de passar pelo Cabo das Tormentas. Capitão: Hoje é o dia em que vamos passar o Cabo das Tormentas, e não vamos desistir! Diogo: (com uma cara de surpreendido) Mas Capitão, não é muito perigoso? Capitão: Não … Manuel: E, Capitão, eu também vou na viagem? Capitão: Sim, marinheiro. Mestre João: Capitão! Eu tenho uma ideia! Capitão: (com cara de curiosidade) Qual, Mestre João? Mestre João: Capitão, a minha ideia é passar mais afastado do Cabo das Tormentas! Capitão: Não sei se vamos conseguir, mas é uma ótima ideia! Lá foram todos na nau, fazer a rota que o Mestre João tinha pensado. (pausa) O Capitão, o Mestre João, Manuel e os restantes marinheiros conseguiram passar o Cabo das Tormentas! Quando acabaram de o passar, perceberam que o tal demónio era apenas uma rocha feia, cheia de algas e destroços de naus. Capitão: Muito bem, meus marinheiros, Mestre João. Estamos de parabéns! A sua rota foi uma ótima ideia. Conseguimos passar pelo tal demónio … que afinal era simplesmente uma rocha! Mestre João: Não tem de quê Capitão. Eu só dei uma ideia! (pausa) Diogo: Mas, Capitão, como nós fomos os primeiros a conseguir passar o Cabo das Tormentas, devíamos dar-lhe um nome. Capitão: Boa ideia! Mestre João: E qual vai ser o nome que lhe vamos dar, Capitão? Manuel: Eu acho que se devia dar o nome “Cabo da Boa Esperança”! Capitão: Ótimo nome! A partir de agora todos vão conhecer este cabo, como “Cabo da Boa Esperança”, e nunca mais ninguém vai ter medo de o passar … (as luzes apagam-se e as cortinas fecham-se lentamente) FIM EB 2/ 3 D. Pedro II | 6º F | Profª Célia Tomé Cenários digitais com o apoio da Biblioteca Escolar

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Nยบ 65/13 - DIRP/CMM


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